Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

Página inicial > Gesamtausgabe > GA27:5-6 – ser-aí e filosofar

GA27:5-6 – ser-aí e filosofar

sexta-feira 1º de dezembro de 2023

Casanova

[…] Adquirir conhecimentos, mesmo conhecimentos eruditos e abrangentes quanto ao que e como os filósofos pensaram, até pode ser útil. No entanto, sua utilidade não se reverte para o filosofar. Ao contrário: a posse de conhecimentos sobre filosofia é a principal causa da ilusão de que com isso estaríamos alcançando o filosofar.

De que outra maneira podemos então conquistar uma compreensão prévia da filosofia, uma compreensão de que carecemos, se é que o filosofar não deve ser um processo cego, mas um agir levado a termo em meio à liberdade? Precisamos evidentemente [6] buscar essa pré-compreensão do filosofar na forma que já está pré-delineada para nós pela própria essência do filosofar. Nosso saber quanto a isso se resume agora a uma afirmação: o filosofar pertence ao ser-aí humano como tal. Nesse “como tal”, ele acontece e tem a sua história (cf. pp. 241 s.).

No ser-aí, o filosofar deve ser posto em curso. O ser-aí humano, porém, jamais existe em termos universais. Ao contrário, ao existir, cada ser-aí sempre existe como ele mesmo. Em nosso próprio ser-aí, o filosofar deve ser levado a acontecer. Em nosso ser-aí – não no sentido universal, mas em nosso ser-aí aqui e agora, nesse instante e nas perspectivas que esse instante, em que nos preparamos para tratar da filosofia, apresenta. A filosofia deve tornar-se livre em nós, em nós e nessa conjuntura. Em que conjuntura? Naquela que determina agora de forma primária e essencial a existência de nosso ser-aí, isto é, nosso escolher, nosso querer, fazer e omitir.

Redondo

[…] Adquirir conocimientos, e incluso adquirir una vasta erudición en lo que respecta a lo que los filósofos han pensado, puede ser de utilidad, pero no para el filosofar. Al contrario: la posesión de conocimientos sobre filosofía es la causa principal de la errónea suposición de que con ello se ha llegado ya a filosofar.

Pero, ¿de qué otro modo podremos obtener esa precomprensión de la filosofía, de la que hemos menester, si el filosofar no ha de ser un proceso ciego sino una acción asumida en libertad? Manifiestamente, esta precomprensión de la filosofía habremos de buscarla de una forma que en cierto modo nos venga ya de antemano señalada por la esencia misma del filosofar. De tal esencia sólo sabemos ahora lo siguiente, y ello sólo en el sentido de una simple afirmación, a saber: el [20] filosofar pertenece a la exsistencia humana como tal: en ésta como tal sucede el filosofar y tiene el filosofar su historia (cfr. más abajo pág. 240).

En la exsistencia ha de ponerse en marcha el filosofar. Pero la exsistencia humana, el Dasein   humano, no existe nunca así en general, sino que, cuando existe, cada exsistencia existe como ella misma. En nuestra exsistencia o Dasein mismo tiene que hacerse suceder el filosofar. En nuestra exsistencia —pero tampoco así en general, sino en nuestra exsistencia aquí y ahora, en este instante y en las perspectivas que ofrece este instante en que nos disponemos a tratar de filosofía. En nosotros ha de quedar libre la filosofía, en nosotros y en esta situación. ¿En cuál situación? En aquella que ahora determina primaria y esencialmente el existir de nuestra exsistencia, es decir, nuestro elegir, nuestro querer, hacer y omitir.

Original

[…] Kenntnisse, und gar umfassende gelehrte Kenntnisse darüber erwerben, was und wie Philosophen gedacht haben  , mag von Nutzen   sein  , aber nur nicht   für das Philosophieren. Im Gegenteil: Der Besitz von Kenntnissen über Philosophie   ist die Hauptursache der Täuschung  , man sei damit zum Philosophieren gelangt.

Wie anders aber läßt sich ein Vorverständnis   der Philosophie gewinnen, dessen wir bedürfen, wenn das Philosophieren nicht ein blinder Vorgang  , sondern ein in Freiheit   ergriffenes Handeln   sein soll? Dieses Vorverständnis der Philosophie müssen wir offenbar   in der Weise   suchen  , die uns durch das Wesen   des Philosophierens schon vorgezeichnet ist. Wir wissen   darüber jetzt   nur im Sinne einer Behauptung: Das Philosophieren gehört zum menschlichen Dasein als solchem. In diesem als solchem geschieht es und hat es seine Geschichte   (vgl. unten S. 226).

Im Dasein soll Philosophieren in Gang kommen  . Aber menschliches Dasein existiert ja nicht und nie so im allgemeinen, sondern jedes Dasein existiert, wenn es existiert, als es selbst  . In unserem Dasein selbst soll das Philosophieren zum [6] Geschehen   gebracht werden  . In unserem Dasein — aber auch nicht so im allgemeinen, sondern in unserem Dasein jetzt und hier, in diesem Augenblick   und in den Perspektiven, die dieser Augenblick hat, in dem wir uns anschicken, von der Philosophie zu handeln. In uns soll Philosophie frei werden, in uns in dieser Lage. In welcher? In derjenigen, die jetzt die Existenz   unseres Daseins, d.h. das Wählen  , Wollen  , Tun   und Lassen   primär und wesentlich bestimmt.

[HEIDEGGER, Martin. Introdução à Filosofia. Tr. Marco Antonio Casanova  . São Paulo: Martins Fontes, 2008, p. 5-6]


Ver online : Einleitung in die Philosophie [GA27]