Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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SZ:294 – agir

quinta-feira 15 de novembro de 2018

Schuback

É a partir da expectativa de uma indicação útil das possibilidades de “ação"seguras, disponíveis e calculáveis que se sente a falta de um conteúdo “positivo” no que se apela. Essa expectativa funda-se no horizonte da ocupação que compreende e força a existência da presença à ideia de um todo negociável segundo regras. Tais expectativas que, em parte, constituem também o solo implícito da exigência de uma ética material dos valores frente a uma ética “meramente” formal   acabam se decepcionando com a consciência. O apelo da consciência não propicia tais indicações “práticas” unicamente porque ele faz apelo à presença para a existência, para o poder-ser mais próprio de si mesma. Com as máximas esperadas e precisamente calculadas, a consciência negaria à existência nada menos do que a possibilidade de agir. Porque, manifestamente, a consciência não pode ser “positiva” nesse modo, ela também não funciona nesse mesmo modo “apenas negativamente". O apelo não entreabre nada que, enquanto algo passível de ocupação, pudesse ser positivo ou negativo, porque ele diz respeito a um ser ontologicamente diverso, qual seja, à existência. Em contrapartida, no sentido existencial, o apelo, compreendido corretamente no sentido existencial, propicia o que há “de mais positivo”, ou seja, a possibilidade mais própria que se pode dar à presença enquanto reclamação apeladora do poder-ser faticamente a cada vez si-mesma. Ouvir com propriedade o apelo significa colocar-se na ação fática. Só podemos conquistar uma interpretação plena e suficiente do que se apela no apelo quando se elaborar e apresentar a estrutura existencial à base da compreensão que propriamente escuta o interpelar como tal. (2006, p. 374)

Castilho

Falta no apelo um conteúdo “positivo" porque se aguarda uma indicação cada vez utilizável de possibilidades de “ação”, disponíveis, calculáveis e seguras. Esse aguardar funda-se no horizonte-de-interpretação da ocupação-que-entende, a qual constrange o existir do Dasein   à ideia de um encaminhamento-de-negócio regulável. Tais expectativas, em parte também fundadas na exigência de uma ética material de valores que se opõe a uma ética “somente” formal, não são, porém, satisfeitas pela consciência. O apelo da consciência não fornece semelhantes instruções “práticas” por unicamente exortar o Dasein à existência, ao seu mais-próprio poder-ser si-mesmo. Se fornece as aguardadas máximas, univocamente calculáveis, a consciência subtrai à existência nada menos do que a possibilidade de agir. Entretanto, que seja manifesta a impossibilidade de a consciência ser “positiva” desse modo não significa que ela só funcione desse mesmo modo “negativamente”. O apelo nada abre que possa ser positivo ou negativo como algo suscetível de ocupação, porque ele designa um ser que é ontologicamente de todo diverso: a existência. Ao oposto, em sentido existenciário, o apelo, corretamente entendido, oferece o “que há de mais positivo”, isto é, a possibilidade mais-própria que o Dasein possa se dar, como apelo para-adiante e para-trás, apelo para em cada caso o factual poder-ser-si-mesmo. Ouvir o apelo propriamente significa transportar-se para o agir factual. Mas só conquistamos a interpretação plenamente suficiente daquilo para que se apela no apelo, ao pôr em claro a estrutura existenciária que reside no entendimento do apelo em que a intimação é ouvida propriamente. (p. 805)

Rivera

Se echa de menos un contenido “positivo” en lo proclamado por la conciencia, porque se espera una indicación fácilmente utilizable de posibilidades de “acción” que sean disponibles, calculables y seguras. Esta expectativa se funda en el horizonte de interpretación del ocuparse dirigido por la comprensión común, horizonte que fuerza a pensar el existir del Dasein dentro de la idea   de un trámite regulable. Tales expectativas, que están parcialmente implícitas en la exigencia de una ética material de los valores, contrapuesta a una ética “solamente” formal, se ven ciertamente defraudadas por la conciencia. Si la llamada de la conciencia no da ese tipo de instrucciones “prácticas”, es únicamente porque ella intima al Dasein a la existencia, a su más propio poder-ser-sí-mismo. Con las máximas inequívocamente contabilizables que se echan de menos, la conciencia rehusaría a la existencia nada menos que —la posibilidad de actuar. Pero si la conciencia evidentemente no puede ser “positiva” en este modo de ser, no por eso tiene en él una función “solamente negativa”. La llamada no abre nada que pueda ser positivo o negativo en cuanto objeto de ocupación, porque ella atañe a un ser que es en lo ontológico totalmente diferente: a la existencia. En cambio, en sentido existencial, la llamada correctamente entendida ofrece lo “máximamente positivo”, vale decir, la posibilidad más propia que el Dasein pueda darse; y lo hace como pre-vocante llamada hacia atrás, como llamada hacia el poder-ser-sí-mis-mo fáctico. Escuchar propiamente la llamada significa entrar en el actuar fáctico. Sin embargo, la interpretación plenamente suficiente de lo proclamado en la llamada sólo podrá lograrse cuando se saque a luz la estructura existencial de la comprensión de la llamada que escucha en forma propia. (p. 311)

Martineau

À partir de quoi l’absence d’une teneur « positive   » de ce qui est « crié » se laisse-t-elle regretter ? Réponse : à partir de l’attente de l’indication - à chaque fois utilisable - de sûres possibilités disponibles et calculables d’« action ». Cette attente se fonde dans l’horizon   d’explicitation de la préoccupation d’entendement, horizon qui soumet l’exister du Dasein à l’idée d’une économie réglable. Mais la conscience s’empresse de décevoir de telles attentes, qui, pour partie, ne sont pas moins au fondement de l’exigence d’une éthique matériale des valeurs opposée à une éthique « seulement » formelle. Et si l’appel de la conscience ne donne point de telles consignes « pratiques », c’est uniquement parce qu’il con-voque le Dasein à l’existence, au pouvoir-être-Soi-même le plus propre. Du reste, si elle délivrait ces maximes attendues, univoquement calculables, la conscience ne refuserait rien de moins à l’existence que - la possibilité d’agir. Cependant, que la conscience ne puisse manifestement être « positive » de cette manière, ne signifie pas qu’elle « ne » fonctionne - de la même manière - « que négativement ». L’appel n’ouvre rien qui puisse être positif ou négatif pour la préoccupation, parce qu’il vise un être ontologiquement tout à fait autre, l’existence. Au sens existential, en revanche, l’appel bien compris livre « ce qu’il y a de plus positif », à savoir la possibilité la plus propre que le Dasein puisse se proposer, en tant que rappel pro-vocant à ce qui est à chaque fois le pouvoir-être-Soi-même factice. Entendre authentiquement l’appel, cela veut dire se transporter dans l’agir factice. Toutefois, nous ne pourrons conquérir une interprétation absolument satisfaisante de ce qui est crié dans l’appel que si nous dégageons la structure existentiale qui se trouve dans la compréhension où l’ad-vocation est authentiquement entendue.

Vezin

L’absence de contenu « positif », dans ce qui est appelé, sévit dès lors que ce qui est attendu, ce sont des instructions chaque fois utiles concernant de sûres possibilités d’« action » dont on puisse disposer en les faisant entrer dans un calcul. Cette attente se fonde sur l’horizon d’explicitation dont relèvent la préoccupation et son bon sens; dans cet horizon, l’existence du Dasein est astreinte à se plier à l’idée d’une affaire à gérer selon certaines règles. Ce genre d’espoir, qui est aussi pour une part implicitement à la base de l’exigence d’une éthique matérielle des valeurs par opposition à une éthique « seulement » formelle, est voué à être déçu par la conscience morale. Des consignes « pratiques » de ce genre, l’appel de la conscience morale n’en donne pas la moindre, pour la seule et unique raison qu’il appelle le Dasein à l’existence, au pouvoir-être-soi-même qui lui est le plus propre. En attendant ce type de maximes sur lesquelles elle puisse compter sans ambiguïté, la conscience morale ne refuserait à l’existence rien de moins que - la possibilité d’agir. Comme ce n’est manifestement pas de cette manière-là que la conscience morale peut être « positive », ce n’est cependant pas non plus ainsi qu’elle peut avoir un rôle « simplement négatif ». L’appel ne découvre rien qui pourrait être positif ou négatif en tant qu’il serait susceptible de préoccuper parce qu’il porte sur un être ontologiquement tout à fait autre, l’existence. Au sens existential, en [352] revanche, l’appel correctement entendu donne ce qu’il y a « de plus positif », il donne la possibilité la plus propre que le Dasein puisse se donner d’avance en tant que rappel instigateur de vocation au pouvoir-être-soi-même qui est chaque fois factif. Écouter proprement l’appel, c’est se mettre factivement à l’action. Mais nous n’aurons d’interprétation pleinement satisfaisante de ce qui est appelé dans l’appel que si nous mettons à jour la structure existentiale sous-jacente à l’entendre qui, comme tel, est proprement à l’écoute de l’interpellation. (p. 351-352)

Macquarrie & Robinson

We miss a ‘positive’ content in that which is- called, because we expect to be told something currently useful about assured possibilities of ‘taking action’ which are available and calculable. This expectation has its basis within the horizon of that way of interpreting which belongs to common-sense concern — a way of interpreting which forces Dasein’s existence to be subsumed under the idea of a business procedure that can be regulated. Such expectations (and in part these tacitly underlie even the demand for a material ethic of value as contrasted with one that is ‘merely’ formal) are of course disappointed by the conscience. The call of conscience fails to give any such ‘practical’ injunctions, solely because it summons Dasein to existence, to its ownmost potentiality-for-Being-its-Self. With the maxims which one might be led to expect — maxims which could be reckoned up unequivocally — the conscience would deny to existence nothing less than the very possibility of taking action. But because the conscience manifestly cannot be ‘positive’ in this manner, neither does it function ‘just negatively’ in this same manner. The call discloses nothing [341] which could be either positive or negative as something with which we can concern ourselves; for what it has in view is a Being which is ontologically quite different — namely, existence. On the other hand  , when the call is rightly understood, it gives us that which in the existential sense is the ‘most positive’ of all — namely, the ownmost possibility which Dasein can present to itself, as a calling-back which calls it forth into its factical potentiality-for-being-its-Self at the time. To hear the call authentically, signifies bringing oneself into a factical taking-action. But only by setting forth the existential structure implied in our understanding of the appeal when we hear it authentically, shall we obtain a fully adequate Interpretation   of what is called in the call. (p. 340-341)

Original

Vermißt wird ein »positiver« Gehalt   im Gerufenen aus der Erwartung   einer jeweilig brauchbaren Angabe verfügbarer und berechenbarer sicherer Möglichkeiten des »Handelns«. Diese Erwartung gründet im Auslegungshorizont des verständigen Besorgens, der das Existieren des Daseins unter die Idee   eines regelbaren Geschäftsganges zwingt. Solche Erwartungen, die zum Teil auch der Forderung einer materialen Wertethik gegenüber einer »nur« formalen unausgesprochen zugrundeliegen, werden   allerdings durch das Gewissen   enttäuscht. Dergleichen »praktische« Anweisungen gibt der Gewissensruf nicht  , einzig deshalb, weil er das Dasein zur Existenz  , zum eigensten Selbstseinkönnen, aufruft. Mit den erwarteten, eindeutig verrechenbaren Maximen würde das Gewissen der Existenz nichts Geringeres versagen als -die Möglichkeit   zu handeln  . Weil das Gewissen offenbar   in dieser Weise   nicht »positiv« sein   kann, fungiert es aber auch nicht in derselben Weise »nur negativ«. Der Ruf   erschließt nichts, was positiv oder negativ sein könnte als Besorgbares, weil er ein ontologisch   völlig anderes Sein meint, die Existenz. Im existenzialen Sinne dagegen gibt der rechtverstandene Ruf das »Positivste«, das heißt die eigenste Möglichkeit, die das Dasein sich vorgeben kann, als vorrufender Rückruf in das jeweils faktische Selbstseinkönnen. Den Ruf eigentlich   hören  , bedeutet, sich in das faktische Handeln bringen  . Die vollzureichende Interpretation des im Ruf Gerufenen gewinnen wir aber erst dadurch, daß   die existenziale Struktur   herausgestellt wird, die im eigentlich hörenden Anrufverstehen als solchem liegt. (p. 294)


Ver online : ÊTRE ET TEMPS (Martineau)