Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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GA89:97-98 – tornar presente e cérebro

sexta-feira 28 de setembro de 2018

Arnhold & Prado

No último seminário, tentamos esclarecer o fenômeno do tornar presente. Tratava-se de perceber este fenômeno como uma simples relação com o mundo – sem considerar as teorias filosóficas, por exemplo, a colocação do homem como sujeito e do mundo como objeto; sem considerar a Fisiologia e a Psicologia, sem considerar a pergunta como um tornar presente seria possível e sem considerar que o fenômeno possa ser condicionado somática e psiquicamente. Mas, na hipótese de que na execução do tornar presente participem processos mentais, processos somáticos no sentido mais amplo, a pergunta qual é a relação destes processos com o fenômeno só pode ser colocada se estiver suficientemente esclarecido para quê estes processos se relacionam; se antes estiver claro, pois, o que é enquanto tal o tornar presente no qual nos encontramos. Na maneira de ver fisio-psicológica predominante, tal fenômeno é presumido como natural e conhecido e ele não apenas continua indeterminado como fenômeno, mas principalmente um fato decisivo deixa de ser considerado, isto é, que a familiaridade com o fenômeno deve ser pressuposta se as explicações físico-psíquicas não tiverem que permanecer no ar. Aqui, de repente, termina a exatidão normalmente exigida pela ciência. A ciência se torna cega para aquilo que ela deve pressupor, cega para aquilo que ela gostaria de explicar à sua maneira, em sua gênese. Mas esta cegueira para o fenômeno não é predominante somente nas ciências, ela predomina também no comportamento não-científico. Por exemplo: estamos caminhando no bosque e no caminho vemos algo que se move; ouvimos até mesmo seu ruído e o percebemos como algo vivo. Olhamos melhor, verificamos que nos enganamos, pois um golpe de vento imperceptível moveu as folhas que estavam no chão. Não era, pois, algo vivo. Entretanto, para que possamos nos enganar na suposição de que seja algo vivo devemos ter visto, antecipadamente, algo como a essência de vivo no conteúdo daquilo a respeito de que nos enganamos. Tudo isto só para deixar claro que não é indiferente se consideramos os fenômenos ou não. Mesmo que a compreensão dos fenômenos do tornar presente e da recordação nada contribua para a explicação e a verificação daquilo que a pesquisa fisiológica pretende, a visão fenomenológica constitui uma, ou até mesmo a contribuição fundamental. Aliás, ela traz aquilo que a pesquisa pretende explicar. Mas o estranho é que esta contribuição não é considerada devidamente, nem em seu conteúdo, nem em sua necessidade. Por uma tolerância incomum da pesquisa exata, geralmente tão exigente, as pessoas contentam-se em todos esses casos com conceitos populares recolhidos aleatoriamente. Entretanto, esta estranha sobriedade da pesquisa científica com respeito à contribuição mais indispensável que lhe deve ser feita não é nenhuma coincidência. Ela é fundamental na história do homem europeu durante os últimos três séculos. Esta sobriedade é consequência da exigência de uma nova ideia de ciência. [GA89AAP  :102-103]

Mayr & Askay

Last   time we tried to clarify the phenomenon of making-present The point was to become aware of this phenomenon as a simple relationship to the world without reference to philosophical theories, for instance, without regard to viewing the human being as a subject and the world as an object, without regard to physiology and psychology, without regard to the question of how making-present is possible, and without regard to whether the phenomenon might be conditioned somatically and psychologically. If we grant that there are brain processes involved in making-present—namely, somatic processes in the broadest sense—then the question of what relation these processes have to the phenomenon can only be asked when we clarify sufficiently to what these processes are related. Therefore, this question can only be asked if the meaning of the making-present we perform is clear in advance. In the prevailing physiological-psychological approach, such a phenomenon is presupposed as self-evident and known. And indeed, the phenomenon not   only remains indeterminate, but even more significantly, a decisive state of affairs goes unnoticed. What goes unnoticed is that an acquaintance with the phenomenon must be presupposed if physico-psychological explanations are not to be totally unfounded. At this point, the precision usually claimed by science suddenly ceases. Science becomes blind to what it must presuppose and to what it wants to explain in its own purely genetic way. This blindness to phenomena dominates not only the sciences, but nonscientific behavior as well. For instance, we walk in a forest and see something moving along the way. We even hear it rustle and receive-perceive it as something living. When we look at it more carefully, it turns out that we were mistaken, for a barely noticeable gust of wind had moved the leaves on the ground. Therefore, it was not any living thing. Yet in order to be able to be mistaken in this assumption that it was something living, we must have seen something like life in advance, something like the nature of living things within the context about which we were mistaken. [GA89MA:75]

Original

Zuletzt haben   wir versucht, das Phänomen   der Vergegenwärtigung   zu klären  . Dabei kam es darauf an, dieses Phänomens als eines einfachen Weltbezugs gewahr zu werden   – ohne Rücksicht   auf   philosophische   Theorien, zum Beispiel die Ansetzung des Menschen als Subjekt   und der Welt   als Objekt, ohne Rücksicht auf Physiologie und Psychologie  , ohne Rücksicht auf die Frage  , wie eine Vergegenwärtigung möglich sei, ohne Rücksicht darauf, daß   das Phänomen somatisch und psychisch bedingt sein   dürfte. Aber gesetzt, daß am Vollzug   der Vergegenwärtigung Gehimprozesse beteiligt sind, somatische Prozesse im weitesten Sinne, so kann die Frage, in welcher Beziehung   diese Prozesse zum Phänomen stehen  , überhaupt als Frage nur gestellt werden, wenn hinreichend geklärt ist, wozu   diese Prozesse in Beziehung stehen, wenn also zuvor klar ist, was Vergegenwärtigung als solche ist, in der wir uns aufhalten. In der herrschenden physiologisch-psychologischen Betrachtungsweise   wird ein solches Phänomen als selbstverständlich   und bekannt   vorausgesetzt, und zwar bleibt es nicht   nur als Phänomen unbestimmt, sondern es wird vor allem ein entscheidender Sachverhalt nicht beachtet, nämlich, daß die Bekanntschaft mit dem Phänomen vorausgesetzt werden muß, wenn die physischpsychischen Erklärungen nicht in der Luft hängen sollen  . An dieser Stelle   hört die sonst von der Wissenschaft   beanspruchte Exaktheit plötzlich auf. Die Wissenschaft wird blind für das, was sie voraussetzen   muß, blind für das, was sie auf ihre Weise   in seiner Genesis   erklären möchte. Diese Phänomenblindheit herrscht jedoch nicht nur in den Wissenschaften, sie herrscht auch im nicht-wissenschaftlichen Verhalten  . Zum Beispiel: Wir gehen im Wald spazieren und sehen am Weg   etwas, was sich bewegt; wir hören   es sogar rascheln und vernehmen   es als etwas [97] Lebendiges. Wir sehen genauer hin, es stellt sich heraus, daß wir uns getäuscht haben; denn ein kaum merklicher Windstoß hat am Boden liegende Blätter bewegt. Es war also nichts Lebendiges. Aber, schon damit wir uns täuschen können in der Annahme  , es sei etwas Lebendiges, müssen wir zum voraus im Gehalt dessen, worüber wir uns täuschen, dergleichen wie Lebendigkeit, dergleichen wie Wesen   von Lebendem erblickt haben. Durch diesen Hinweis soll nur das eine deutlich werden, daß es nicht gleichgültig ist, ob wir die Phänomene in acht nehmen   oder nicht. Selbst   wenn der Einblick in die Phänomene der Vergegenwärtigung und Erinnerung   nichts beiträgt zur Erklärung lind Feststellung dessen, worauf es die physiologische Forschung   abgesehen hat, so bleibt der phänomenologische Einblick gleichwohl ein, ja sogar der fundamentale Beitrag  . Er bringt überhaupt das herbei, was zu erklären die Forschung beansprucht. Das Seltsame ist nun aber, daß dieser Beitrag weder in seinem Gehalt noch in seiner Notwendigkeit   gebührend beachtet wird. Man begnügt sich aus einer ungewöhnlichen Genügsamkeit der sonst so anspruchsvollen exakten Forschung heraus in allen solchen Fällen mit beliebig auf gelesenen Volksbegriffen. Diese merkwürdige Bedürfnislosigkeit der wissenschaftlichen Forschung hinsichtlich des notwendigsten Beitrags, der für sie geleistet werden muß, ist jedoch kein Zufall. Sie ist begründet in der Geschichte   des europäischen Menschen während der letzten drei Jahrhunderte. Diese Bedürfnislosigkeit ist die Folge   des Anspruchs einer neuartigen Idee   von Wissenschaft. Beachten wir dies auch nur im groben, dann   gewinnen die Fragen, um die wir uns in all diesen Seminarstunden bemühen, ein Gewicht, das gar nicht überschätzt werden kann. [GA89:97:98]


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