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Wozu

sexta-feira 7 de julho de 2023

Wozu  , le pour-quoi, para que, para-que, para-qué, for-which, towards-which

A analítica dos fundamentos da presença, no horizonte da questão sobre o sentido do ser em geral, tem como tarefa primeira a compreensão (destruição) da base metafísica que toma tudo que é como coisa, ser simplesmente dado, no espaço. Para isso, a análise do espaço à luz de uma compreensão originária do ser é imprescindível. Na contraposição à compreensão cartesiana do espaço, Ser e tempo   explicita o horizonte da espacialidade enquanto constitutivo da presença. Nessa explicitação, evidenciam-se os vários modos de ser, em suas dinâmicas próprias de espacialização. Para tanto, vale-se da substantivação de advérbios e partículas adverbiais que, O na língua alemã, guardam a dimensão viva de movimento, direção e concentração. A unidade desses vários e movimentados modos se exprime no advérbio e relativo wo, no onde de toda destinação. A [568] pluralidade desses modos que percorrem suas destinações é designada especificadamente através do acoplamento de conjunções e partículas, tais como: mit (= em conjunto), hin (= lançando-se para), her (= vindo de), bei   (= na junção de familiaridade), auf  , aufhin (= na direção e na perspectiva), umwillen (= em virtude, isto é, na relação de pertinência), in (= no contexto em que), zu (= no objetivo e na meta), für (= em favor de), aus (= na consistência de).

Porque o português só conhece onde como advérbio e não como relativo, a tradução construiu uma constelação de expressões e modos de dizer que recebeu ao longo do texto as seguintes correspondências:

  • Wozu = para quê
  • Woraufhin = perspectiva em que
  • Worumwillen = em virtude de
  • Wobei = estar junto
  • Womit = estar com
  • Worin = no (contexto) em que
  • Wohin = destino
  • Woher = proveniência

(Marcia Schuback  , Notas da trad. de Ser e Tempo, 2006)


Wozu - constitutif de l’outil ; cf. um-zu ; distinct, par les contextes, de Worum. (Martineau  )
When concern makes present by awaiting and retaining, time is understood in relation to a “for-which”;[[NT: ‘…ein Wozu…’ Here English idiom calls for the expression ‘for-which’ rather than ‘towards-which’, though the latter expression has served us fairly well in similar context such as those cited in Heidegger’s note iii below. (See also our note 1, H. 78 above.] and this in turn is ultimately tied up with a “for-the-sake-of-which” of Dasein  ’s potentiality-for-Being. [SZ:414; BTMR:467]
VIDE: WORAUF; WOMIT; WOHER; WORUMWILLEN; WOZU

para-quê [STMSCC]
le pour-quoi [ETEM]

NT: A analítica dos fundamentos da pre-sença, no horizonte da questão sobre o sentido do ser em geral, tem como tarefa primeira a compreensão (destruição) da base metafísica que toma tudo que é como coisa, ser-simplesmente-dado, no espaço. Para isso, a análise do espaço à luz de uma compreensão originária do ser é imprescindível. Na contraposição à compreensão cartesiana do espaço, Ser e Tempo explicita o horizonte da espacialidade enquanto constitutivo da pre-sença. Nessa explicitação, evidenciam-se os vários modos de ser, em suas dinâmicas próprias de espacialização. Para tanto, vale-se da substantivação de advérbios e partículas adverbiais que, na língua alemã, guardam a dimensão viva de movimento, direção e concentração. A unidade desses vários e movimentados modos se exprime no advérbio e relativo WO, no onde de toda destinação. A pluralidade desses modos que percorrem suas destinações é designada especificadamente através do acoplamento de conjunções e partículas, tais como: MIT (= em-conjunto), HIN (= lançando-se-para), HER (= vindo-de), BEI (= na-junção-de-familiaridade), AUF, AUFHIN (= na-direção e na-perspectiva), UMWILLEN (= na-função, isto é, na relação de pertinência), IN (= no-contexto-em-que), ZU (= no-objetivo e na-meta), FUER (= em-favor-de), AUS (= na-consistência-de).

Porque o português só conhece onde como advérbio e não como relativo, a tradução construiu uma constelação de expressões e modos de dizer que recebeu ao longo do texto as seguintes correspondências:

Wozu = para-quê
Woraufhim = perspectiva-em-que
Worumwillen = em-função-de
Wobei = estar-junto
Womit = estar-com
Worin = no-contexto-em-que
Wohin = destino
Woher = proveniência [STMSCC:316]


NT: Wozu : le pour-quoi. — Constitutif de l’outil ; cf. um-zu ; distinct, par les contextes, de Worum. [ETEM]
Wozu (das): «para qué» (el). El Wozu indica básicamente la utilidad específica de un útil. El reloj, por ejemplo, sirve para saber la hora; la nevera para refrigerar los comestibles, etcétera. Véase la entrada Worin (das). [LHDF]
1. ‘Bewandtnis   ist das Sein   des innerweltlichen Seienden  , darauf es je schon zunächst   freigegeben ist. Mit ihm als Seiendem hat es je eine Bewandtnis. Dieses, dass   es eine Bewandtnis hat, ist die ontologische Bestimmung   des Seins dieses Seienden, nicht   eine ontische Aussage   über das Seiende. Das Wobei es die Bewandtnis hat, ist das Wozu der Dienlichkeit  , das Wofür der Verwendbarkeit  .’ This passage and those which follow are hard to translate because Heidegger is using three carefully differentiated prepositions (‘zu’, ‘für’, and ‘auf’) where English idiom needs only ‘for’. We can say that something is serviceable, usable, or applicable ‘for’ a purpose and that it may be freed or given free rein ‘for’ some kind of activity. In German, however, it will be said to have ‘Dienlichkeit zu…’, ‘Verwendbarkeit für…’, and it will be ‘freigegeben auf…’. In the remainder of this section we shall use ‘for’ both for ‘für’ and for ‘auf’ as they occur in these expressions; we shall, however, continue to use ‘towards-which’ for the ‘Wozu’ of ‘Dienlichkeit’. See note 1, H. 78 above. [BTMR]