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GA6T1:57 – A própria vontade nunca pode ser querida
segunda-feira 4 de maio de 2020
Casanova
A própria vontade nunca pode ser querida. Nunca podemos nos decidir a ter uma vontade, no sentido de que poderíamos nos arrogar uma vontade; pois toda decisão se mostra como o querer mesmo. Se dizemos que ele quer ter sua vontade levada a termo dessa ou daquela forma, então ter-vontade significa aqui tanto quanto se encontrar propriamente em meio a seu querer, reter-se em toda a sua essência e ser senhor sobre ela. Precisamente essa possibilidade, porém, indica que sempre estamos no querer, mesmo se estivermos aí contra a nossa vontade. Aquele querer próprio que irrompe na decisão, aquele “sim” é o que promove o acometimento de toda a nossa essência, de todo o nosso ser em nós. (GA6T1MAC:44)
Original
Der Wille selbst kann nicht gewollt werden. Wir können uns niemals entschließen, einen Willen zu haben, in dem Sinne, daß wir uns erst den Willen zulegen; denn jene Entschlossenheit ist das Wollen selbst. Wenn wir sagen: er will seinen Willen haben zu dem und dem, so meint hier Willenhaben so viel wie: eigentlich im Willen stehen, sich im ganzen Wesen ergreifen und über es Herr sein. Aber gerade diese Möglichkeit zeigt an, daß wir immer im Willen sind, auch wenn wir nicht willens sind. Jenes eigentliche Wollen im Aufbruch der Entschlossenheit, dieses Ja ist es, durch das jener Anfall des ganzen Wesens an uns und in uns kommt. (GA6T1 :57)
[Excerto de HEIDEGGER, Martin. Nietzsche I. Tr. Marco Antônio Casanova . Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010, p. 44]
Ver online : NIETZSCHE I [GA6T1]