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Gadamer (VM): linguagem

quarta-feira 24 de janeiro de 2024, por Cardoso de Castro

Se para simplificar dividirmos em dois campos as tendências que se ocupam com o problema da linguagem, teremos, de um lado, a concepção tecnocientífica da linguagem (por exemplo, Carnap) e, de outro, a experiência especulativo-hermenêutica da linguagem (por exemplo, Heidegger). Os primeiros procuram colocar todo o pensamento e linguagem, mesmo os da Filosofia, sob a competência de um sistema de sinais que a técnica e a lógica podem fixar como instrumento da ciência determinando-se a superação da metafísica mediante a análise da linguagem numa afirmação da identidade contra a diferença. Heidegger assume sua posição a partir da questão que procura saber qual é a coisa mesma que o pensamento da Filosofia deve experimentar e como dizê-la exigindo-se para isso uma desconstrução da metafísica que não pensa a questão da diferença ontológica. Nestas duas posições não se trata simplesmente de duas filosofias da linguagem. A linguagem, no entanto, é vista por Heidegger como o domínio em cujo interior o pensamento da Filosofia e qualquer espécie de pensamento e discurso residem e se movem. Trata-se de um confronto de duas posições diante da metafísica em que o problema da [80] existência do homem e sua definição estão em jogo (ver a análise que o filósofo faz da questão em Archives de Philosophie  , julho-setembro de 1969, p. 396-415). [ErStein2008:79]