Betrieb  , empresa, funcionamento, funcionamiento, estabelecimento, things moving, rémue-ménage, quehacer

A partida, compreender-se-á por tal aquele fenômeno pelo qual, hoje, uma ciência, seja ela da natureza ou do espírito, só ganha autoridade como ciência quando se tiver capacitado institucionalmente. Só que a investigação [Forschung  ] não é empresa [Betrieb] porque o seu trabalho é realizado em institutos, mas os institutos são necessários porque a ciência em si, enquanto investigação, tem o carácter da empresa. O procedimento [Verfahren] pelo qual as áreas objectuais [Gegenstandsbezirke  ] singulares são conquistadas não acumula simplesmente resultados [Ergebnisse]. Em vez disso, com a ajuda dos seus resultados, instala-se sempre em função de um novo avançar. Na instalação de máquinas, que é precisa à física, para a execução da desintegração do átomo, esconde-se toda a física até agora. Correlativamente, na investigação historiográfica, a comprovação das fontes só é aplicável à explicação quando as próprias fontes estiverem asseguradas com base em explicações historiográficas. Nestes processos [Vorgängen], o procedimento da ciência é circunscrito através dos seus resultados. O procedimento orienta-se cada vez mais para as possibilidades do avançar abertas por ele mesmo. Este ter de instalar-se em função dos próprios resultados, enquanto estes constituem caminhos e meios do procedimento em progressão, é a essência do carácter de empresa da investigação. Este é, no entanto, o fundamento interior da necessidade do seu carácter institucional [Institutcharakters]. [GA5BD  :106]

A palavra “empresa (máquina de negócios)” (Betrieb) não tem aqui um sentido pejorativo. Porquanto a investigação é, em sua essência, empresa (máquina de negócios), a atividade de empresarial (máquina de negócios) da mera empresa — sempre possível — desperta também a aparência da suprema realidade, por trás da qual se leva a cabo o abandono do trabalho de investigação. A empresa (máquina de negócios) se converte em pura empresa (máquina de negócios) quando, durante o processo, ela já não se mantém aberta para a realização sempre nova do projeto, mas abandona atrás de si o próprio projeto como se fosse algo dado sem nem sequer confirma-lo, limitando-se a perseguir os acontecimentos que se vão acumulando para verifica-los e conta-los. Há que combater sempre a mera empresa precisamente porque a investigação é empresa (máquina de negócios) em sua essência. Claro que se somente buscamos o caráter científico da ciência em uma muda erudição, parecerá como se o rechaçar da empresa (máquina de negócios) equivalesse a uma negação do essencial caráter de empresa (máquina de negócios) da investigação. Porém quanto mais pura for a conversão da investigação em empresa (máquina de negócios), até chegar a fazer-se com seus próprios rendimentos, tanto mais constantemente crescerá nela o perigo da pura atividade empresarial . Finalmente, se produzirá um estado no qual a distinção entre uma e outra classe de empresa não somente já não será perceptível, mas inclusive irreal. É precisamente este estado de equilíbrio entre o essencial e o inessencial, dentro da medida do que se dá por suposto como algo evidente, o que faz com que a investigação como figura da ciência e, em geral, a Idade Moderna, sejam duradouras. Todavia, onde encontra a investigação o equilíbrio frente à mera empresa dentro de sua própria empresa (máquina de negócios)? [DZW  ]