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Este conjunto de quatro causas é claramente, para usar o termo do próprio Aristóteles (delon), um sistema completo e fechado; o autor da Metafísica não se cansa de voltar a ele, denunciando a insuficiência dos seus predecessores. Podemos hesitar quanto ao número de categorias e à sua completude, como faz Pierre Aubenque quando defende que a tabela de categorias é fixada num "número arbitrário" e que é "inacabada" na medida em que testemunha o caráter aberto do nosso discurso (…)
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aition / αἴτιον / aitia / αἰτία / causa efficiens / causa finalis / causa materialis / causa finalis
A filosofia ensina há séculos que existem quatro causas: 1) a causa materialis, o material, a matéria de que se faz um cálice de prata; 2) a causa formalis, a forma, a figura em que se insere o material; 3) a causa finalis, o fim, por exemplo, o culto do sacrifício que determina a forma e a matéria do cálice usado; 4) a causa efficiens, o ourives que produz o efeito, o cálice realizado, pronto. Descobre-se a técnica concebida como meio, reconduzindo-se a instrumentalidade às quatro causas. [GA7 ]
De há muito, costuma-se conceber a causa como o que é eficiente. Ser eficiente significa, aqui, alcançar, obter resultados e [14] efeitos. A causa efficiens, uma das quatro causas, determina de maneira decisiva toda causalidade. E isso a tal ponto que já não se conta mais a causa finalis entre as causas. A finalidade não pertence à causalidade. Causa, casus provém do verbo cadere, cair. Diz aquilo que faz com que algo caia desta ou daquela maneira num resultado. [GA7]
Resposta 1. Alguém chegou algum dia a afirmar que a finalidade (a consonância a metas) é uma causa? Com certeza. Desde Platão e Aristóteles, essa é uma doutrina fundamental da metafísica. A meta é uma causa, em grego: ο ου ενεκα é αίτιον, αιτία; finis est causa – causa finalis. Pensado em termos gregos, αίτιον significa “aquilo que é responsável por…”. Em contrapartida, a significação usual de nossa palavra “causa” designa de maneira imediatamente unilateral: o que provoca o surgimento de um efeito, a causa efficiens. O em-virtude-de é aquilo que é responsável pelo fato de algo acontecer e ser feito por sua causa, aquilo a que se aspira – por exemplo, uma cabana que garanta um refúgio, um abrigo. A meta é o que é representado de antemão, ou seja, o abrigar-se e o ser protegido contra o tempo. Isso que é de antemão representado contém a indicação do fato de que a cabana é, por exemplo, coberta e possui um telhado. A meta, aquilo a que se aspira de antemão – garantia de refúgio e de abrigo –, causa a fabricação e a construção de um telhado. A meta é a causa. A determinação como meta (finalidade) possui o caráter de causa. [GA6 ]
αἰτία (ἡ)/αιτιος, α/ος, ὄν : GA6T1 GA6T2 GA7 GA9 GA10 GA11 GA18 GA19 GA22 GA23 GA26 GA31 GA33 GA34 GA45 GA47 GA49 GA61 GA62 GA65 GA66 GA67 GA68 GA71 GA76 GA77 GA78 GA81 GA85 GA86 GA87 GA88 GA89