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GA61:90-93 – Caráter do mundo no cuidar: significância (Bedeutsamkeit)

sábado 24 de fevereiro de 2024, por Cardoso de Castro

Giachini

Tomada em sentido verbal, vida, segundo seu sentido relacional, deve ser interpretada como cuidar, cuidar por e cuidar de algo, viver cuidando de algo. Com esse caráter não se quer dizer que a vida sempre esteja às voltas com maneirismos escrupulosos. No frenesi solto, na indiferença, na estagnação – seja como for, “viver” é caracterizado por cuidar. Para que e por que isso é cuidar, a que se atém, isso deve ser determinado como significância. Significância é uma determinação categorial de mundo; os objetos de um mundo, os objetos mundanos (weltlich), com caráter de mundo (welthaft) são vividos no caráter da significância.

No sentido relacional mais amplo, viver é: cuidar pelo “pão de cada dia”. Essa última expressão, ali, deve ser compreendida de modo bem amplo, de maneira indicativo-formal  . “Indigência” (“Darbung”) (privatio  , carentia) é o como-fundamental, ao modo de relação e de execução, do sentido do ser de vida. Onde se impõe e avança o aspecto contrário, onde a vida está na posse, por exemplo, numa assim chamada vida objetiva, onde ela se consome numa tarefa objetiva, e está aí “como que por si”, esse como-fundamental é ainda mais resistente, porque se consome e se consumiu inadvertidamente. A objetividade segura é fuga insegura diante da faticidade, e desconhece a si mesma justamente no fato de que, por causa da fuga, acredita aumentar a objetividade, contra o que é justamente na faticidade que a objetividade chega à mais radical apropriação.

O sentido categorial de significância é 1) tomar de modo correspondentemente amplo, e 2) como um caráter categorial dos objetos [104] (formalmente: aquilo em função de que está o cuidar: “algo” (objeto)) que, por exemplo, não está fundamentado. Esse último significa: aqui, é preciso manter distanciada uma teoria sobre a objetualidade como tal, que pode facilmente se intrometer aqui.

O mundo, os objetos com caráter de mundo (welthaft) estão aí no como-fundamental da relação da vida: cuidar. Deparam-se com um cuidar, encontram-no em seu caminho. Encontrar os objetos, e o cuidar é um experimentar os objetos em seu respectivo encontro (Begegnug). Encontro (Begegnis  ) caracteriza o modo fundamental do Dasein   dos objetos mundanos. Experiência caracteriza o modo fundamental de aceder a eles, de topar com eles. Experiência, aqui, não compreendida em sentido teórico, percepção empírica contra pensamento racional ou coisas semelhantes; a expressão deve ser tomada tão amplamente como o sentido relacional do cuidar: ele caracteriza a esse último num modo de sua execução que só poderá ser assegurado posteriormente, na medida em que o caráter de conhecimento domina de certa forma o tomar conhecimento no cuidar.

Toda e qualquer experiência é em si mesma um encontro, e quiçá encontro em e para um cuidar. O caráter fundamental do objeto é portanto sempre: ele está e é encontrado no caminho da cura (Sorge  ), é experimentado na significância. A ser interpretado o que significa: o mundo “está aí”, o caráter de realidade do mundo da vida fática não é tão fácil como se representa a teoria transcendental   do conhecimento, nem tão evidente e sem problemas como pensa o realismo. É só a partir desse sentido objetual primário do conteúdo que se determina a cada vez o caráter de sentido do Dasein, realidade efetiva (Wirklichkeit  ), e realidade (Realität).

Não é assim, portanto, que os objetos estivessem aí como realidades nuas, por exemplo, objetos naturais, que depois, no decurso de sua experiência, seriam revestidos de um caráter de valor, a fim de não andarem por aí tão [105] nus. Assim, não é na direção do experimentar próprio do mundo circunstante nem na direção da sequência da interpretação e do principiar da mesma, como se a constituição da natureza pudesse fornecer apenas minimamente um fundamento para gêneros superiores de objetos. Ao contrário, a objetualidade natureza só brota do sentido fundamental do ser do objeto do mundo vivido, experimentado, encontrado (cf. história do conceito “natureza”).

No mais, significância deve ser tomada o mais amplamente possível, e não ser tensionada num âmbito determinado de objetos. Significância não pode ser identificada com valor; ao contrário, essa é uma categoria que, por seu turno, pode ser destacada igualmente através de uma determinada formulação só a partir de experiência concreta do mundo, e então a partir daí ser impostada com direito ou não na esfera própria do ser, e em relação a sua gênese representada de modo análogo à natureza enquanto realidade fundamental, fundamento da realidade.

Há que se observar que com isso só se torna conhecido o avançar desorientador de uma teoria. A superação da mesma é uma tarefa principial que ela tem de apreender em suas raízes e julgar em vista de suas pretensões principiais de fundamentação e de solução dos problemas. A teoria mencionada é, portanto, apenas ser abolida pela problemática principial da filosofia, e filosoficamente falando, com o fato de se ter indicado que os nexos genéticos e de sentido correm numa direção inversa, ainda nada se fez.

Há que se observar ainda: A teoria mencionada não é de hoje; ela tem suas raízes da história do espírito e da história de sua execução na filosofia grega, e quiçá de tal modo que nessa estão vivas duas razões do principiar (explicação originária da experiência e explicação teórica categorial) e que uma se perdeu no processo de nivelamento do originário (cf. ousia  , “ter”, “assentar morada”, “poder”). Ao mesmo tempo ela passou por importantes entrelaçamentos históricos do espírito, que em parte deixaram para trás como tal seus vestígios na problemática da atual teoria do conhecimento. Aqui essa indicação serve apenas para [106] evitar o estreitamento do sentido de significância e a antecipação de seu caráter fundamentado, a fim de não inibir por demais a compreensão do que vem a seguir.

Na categoria da significância já se mostrou como um objeto está na vida segundo seu sentido fundamental próprio do conteúdo, como aqui ele se mantém e se comporta num mundo como mundo. (Indicação para o principiar originário da interpretação.)

A vida como cuidar (Sorgen) vive num mundo e cuida de si nos mais diversos modos de relações e execuções correspondentes e nos modos de temporalização, em função dos objetos que se encontram na experiência e dos próprios encontros. O objeto da cura não é a significância enquanto caráter categorial, mas o cada vez mundano, que encontra sua expressão objetual correspondente, formulada pela própria vida. Não se experimenta a significância como tal, expressamente; mas ela pode ser experimentada. O “pode” tem seu sentido categorial específico; transição da expressividade para a inexpressividade é “categorial” em sentido eminente (interpretação de categorias!). Mas a significância se torna expressa na interpretação própria (eigene) da vida em relação a si mesma, e é só a partir daí que se pode compreender perfeitamente o que “é” e significa: viver faticamente “na” significância. Um discurso abreviado: “viver na significância” significa: viver em, a partir de objetos no caráter categorial de conteúdo do significativo.

No cuidar, a vida experimenta a cada vez seu mundo, e esse sentido fundamental do ser experimentado é para toda interpretação da objetualidade – mesmo e até incluindo a (interpretação) lógico-formal – fornece antecipadamente o sentido, segundo o sentido pleno  .

[A mobilidade da vida fática pode ser interpretada, descrita previamente como a inquietação (Unruhe). O como dessa inquietação, enquanto fenômeno pleno, determina a faticidade. Em relação a vida e inquietação, cf. Pascal  , Pens. I-VII; válida a descrição, mas não a teoria e a propósito [107] (Vorhabe  ); sobretudo: alma – corpo, le Voyage éternel, desse modo, não acessível para filosofia existenciária. A clarificação de inquietação, a inquietação clarificada; in-quietação e problematicidade (Fraglichkeit  ); potências de temporalização; inquietação e o para-quê. O aspecto inquietador da inquietação. O entre não destacado, não decidido do aspecto da vida fática: entre mundo circunstante (Um), compartilhado (Mit), próprio (Selbst  ), anterior (Vor) e posterior (Nach); algo positivo. O escoar (Durchsickern) por toda parte da inquietação, suas figuras e máscaras. Quietude (Ruhe  ) – inquietação; fenômeno e movimento (cf. o fenômeno de movimento em Aristóteles  ).]

Arjakovsky & Panis

Vivre, au sens verbal, est à interpréter selon son sens de rapport comme souciance ; se soucier à propos de quelque chose ou pour quelque chose, vivre de quelque chose en s’en souciant. N’allons pas imaginer pour autant, avec ce caractère de la souciance, qu’il s’agit de passer la vie entière à arborer une tête d’enterrement. Dans le vertige de l’exubérance, dans l’indifférence, dans un état de marasme — partout, « vivre » se caractérise comme être en souci. Sur quoi porte la souciance ? Pourquoi se soucier ? À quoi se rapporte la souciance ? Ces questions portent sur ce qu’il nous faut appeler la signifiance (Bedeutsamkeit  ). Signifiance est une détermination catégoriale de monde. Les objets d’un monde, les objets au sein   du monde, les objets qui font figure de monde, sont vécus dans le caractère de la signifiance.

Pris dans son sens de rapport le plus ample, vivre, c’est se soucier du « pain quotidien ». Cette expression est à entendre ici sans aucune restriction comme index formel. « Privation3 » (privatio, carentia) ou : comment fondamentalement s’articule le sens d’être du vivre — un comment qui est de l’ordre à la fois d’un accomplissement et d’un rapport. Là où c’est le point de vue inverse qui vient se mettre en avant, là où l’on est en pleine possession de sa vie, au fil par exemple de ce qu’on appelle une vie ob-jective bien maîtrisée, qui se consacre sans le moindre désordre à une tâche ob-jective, et qui en est arrivée là « d’elle-même pour ainsi dire », ce comment fondamental y est encore plus chevillé parce que c’est en cachette qu’il s’incruste au cœur du vivre pour y rester à demeure. L’ob-jectivité, cette maîtrise assurée, est une fuite incertaine devant la factivité, et là précisément où elle se trompe, c’est quand elle croit que c’est cette fuite qui lui permet d’intensifier son ob-jectivité, alors que c’est au contraire au sein de la factivité que l’ob-jectivité parvient à la plus radicale appropriation.

Le sens catégorial de signifiance : 1. est à prendre de façon suffisamment ample et 2. doit être considéré comme un caractère catégorial des objets (formellement : ce sur quoi porte la souciance : « quelque chose » (objet)), caractère qui ne saurait avoir lui-même de fondement. Ce qui signifie : on doit tenir à bonne distance toute théorie portant, comme telle, sur l’objectivité, théorie qui aurait facilement tendance à venir s’insinuer, particulièrement ici.

Le monde, les objets faisant figure de monde, sont là au rythme de l’allure fondamentale avec laquelle se déploie ce rapport à la vie qu’est la souciance (son comment fondamental). Ils rencontrent un souci, le croisent sur son chemin. Les objets se rencontrent dans le monde, et s’en soucier n’est rien [91] d’autre que faire l’expérience des objets dans ce qui constitue chaque fois notre rencontre avec eux. La rencontre (Begegnis) caractérise la manière fondamentale d’être-là (Dasein) des objets du monde. Faire l’expérience caractérise la manière fondamentale de se frayer un accès jusqu’à eux, de tomber sur eux. Expérience ne doit pas être entendu ici dans un sens théorique, celui par exemple de la perception empirique par opposition à la pensée rationnelle, ou autres choses du même ordre. Le terme est à prendre aussi amplement que le sens de rapport qu’a la souciance : il caractérise celui-ci seulement d’après la façon effective dont il s’accomplit, même si cette effectivité demande à être consolidée par la suite, pour autant que c’est le caractère de connaissance — la prise de connaissance — qui domine d’une certaine manière dans la souciance.

Chaque expérience est en elle-même une rencontre et, à coup sûr, une rencontre dans la souciance et en faveur de celle-ci. Le caractère fondamental de l’objet est donc toujours qu’il se tient sur le chemin de la souciance pour y être trouvé : il est éprouvé dans la signifiance. Chercher à interpréter ce que signifie : le monde « est là », le caractère d’effectivité du monde de la vie factive, ce n’est ni aussi facile que se le représente la théorie transcendantale de la connaissance, ni aussi flagrant et simpliste que se l’imagine le réalisme. C’est seulement à partir de ce sens de teneur premier (celui des objets) que se détermine à chaque fois le caractère du sens d’être-là, d’effectivité, de réalité.

Ce n’est donc pas comme si les objets étaient d’abord là comme des réalités effectives toutes nues, des objets naturels par exemple, qui, ensuite, au cours de l’expérience, réussiraient à endosser un caractère de valeur afin de ne pas se promener aussi nus. Qu’il s’agisse de l’expérience du monde alentour, ou de l’interprétation qui va suivre et en particulier de son point de départ, dans aucune de ces deux directions, il n’est question d’imaginer que la constitution de la nature pourrait, même a minima, proposer des fondations pour des genres plus élevés d’objets. C’est bien plutôt l’objectivité de ce qu’on appelle nature qui résulte a priori   du sens fondamental de l’être-objet, tel qu’il se vit, s’éprouve et se rencontre au sein du monde (cf. Histoire du concept de natura).

En outre, la signifiance est à prendre de la façon la plus ample possible : elle ne doit pas être restreinte à un domaine déterminé d’objets. La signifiance ne peut être identifiée à la valeur ; il s’agit bien plutôt d’une catégorie qui, de son côté [92] également, ne se laisse démarquer dans une élaboration précise qu’à partir d’une expérience concrète du monde ; et c’est de là qu’elle pourra ensuite être abordée, à tort ou à raison, comme sa propre sphère d’être, et, du point de vue de sa genèse, être représentée par analogie   avec la nature comme l’effectivité par excellence : le fondement de la réalité.

Mais il faut bien faire attention que nous n’avons fait pour l’instant ici que dévoiler la déroutante pression d’une théorie répandue. La tâche principielle reste de la dépasser — la saisir à la racine, et la juger lorsqu’elle revendique principiellement son rôle fondateur en prétendant savoir engager le problème. La théorie en question n’est donc à surmonter qu’à partir de la problématique principielle de la philosophie   ; rien n’est encore accompli en philosophie quand on se contente de signaler que l’ordre généalogique des liaisons va en un sens inverse.

Reste à considérer ce dernier point : la théorie en question ne date pas d’aujourd’hui. À l’aune dont s’accomplit l’Histoire de l’esprit, ses racines plongent dans la philosophie grecque, au sens où, chez les Grecs, les deux ressorts de la mise en jeu (l’explicitation originelle de l’expérience et l’explicitation théorique catégoriale) sont aussi vivants l’un que l’autre, et que l’un des deux s’est perdu à mesure que l’originel s’estompait. (Cf. οὐσία, « les avoirs », « les biens du ménage », « le patrimoine »4.) En même temps, cette théorie a traversé bien des enchevêtrements, principiellement importants, de l’Histoire spirituelle, qui ont laissé quelques traces dans la problématique de l’actuelle théorie de la connaissance en tant que telle. Soit dit en passant pour écarter tout rétrécissement du sens de signifiance (en présupposant que ce rétrécissement soit fondé), afin de ne pas trop ralentir la compréhension de ce qui va suivre.

Comment est un objet, dans la vie, d’après le sens fondamental de sa teneur, comment il se tient ici au monde et se rapporte à ce monde qu’il est — voilà ce qu’indique la catégorie de la signifiance. (Renvoi au point de départ originel de l’interprétation.)

[93] Vivre au sens de se soucier de la vie, c’est vivre au sein d’un monde et se soucier aussi bien des objets qui se rencontrent à chaque fois dans l’expérience que des modalités elles-mêmes de cette rencontre, une souciance qui se déploie selon les guises vraiment multiples des rapports, des accomplissements respectifs, et selon les rythmes très variés de la temporation. Ce n’est pas la signifiance, en tant que catégorie, qui est objet de la souciance — c’est au contraire chaque fois quelque chose du monde, trouvant l’expression qui lui correspond en tant qu’objet, que la vie elle-même vient configurer. Ce n’est pas la signifiance en tant que telle dont il est fait l’expérience, explicitement — même si l’expérience peut en être faite. Ce « peut » a son sens catégorial spécifique ; le passage de l’explicite à l’implicite est « catégorial » en un sens éminent (interprétation des catégories !). Or, c’est lorsque la vie elle-même interprète sa propre vie que la signifiance devient explicite — et c’est uniquement à partir de là qu’il est possible de comprendre pleinement ce que « c’est » et ce que veut dire : vivre factivement « en » signifiance. Il s’agit d’une formule raccourcie — « vivre en signifiance » voulant dire : vivre au beau milieu   (in) des objets, vivre en se débarrassant (aus) des objets, vivre grâce (von) aux objets, dans la teneur caractéristique catégoriale de ce qui fait sens.

Dans la souciance, la vie fait à chaque fois l’expérience de son monde, et ce sens fondamental de la traversée de l’expérience, à le prendre comme saisie préalable, est lui-même donateur de sens — et d’un sens plein — pour tout ce qui a trait à l’interprétation du statut de l’objet (y compris même et surtout l’interprétation en termes de logique formelle).

[La mouvementation de la vie factive est d’abord interprétable, descriptible à partir de l’inquiétude (Unruhe). « Comment » se déploie cette inquiétude, considérée en tant que phénomène au sens plein, c’est ce que détermine la factivité. En ce qui concerne le rapport entre vie et inquiétude, cf. Pascal, Pensées, I-VII ; la description qu’il en fait est de grande valeur, ce qui n’est le cas en revanche ni de l’analyse théorique ni de l’intention   ; et au premier chef : le rapport âme-corps, le voyage éternel5 — en posant les choses de cette manière-là, la philosophie existentielle ne peut s’en sortir. L’élucidation de l’inquiétude, l’inquiétude élucidée ; in-quiétude et questionnement ; puissances de temporation ; l’inquiétude et le pourquoi. L’aspect inquiet de l’inquiétude. Cet aspect de la vie factive quand elle se trouve entre plusieurs mondes (un entre-deux qui n’est ni démarqué ni arrêté) : entre monde alentour, monde partagé et monde du soi-même, entre monde d’avant et monde d’après ; il y a là quelque chose de positif. Le suintement partout de l’inquiétude, ses figures et ses masques. Repos — inquiétude ; phénomène et mouvement (cf. le phénomène du mouvement chez Aristote).]

Original

Leben  , im verbalen Sinne genommen, ist nach seinem Bezugssinn zu interpretieren als Sorgen; sorgen für und um etwas, sorgend von etwas leben. Mit diesem Charakter ist nicht   gemeint, daß   das Leben immer mit einer Leichenbittermiene umginge. Im ausgelassenen Taumel, in der Gleichgültigkeit  , in der Stagnation — wie immer ist »leben« charakterisiert als sorgen. Worauf   und warum das Sorgen ist, woran es sich hält, ist zu bestimmen als Bedeutsamkeit. Bedeutsamkeit ist eine kategoriale Determination von Welt  ; die Gegenstände einer Welt, die weltlichen, welthaften Gegenstände sind gelebt im Charakter der Bedeutsamkeit.

Leben ist im weitest gefaßten Bezugssinn: sorgen um das »tägliche Brot«. Der letztere Ausdruck   ist dabei ganz weit, formal-anzeigend zu verstehen  . »Darbung« (privatio, carentia) ist das bezugs- und vollzugsmäßige Grundwie des Seinssinnes von Leben. Wo der gegenteilige Aspekt sich vordrängt, wo das Leben im Besitz ist, z. B. in einem sogenannten objektiven Leben, das ganz in einer objektiven Aufgabe auf   gebt und »von selbst gleichsam« da ist, ist dieses Grundwie noch zäher, weil es sich versteckt einfrißt und eingefressen hat. Die sichere Objektivität   ist unsichere Flucht   vor der Faktizität  , und sie verkennt sich selbst gerade darin, daß sie aufgrund der Flucht die Objektivität zu steigern glaubt, wogegen die Objektivität gerade in der Faktizität zur radikalsten Aneignung   kommt.

Der kategoriale Sinn von Bedeutsamkeit ist 1. entsprechend weit zu nehmen  , und 2. als ein kategorialer Charakter der Gegenstände (formal: worauf das Sorgen geht: »etwas« (Gegenstand)), der nicht etwa fundiert ist. Das letztere besagt: Man muß eine hier sich besonders leicht   eindrängende Theorie   über die Gegenständlichkeit als solche femhalten.

Die Welt, die welthaften Gegenstände sind da im Grundwie des Lebensbezugs: Sorgen. Sie begegnen einem Sorgen, treffen es auf seinem Wege. Die Gegenstände begegnen, und das Sorgen [91] ist ein Erfahren   der Gegenstände in ihrer jeweiligen Begegnung. Begegnis charakterisiert die Grundweise des Daseins von weltlichen Gegenständen. Erfahrung charakterisiert die Grundweise des auf sie Zugehens, auf sie Stoßens. Erfahrung hier nicht im theoretischen Sinne verstanden, empirische Wahrnehmung   gegenüber rationalem Denken   oder dergleichen; der Ausdruck ist so weit zu nehmen wie der Bezugssinn Sorgen: er charakterisiert dieses nur nach einer später zu sichernden wirklichen Weise   seines Vollzugs, sofern der Kenntnischarakter, das Kenntnisnehmen im Sorgen in bestimmter Weise dominiert.

Jede Erfahrung ist in sich   selbst ein Begegnis, und zwar Begegnis in und für ein Sorgen. Der Grundcharakter des Gegenstandes ist also immer: er steht und wird getroffen auf dem Weg   der Sorge, er wird erfahren in Bedeutsamkeit. Zu interpretieren, was es heißt: Die Welt »ist da«, den Wirklichkeitscharakter der Welt des faktischen Lebens, ist weder so leicht, wie transzendentale Erkenntnistheorie   sich das vorstellt, noch so selbstverständlich und problemlos, wie der Realismus meint. Aus diesem gegenständlichen primären Gehaltssinn bestimmt sich jeweils erst der Sinncharakter von Dasein, Wirklichkeit, Realität.

Es ist also nicht so, daß Gegenstände zunächst   da sind als nackte Wirklichkeiten, etwa Naturgegenstände, die dann   im Verlauf des Erfahrene einen Wertcharakter angezogen bekommen, damit sie nicht so nackt herumlaufen. Es ist so weder in der Richtung   des umweltlichen Erfahrene noch in der Richtung der Folge   der Interpretation   und des Ansatzes derselben, als könnte die Konstitution   der Natur   nur im mindesten das Fundament   abgeben für höhere Gegenstandsarten. Vielmehr entspringt die Gegenständlichkeit Natur erst aus dem Grundsinn des Gegenstandseins von gelebter, erfahrener, begegneter Welt. (Vgl. Geschichte   des Begriffs »natura«.)

Des weiteren aber ist Bedeutsamkeit möglichst weit zu nehmen, nicht in einen bestimmten Gegenstandsbereich zu spannen. Bedeutsamkeit darf nicht identifiziert werden   mit Wert  ; [92] vielmehr ist das eine Kategorie, die ihrerseits ebenfalls durch eine bestimmte Ausformung erst sich aus konkreter Welterfahrung abheben   läßt und von daher dann mit Recht oder Unrecht als eigene Seinssphäre angesetzt wird, bezüglich ihrer Genesis   analog wie Natur als Grundwirklichkeit, Realitätsfundament vorgestellt.

Es ist aber wohl zu beachten, daß hiermit nur erst das verwirrende Andrängen einer verbreiteten Theorie kenntlich gemacht ist. Die Überwindung   derselben ist eine prinzipielle Aufgabe, die sie an ihren Winzeln fassen und auf ihren prinzipiellen Fundierungs- und Problemausgangsanspruch hin beurteilen muß. Die besagte Theorie ist also nur von der prinzipiellen Problematik der Philosophie her aufzuheben, und es ist philosophisch noch nichts getan mit dem Hinweis darauf, daß die sinngenetischen Zusammenhänge in umgekehrter Richtung laufen.

Zu beachten bleibt: Die besagte Theorie ist nicht erst von heute  ; sie hat ihre geistes- und vollzugsgeschichtlichen Wurzeln in der griechischen Philosophie, so zwar, daß in dieser beide Motive des Ansetzens (ursprüngliche Erfahrungsexplikation und kategoriale theoretische Explikation  ) lebendig sind, und daß lediglich das eine im Prozeß der Verflachung des Ursprünglichen verloren ging. (Vgl. ουσία, »Haben«, »Hausstand«, »Vermögen  «.) Zugleich ist sie durch prinzipiell wichtige geistesgeschichtliche Verflechtungen hindurchgegangen, die ihre Spuren zum Teil in der Problematik der heutigen Erkenntnistheorie als solcher zurückgelassen haben. Hier dient der Hinweis nur dazu  , eine Verengung des Sinnes von Bedeutsamkeit und die Vorannahme ihres fundierten Charakters abzuwehren, um das Verständnis des Folgenden nicht zu sehr zu hemmen.

Wie ein Gegenstand im Leben nach seinem gehaltlichen Grundsinn ist, wie er hier in einer Welt und als welcher er sich hält und verhält, das ist mit der Kategorie Bedeutsamkeit angezeigt. (Hinweis auf den ursprünglichen Interpretationsansatz.)

[93] Das Leben als Sorgen lebt in einer Welt und sorgt sich in den mannigfaltigsten Weisen   der entsprechenden Bezüge, Vollzüge und der Zeitigung   um die jeweils in der Erfahrung begegnenden Gegenstände und die Begegnisse selbst. Nicht die Bedeutsamkeit als kategorialer Charakter ist Gegenstand der Sorge, sondern je Weltliches, das seinen entsprechenden gegenständlichen Ausdruck findet, den das Leben selbst ausbildet. Nicht ist Bedeutsamkeit als solche erfahren, ausdrücklich; sie kann aber erfahren werden. Das »kann« hat seinen besonderen kategorialen Sinn; Übergang   von Ausdrücklichkeit zu Unausdrücklichkeit ist im eminenten Sinne »kategorial« (Kategorieninterpretation!). Die Bedeutsamkeit wird aber ausdrücklich in der eigenen Interpretation des Lebens bezüglich seiner selbst, von wo aus erst voll verständlich wird, was es »ist« und heißt: »in« Bedeutsamkeit faktisch leben. Eine verkürzte Rede  : »in Bedeutsamkeiten leben« meint: in, aus und von Gegenständen im kategorialen Gehaltscharakter des Bedeutsamen leben.

Im Sorgen erfährt das Leben jeweils seine Welt, und dieser Grundsinn des Erfahrenseins ist für alle Gegenständlichkeitsinterpretation — auch und sogar die formallogische mit inbegriffen — vorgrifflich sinngebend, nach dem vollen Sinn.

[Die Bewegtheit des faktischen Lebens ist vorgängig ausleg-bar, beschreibbar als die Unruhe. Das Wie   dieser Unruhe als volles Phänomen   bestimmt die Faktizität. Betr. Leben und Unruhe vgl. Pascal, Pens. I-VII; wertvoll die Deskription, nicht aber die Theorie und die Vorhabe; vor allem: Seele  Körper  , le voyage étemel, für existenzielle Philosophie derart nicht zugänglich. Die Unruhe-erhellung, die erhellte Unruhe; Un-ruhe und Fraglichkeit; Zeitigungsmächte; Unruhe und das Wozu. Der unruhige Aspekt der Unruhe. Das unabgehobene, unentschiedene Zwischen   des Aspekts des faktischen Lebens: zwischen Um-, Mit-, Selbst-, Vor- und Nachwelt; etwas Positives. Das überall Durchsickern der Unruhe, ihre Gestalten und Masken. Ruhe — Unruhe; Phänomen und Bewegung   (vgl. das Bewegungsphänomen bei   Aristoteles).]


Ver online : Phänomenologische Interpretationen zu Aristoteles [GA61]