Se isso for correto, o que descrevemos inicialmente como a postura de nosso mundo moderno da indústria e do trabalho, fundado pela ciência, espelha-se sobretudo no plano da linguagem. Vivemos numa época de nivelamento crescente de todas as formas de [231] vida. Trata-se de um imperativo da necessidade racional de conservação da vida em nosso planeta. O problema da alimentação da humanidade, por exemplo, só será resolvido se contermos o grande desperdício que se dá no cultivo da terra desde (…)
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Gadamer / Hans-Georg Gadamer / HGG2007
HANS-GEORG GADAMER (1900-2002)
OBRA NA INTERNET: LIBRARY GENESIS
GADAMER, H.-G. Gesammelte Werke, Bd. 3, Neuere Philosophie I: Hegel / Husserl / Heidegger (Tübingen, Mohr Siebeck, 1987). / La dialéctica de Hegel. Cinco ensayos hermenéuticos. Tr. Teresa Orduña y Manuel Garrido. Madrid: Cátedra, 1994
GADAMER, H.-G.. Hermeneutik I, Wahrheit und Methode : Grundzüge einer philosophischen Hermeneutik (Tübingen: Mohr Siebeck, 1986). / Verdade e Método I. Tr. Flávio Paulo Meurer. Petrópolis: Vozes, 1999 / Wahrheit und Methode II. Tübingen: Mohr Siebeck, 1993 [VM1] / Verdade e Método II. Tr. Enio Paulo Giachini. Petrópolis: Vozes, 2002 [VM2]
GADAMER, H.-G.. Gesammelte Werke, Bd. 3, Neuere Philosophie I: Hegel / Husserl / Heidegger (Tübingen, Mohr Siebeck, 1987). / Heidegger’s ways. Tr. John W Stanley. New York: SUNY, 1994 / Los caminos de Heidegger. Tr. Angela Ackermann Pilári. Barcelona: Herder, 2002
GADAMER, Hans-Georg. Über die Verborgenheit der Gesundheit (Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1993) / O caráter oculto da saúde. Tr. Antônio Luz Costa. Petrópolis: Vozes, 2006
Gesammelte Werke, Bd. 10: Hermeneutik im Rückblick (Tübingen, Mohr Siebeck, 1995) / Subjectivity and Intersubjectivity, Subject and Person (2000)
Gesammelte Werke, Bd. 6, Griechische Philosophie II (Tübingen: Mohr Siebeck, 1985). / Hacia una prehistoria de la metafísica (1994)
Matérias
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Gadamer (VM): elemento hermenêutico
24 de janeiro, por Cardoso de Castro -
Gadamer (VM): tema hermenêutico
24 de janeiro, por Cardoso de CastroMas o fenômeno universal da estrutura de linguagem humana desenvolve-se também em outras dimensões. Assim, o tema hermenêutico atinge outras concatenações que determinam a experiência de mundo que o homem faz pela linguagem. Muitos desses temas aparecem em Verdade e método I. Ali apresentei o tema da consciência da história dos efeitos como uma elucidação consciente da ideia da linguagem humana em algumas fases de sua história. Mas, como demonstrou Johannes Lohmann em seu livro Philosophie (…)
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Gadamer (VM): conceito hermenêutico
24 de janeiro, por Cardoso de CastroO avanço metodológico resultante dessas observações feitas sobre a linguagem consiste em que o "texto" deve ser entendido aqui como um conceito hermenêutico. Isso significa que não é visto a partir da perspectiva da gramática e da linguística, ou seja, como produto final, buscado pela análise de sua produção. Essa análise tem como propósito aclarar o mecanismo em virtude do qual a linguagem funciona, deixando de lado todos os conteúdos que transmite. Considerado a partir da perspectiva (…)
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Gadamer (VM): manifesto hermenêutico
24 de janeiro, por Cardoso de CastroRómerbrief (Epístola aos Romanos) de Karl Barth, marcada pela recusa total a uma reflexão metodológica, representa uma espécie de manifesto hermenêutico. O fato de Barth não concordar com a tese da desmitologização do Novo Testamento, de Rudolf Bultmann, não se deve tanto ao interesse temático, segundo me parece, mas à vinculação da investigação histórico-crítica com a exegese teológica e ao fato de buscar o apoio da filosofia (Heidegger) para a auto-reflexão metodológica. É isso que impede (…)
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Gadamer (VM): debate hermenêutico
24 de janeiro, por Cardoso de CastroNa minha opinião, foi isso que marcou a orientação do debate hermenêutico mais recente. A própria fé nessa história deve ser compreendida como um acontecimento histórico, como um apelo [406] da palavra de Deus. Isso vale já para a relação do Antigo com o Novo Testamento. Também pode ser compreendido (segundo Hofmann, por exemplo) como a relação existente entre a profecia e sua realização, de modo que a própria profecia que fracassa historicamente só pode ser determinada em seu sentido a (…)
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Gadamer (VM): tradição hermenêutico-idealista
24 de janeiro, por Cardoso de CastroTemos que reconhecer também que o que Jaeger chama de "hermenêutica recente" é muitas vezes um produto muito ambíguo. Sua tese e suas tendências são mal compreendidas ao ponto de tornar-se caricaturas. Mas o que entende o próprio Jaeger por hermenêutica recente combatida por ele? Poderia se dizer que é para ele uma arma milagrosa do século irracionalista. O que significa para ele "interpretar"? Se se referisse à psicologização da interpretação de Schleiermacher e posteriormente de Dilthey, (…)
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Gadamer (VM): tradição hermenêutico-retórica
24 de janeiro, por Cardoso de CastroSobre a base dessa metafísica estética da individualidade os princípios hermenêuticos usuais a filólogos e teólogos sofrem uma mudança de rumo peculiar. Schleiermacher segue Friedrich Ast e toda a tradição hermenêutico-retórica, quando reconhece como um traço essencial do compreender o fato de que o sentido do peculiar é sempre somente resultante do contexto [194], e, em última análise, do todo. Esse postulado vale naturalmente para uma gama que vai desde a compreensão gramatical de cada (…)
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Gadamer (VM): hermenêuticos
24 de janeiro, por Cardoso de CastroSobre a base dessa metafísica estética da individualidade os princípios hermenêuticos usuais a filólogos e teólogos sofrem uma mudança de rumo peculiar. Schleiermacher segue Friedrich Ast e toda a tradição hermenêutico-retórica, quando reconhece como um traço essencial do compreender o fato de que o sentido do peculiar é sempre somente resultante do contexto [194], e, em última análise, do todo. Esse postulado vale naturalmente para uma gama que vai desde a compreensão gramatical de cada (…)
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Gadamer (VM): Hermes
24 de janeiro, por Cardoso de CastroNo século XIX a hermenêutica experimentou, como disciplina auxiliar da teologia e da filosofia, um desenvolvimento sistemático que a transformou em fundamento para o conjunto das atividades das ciências do espírito. Ela elevou-se fundamentalmente acima de seu objetivo pragmático original, ou seja, de tornar possível ou facilitar a compreensão de textos literários. Não é somente a tradição literária que representa um espírito alienado e novo, necessitado de uma apropriação mais correta, mas, (…)
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Gadamer (VM): ato de copiar
24 de janeiro, por Cardoso de CastroAbbildung
No que diz respeito à primeira pergunta, é somente aqui que o conceito da representação se emaranha com o conceito do quadro, que se vincula com o seu quadro original. Nas artes transitórias, das quais partimos, falamos, é verdade, de representação, mas não de quadro. A representação aparecia, nesse caso, ao mesmo tempo dupla. Tanto a obra literária como a sua reprodução, como por exemplo, no palco, é representação. E foi para nós de importância decisiva que a verdadeira (…) -
Gadamer (VM): processo de destacar
24 de janeiro, por Cardoso de CastroJá vimos antes, que isso se realiza como um processo de destacar (Abhebung). Consideremos um momento qual é o [311] conteúdo desse conceito de "destacar". Destacar é sempre uma relação recíproca. O que deve ser destacado tem de destacar-se de algo, que, por sua vez, terá de destacar-se ele próprio daquele. Todo destacar algo torna simultaneamente visível aquilo que se destaca. Nós o descrevemos acima como o pôr em jogo os preconceitos. Partíamos então do fato de que uma situação hermenêutica (…)
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Gadamer (VM): Poética
24 de janeiro, por Cardoso de CastroA dependência do ser estético quanto à representação não significa, pois, uma carência ou uma falta de autodeterminidade autônoma. É parte integrante de seu ser próprio. O espectador é um momento da essência do próprio espetáculo, que denominamos de estético. Lembramos aqui da famosa definição da tragédia que encontramos na Poética de Aristóteles. Ali, na definição da essência da tragédia, está co-incluída expressamente a disposição do espectador. VERDADE E MÉTODO PRIMEIRA PARTE 2.
Numa (…) -
Gadamer (VM): abertura
24 de janeiro, por Cardoso de CastroNo entanto, examinando-o mais de perto, reconhecemos que também as opiniões não podem ser entendidas de maneira arbitrária. Da mesma forma que não é possível manter muito tempo uma compreensão incorreta de um hábito linguístico, sem que se destrua o sentido do todo, tampouco se podem manter, às cegas, as próprias opiniões prévias sobre as coisas, quando se compreende a opinião de outro. Quando se ouve alguém ou quando se empreende uma leitura, não é necessário que se esqueçam todas as (…)
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Gadamer (VM): abstração
24 de janeiro, por Cardoso de CastroO homem é assinalado pela ruptura com o imediato e o natural, o que lhe é exigido através do lado espiritual e racional de sua natureza. "Segundo esse lado ele não é, por natureza, o que deve ser", razão pela qual tem necessidade da formação. O que Hegel denomina de natureza formal da formação, repousa na sua universalidade. Do conceito de uma elevação à universalidade Hegel consegue entender numa unidade o que sua época compreendia por formação. Elevação à universalidade não é, p. ex., (…)
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Gadamer (VM): abstrações
24 de janeiro, por Cardoso de CastroA motivação moral contida no conceito do common sense ou do bon sens permaneceu ativa até os nossos dias e diferencia esses conceitos do nosso conceito da "compreensão humana sadia". Cito, como exemplo, o belo discurso que Henri Bergson fez em 1895, sobre o bon sens, por ocasião da homenagem que lhe foi prestada na Sorbônia. Sua crítica às abstrações da ciência da natureza, bem como às da linguagem e do pensamento jurídico, seu tempestuoso apelo à "energia interior de uma inteligência, que a (…)
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Gadamer (VM): acontecimento
24 de janeiro, por Cardoso de CastroPortanto, esses estudos sobre hermenêutica procuram demonstrar a partir da experiência da arte e da tradição histórica, o fenômeno da hermenêutica em toda a sua envergadura. Importa reconhecer nele uma experiência da verdade, que não terá de ser apenas justificada filosoficamente, mas que é, ela mesma, uma forma de filosofar. A hermenêutica que se vai desenvolver aqui não é, por isso, uma doutrina de métodos das ciências do espírito, mas a tentativa de um acordo sobre o que são na verdade as (…)
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Gadamer (VM): acontecimento do ser
24 de janeiro, por Cardoso de CastroEm contrapartida ao modo de pensar da mais recente estética, tínhamos desenvolvido acima o conceito do jogo como o genuino acontecimento da arte. Essa tentativa veio agora a se confirmar no fato de que, também o quadro — e com isso o conjunto da arte não dependente de re-produção — é um acontecimento do ser e, por isso, não pode ser adequadamente entendido como objeto de uma consciência estética, mas, antes, [149] pode ser compreendido em sua estrutura ontológica, a partir de fenômenos como (…)
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Gadamer (VM): acontecimento ôntico
24 de janeiro, por Cardoso de CastroNa realidade, o conceito da decoração tem de ser liberado dessa oposição ao conceito da arte vivencial e encontrar seu fundamento na estrutura ontológica da representação, que já elaboramos como modo de ser da obra de arte. Bastará recordar que o adorno, o decorativo são, por seu sentido originário, o belo como tal. Vale a pena reconstruir esse antigo conhecimento. Tudo o que é adorno, e adorna, está determinado pela sua relação com o que ele adorna, com aquilo em que ele é, com aquilo que é (…)
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Gadamer (VM): acontecimento comunicativo
24 de janeiro, por Cardoso de CastroAté que ponto o outro compreende o que eu quero dizer, demonstra-se pelo modo como ele prossegue a conversa. Com isso, o compreendido passa da indeterminação de sua direção de sentido para uma nova determinação, que permite ser compreendida ou mal-entendida. E isto o que acontece verdadeiramente no diálogo: O que se tem em mente articula-se, à medida que se torna algo [19] comura. A enunciação individual, portanto, está sempre inserida num acontecimento comunicativo, não podendo ser (…)
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Gadamer (VM): epocal
24 de janeiro, por Cardoso de CastroCada época representada na Filosofia com uma determinada concepção de ser como um ente faz desse ente um princípio epocal. E desse princípio epocal — que pode ser, entre outros, a ideia de Platão, a substância de Aristóteles, o actus medieval da Filosofia, o cogito de Descartes, o eu penso de Kant, o sujeito absoluto de Hegel, a vontade de poder de Nietzsche, a transformação de tudo pela técnica — que cada época extrai os elementos de suas formações históricas e culturais. E um princípio (…)
Notas
- Ernildo Stein (2003:67) – da reflexão à compreensão
- Gadamer (1987) – ser e não-ser
- Gadamer (1993:C1) – o domínio da ciência moderna
- Gadamer (1993:C1) – práxis
- Gadamer (1993:Prefácio) – Saúde não é algo que se possa fazer
- Gadamer (1994) – Sein - Wesen
- Gadamer (1995) – Hacia una prehistoria de la metafísica
- Gadamer (1995/2000:276-277) – Sujeito
- Gadamer (VM1:146) – Repräsentation
- Gadamer (VM2:361-362) – destruição e desconstrução
- Gadamer (VM2:384-385) – sentido do ser
- Gadamer (VM2:428) – Wesen (essência)
- Leo Strauss - Gadamer Correspondence
- McNeill: Dimensão ontológica do ético