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lethe / λήθη / ληθε / λανθάνει / lathanei / λανθάνομαι / lanthanomai / lath / λάθε / lathe / ἐλάνθανε / elanthane / λαθών / λαθόν / lathon / λάθρα / lathra
Quanto mais a maioria dos homens se vê, contudo, presa no cotidiano à respectiva aparência e às opiniões correntes sobre o ente, quanto mais eles se sentem bem aí e se acham assim ratificados, tanto mais se lhes “oculta” o ser (λανθάνει). No caso dos homens, a consequência desse ocultamento do ser é o fato de eles serem atacados pela λήθη, por aquele ocultamento do ser que desperta a aparência de que não haveria algo assim como o ser. Traduzimos a palavra grega λήθη por “esquecimento”. Todavia, “esquecimento” tem de ser pensado aqui em termos metafísicos, e não em termos psicológicos. A maioria das pessoas se perdem no esquecimento do ser, apesar de elas, sim, justamente porque só lidam constantemente com o que imediatamente vem ao encontro. Pois esse não é o ente, mas apenas isso ἅ νῦν εἶναί φαμεν (249c), isso “de que agora dizemos que ele é”. O que nos acomete e nos requisita a cada vez aqui e agora, desse modo ou de outro, como esse e como aquele ente respectivo, é, na medida em que efetivamente é, apenas um ὁμοίωμα, uma equiparação ao ser. Ele não é senão uma aparência do ser. No entanto, aqueles que permanecem decaídos no esquecimento do ser não sabem nada nem mesmo sobre essa aparência como aparência. Pois senão eles precisariam conhecer imediatamente o ser que vem à tona em meio à aparência, ainda que de modo apenas “precário”. Eles sairiam, com isso, do esquecimento [157] do ser e, em vez de se entregarem à escravidão do esquecimento, conservariam a μνήμη em meio à lembrança do ser. Ολίγαι δὴ λείπονται αἶς τὸ τῆς μνήμης ἱκανῶς πάφεστιν (250a5). “Portanto, somente poucos permanecem tendo à sua disposição a capacidade de pensar o ser.” Todavia, mesmo esses poucos não conseguem ver imediatamente a aparência daquilo que vem ao encontro de tal modo que o ser venha à tona para eles. Carece-se de condições próprias. Sempre segundo o modo como o ser se dá, o poder de automostração da ἰδέα se lhe torna próprio, e, com isso, a força de atração e vinculação. [GA6 ]
Matérias
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Boutot (IFH:51-58) – Da essência da verdade à verdade da essência
17 de fevereiro de 2017, por Cardoso de Castro
Excerto de Alain Boutot, Introdução à Filosofia de Heidegger. Tr. Francisco Gonçalves. Lisboa: Europa-América, 1993, p. 51-58
Na conferência Da Essência da Verdade, pronunciada pela primeira vez em 1930, Heidegger põe em questão o conceito tradicional de verdade. Esclarece as suas condições de possibilidade e mostra que esse conceito repousa sobre uma verdade mais original, a verdade do ser.
A) O conceito corrente de verdade.— A verdade, no sentido corrente, consiste na adequação ou (…)
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Arendt (LM:182-187) o conceito de Eu em Heidegger
2 de maio de 2017, por Cardoso de Castro
Helena Martins
Finalmente, há o conceito de Eu, e é este o conceito cuja mudança na "reviravolta" é a mais inesperada e também a que tem maiores consequências. Em Ser e Tempo, o termo "Eu" é "a resposta para a questão Quem [é o homem] ?", em oposição à questão "O que ele é "; o Eu é o termo para a existência do homem em oposição a qualquer qualidade que ele possa ter. Essa existência, o "autêntico ser um Eu", é extraída polemicamente do "Eles". ("Mit dem Ausdruck ’Selbst’ antworten wir auf (…)
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GA14: Ereignis
28 de junho de 2021, por Cardoso de Castro
HEIDEGGER, Martin. Martin Heidegger – Conferências e Escritos Filosóficos. Tradução e notas Ernildo Stein. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1999
No destinar do destino do ser, no alcançar do tempo, mostra-se um apropriar-se trans-propriar-se, do ser como presença e do tempo como âmbito do aberto, no interior daquilo que lhes é próprio. Aquilo que determina a ambos, tempo e ser, o lugar que lhes é próprio, denominamos: das Ereignis (o acontecimento-apropriação). O que nomeia esta palavra, (…)
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GA54: Estrutura da Obra
10 de fevereiro de 2017, por Cardoso de Castro
Trad. brasileira Sérgio Mário Wrublevski
INTRODUÇÃO - MEDITAÇÃO PREPARATÓRIA COM O NOME E A PALAVRA ALETHEIA E SUA ESSÊNCIA CONTRÁRIA. DUAS INDICAÇÕES DA TRADUÇÃO DA PALAVRA ALETHEIA
§ 1. A deusa "Verdade". Parmênides I, 22-32
a) O conhecimento usual e o saber essencial. Renúncia da interpretação usual do "poema doutrinário" através da atenção para a exigência do princípio
Recapitulação
1) Início e princípio. O pensar usual e o pensar originado pelo princípio. O retraimento diante (…)
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GA7:245-246 — A dobra de ser e ente
6 de abril de 2017, por Cardoso de Castro
Schuback
A relação de pensar e ser está em discussão. Antes de mais nada, devemos considerar atentamente que, pensando de forma penetrante sobre essa relação, o texto (fragmento VIII, 34s.) fala do eon e não do einai, como no fragmento III. Com isso pode-se, até com certo direito, achar que, no fragmento VIII, a questão não é o ser, mas o ente. Só que na palavra eon Parmênides não pensa, de modo algum, o ente em si a que, enquanto totalidade, também o pensamento pertence porque é também (…)
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GA11:56-72 – A Diferença Ontológica
26 de maio de 2023, por Cardoso de Castro
Trata-se aqui de discutir, primeiro, apenas como questão, aquela da essência onto-lógica da metafísica. Unicamente o próprio objeto pode apontar para o lugar o qual analisa a questão da constituição onto-teo-lógica da metafísica de tal maneira que procuremos pensar mais objetivamente o objeto do pensamento. Este foi legado ao pensamento ocidental sob o nome de, "ser". Se pensarmos este objeto um pouco mais objetivamente, se prestarmos atenção ao que é controvertido no objeto, então se (…)
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GA34: Estrutura da Obra
7 de fevereiro de 2017, por Cardoso de Castro
Trad. française de Alain Boutot
Considérations introductives
§ 1. Que nos préjugés concernant l’« essence » et la « vérité », tout en « allant de soi », sont dignes d’être mis en question
§ 2. Le retour au cour de l’histoire du concept de vérité n’a pas pour but de confirmer historiquement nos préjugés, mais de nous faire entrer dans le domaine de l’expérience grecque initiale de l’aletheia (l’ouvert sans retrait)
PREMIERE PARTIE - LE SIGNE VERS L’« ESSENCE » DE L’ALETHEIA. UNE (…)