Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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ser-lançado

quarta-feira 13 de dezembro de 2023

Geworfenheit  

Não é, porém, de forma ocasional ou suplementar que a presença [Dasein  ] realiza para si essa possibilidade mais própria, irremissível e insuperável, no curso de seu ser. Em existindo, a presença [Dasein] já está lançada nessa possibilidade. De início e na maior parte das vezes, a presença [Dasein] não possui nenhum saber explícito ou mesmo teórico de que ela se ache entregue à sua morte e que a morte pertença ao ser-no-mundo. É na disposição da angústia que o estar-lançado na morte se desvela para a presença [Dasein] de modo mais originário e penetrante. A angústia com a morte é angústia “com” o poder-ser mais próprio, irremissível e insuperável. O próprio ser-no-mundo é aquilo com que ela se angustia. O porquê dessa angústia é o puro e [326] simples poder-ser da presença [Dasein]. Não se deve confundir a angústia com a morte e o medo de deixar de viver. Enquanto disposição fundamental da presença [Dasein], a angústia não é um humor “fraco”, arbitrário e casual de um indivíduo singular e sim a abertura de que, como SER-LANÇADO, a presença [Dasein] existe para seu fim. Assim, esclarece-se o conceito existencial da morte como SER-LANÇADO para o poder-ser mais próprio, irremissível e insuperável. com isso, ganha nitidez a delimitação frente a um mero desaparecer, a um mero finar ou ainda a uma “vivência” do deixar de viver. STMSCC: §50

Permanece em questão se esse problema já não foi suficientemente elaborado. O ser-para-a-morte funda-se na cura. Enquanto [335] SER-LANÇADO no mundo, a presença [Dasein] já está entregue à responsabilidade de sua morte. Sendo para sua morte, ela, de fato, morre constantemente durante o tempo em que ainda não deixou de viver. A presença [Dasein] morre de fato. Isso diz, ao mesmo tempo, que, em seu ser-para-a-morte, ela já se decidiu desse ou daquele modo. O escape decadente e cotidiano da morte é um ser-para-a-morte impróprio. Impropriedade tem por fundamento uma possível propriedade. Impropriedade caracteriza um modo de ser, no qual a presença [Dasein] pode desviar-se e, na maior parte das vezes, sempre já se desviou, mas que não deve desviar-se constantemente ou necessariamente. Porque a presença [Dasein] existe, ela se determina como o ente que ela é, a partir de uma possibilidade que ela mesma é e compreende. STMSCC: §52