Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

Página inicial > Gesamtausgabe > GA27:224 – filosofia além do velho e do novo

GA27:224 – filosofia além do velho e do novo

segunda-feira 26 de abril de 2021

Casanova

Em tudo o que há de essencial, contudo – e essa é uma característica sua não há nenhum progresso e, por conseguinte, também nenhuma desvalorização. De acordo com a sua essência, o real filosofar nunca pode ser ultrapassado. Ao contrário, ele mesmo sempre precisa ser novamente repetido. Onde quer e quando quer que o real filosofar aconteça, ele sempre se insere diretamente e por si mesmo no diálogo com o passado histórico da filosofia e vê, então, que não pode haver na filosofia nenhuma novidade, tampouco nada antiquado; ele se encontra para além da dicotomia entre velho e novo. Nesse sentido, partindo do começo decisivo da filosofia, ou seja, de Platão   e Aristóteles  , foi importante elucidar sucintamente que a pergunta acerca do conceito de ser é a pergunta central da filosofia – τί τὸ ὂν – , que pertence à essência do ser-aí o compreender o ser – ἡ ψυχὴ τεϑέαται τὰ ὄντα   – e que somente por isso é possível a existência fática do ser-aí. Com certeza, só se consegue abordar de fato a história quando não se fica repetindo simplesmente o que foi dito, ou seja, quando não se apela simplesmente de maneira dogmática para a filosofia anterior, seja a de Aristóteles ou a de Kant  ; a história só nos remete ao essencial se ela mesma é levada a co-filosofar por meio do vivo filosofar. [HEIDEGGER, Martin. Introdução à Filosofia. Tr. Marco Antonio Casanova  . São Paulo: Martins Fontes, 2008, p. 239]

Original

Wirkliches Philosophieren kann seinem Wesen   nach nie überholt werden  , sondern muß selbst   immer neu wiederholt werden. Wo und wann wirkliches Philosophieren geschieht, kommt es von selbst direkt in das Gespräch   mit der geschichtlichen Vergangenheit   der Philosophie   und sieht dann  , daß   es in der Philosophie keine Neuigkeit, daher aber auch nichts   Veraltetes geben kann; es steht jenseits von Alt und Neu. Es galt daher, kurz aus dem entscheidenden Anfang   der Philosophie, Platon und Aristoteles, zu verdeutlichen  , daß die Frage   nach dem Begriff   des Seins die zentrale der Philosophie ist – τί τὸ ὂν – und daß es zum Wesen des Daseins (Seele  ) gehört, Sein   zu verstehen   – ἡ ψυχὴ τεϑέαται τὰ ὄντα, – und daß nur deshalb faktische Existenz   des Daseins möglich ist. Allerdings wird die Geschichte   nur zum Reden gebracht, wenn man nicht nachredet, d.h. sich dogmatisch auf   eine frühere Philosophie einfach beruft, sei es Aristoteles oder Kant; die Geschichte gibt nur das Wesentliche wieder, wenn sie durch lebendiges Philosophieren selbst zum Mitphilosophieren gebracht wird. [GA27  :224]


Ver online : INTRODUÇÃO À FILOSOFIA [GA27]