Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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GA87:305-306 – Todo pensamento moderno é uma filosofia da subjetividade

segunda-feira 19 de fevereiro de 2024

Giachini

Na última quarta-feira prosseguimos analisando a certeza em Descartes  . Na sua segunda obra principal, de 1644, os Principia philosophiae, ele diz o seguinte no livro I, § 7: “Haec cognitio ‘ego cogito   ergo sum’ est omnium prima et certíssima quae cuiliber ordine philosophanti occurrat”. Esse conhecimento “eu represento e assim eu sou” é o primeiro e o mais certo de todos que ocorre a qualquer um que filosofe seguindo a ordem correta.

Toda e qualquer pessoa humana, portanto, que coloca essa questão pela indubitabilidade seguindo uma ordem correta chega a esse conhecimento. Em todas as percepções, portanto, o “eu sou” se dá de maneira óbvia e evidente.

No § 9 Descartes define o conceito de cogitatio: “cogitationes nominae intelligo illa omnia quae – nobis conciis – in nobis fiunt, quatenus eorum in nobis conscientia est…”

“Sob o nome cogitatio compreendo tudo aquilo que nos acontece, na medida em que ternos consciência de nós mesmos, na medida em que há em nós uma consciência disso”.

“Atque ita non modo intelligere, vele, imaginari, sed etiam sentire idem est hic quod cogitare.” E por isso, não só conhecer, querer, imaginar – mas também sentir é o mesmo que cogitare”, uma sensação, portanto, é uma cogitatio, na medida em que dela tenho consciência. – Se estabelecermos referência dessa questão com nosso subiectum, então temos: res ego   como res cogitans  , o eu como autoconsciência é o que jaz de antemão, ο ὑποκείμενον  , o subiectum.

A partir de Descartes, portanto, já não é mais a árvore o prejazente, o sujeito, mas o homem, que pode dizer “eu”. De certo modo o conceito de “sujeito” foi destacado e restrito. Correspondentemente, também o conceito de objeto sofre uma reviravolta: Tudo que não é “ego”, tudo que não é res cogitans, que não é sujeito, a res extensa, a natureza, é objeto. Deus se distingue desses dois como substância infinita, como res infinita.

Todo pensamento moderno, portanto, é uma filosofia da subjetividade.

Original

Am letzten Mittwoch gingen wir nun weiter auf   die Gewißheit   des Descartes ein. In dem 2. Hauptwerk von 1644, den »Principia philosophiae« sagt er, Huch I, § 7: »Haec cognitio „ego cogito ergo sum‟ est ommurri prima et certissima quae cuilibet ordine philosophanti occurrat.« Diese Erkenntnis   »ich   stelle   vor und somit bin ich« ist von allem die erste und gewisseste, welche jedwedem, der in der rechten Ordnung philosophiert, ent gegenkommt.

Jedem Menschen also, der diese Frage   nach dem Unbezweifel-baren in der rechten Ordnung stellt, dem kommt diese Erkenntnis entgegen. In allen Vernehmungen ist das »ich bin« selbstverständlich   mitgegeben.

Den Begriff   »cogitatio« definiert Descartes in § 9: »cogitationes nominae intelligo illa omnia quae — nobis conciis — in nobis fiunt, qua tenus eorum in nobis conscientia est …«

»Unter dem Namen „cogitatio‟ verstehe ich alles jenes, was in uns geschieht, sofern wir uns unserer selbst   bewußt sind, insofern davon ein Bewußtsein   in uns ist.«

»atque ita non modo intelligere, velle, imaginari, sed etiam sentire idem est hic quod cogitare.« »I lud daher ist nicht   nur erkennen, wollen  , einbilden — sondern auch empfinden dasselbe, was das cogitare meint.« Eine Empfindung   ist also eine cogitatio, sofern ich sie bewußt habe. — Beziehen wir das auf unsere Frage [306] nach dem subiectum, so folgert: res ego als res cogitans, das Ich als Selbstbewußt sein   ist das Vorliegende, das ὑποκείμενον, das subiectum.

Von Descartes aus ist also nicht mehr der Baum das Vorliegende, das Subject, sondern der Mensch  , der »Ich« sagen   kann. Der Begriff des »Subjects« wird gewissermaßen ausgezeichnet   und eingeengt. Und entsprechend dreht sich der Objectsbegriff: Alles »nicht ego«, alles was nicht res cogitans, nicht Subject ist, die res extensa, die Natur   ist Object. Von diesem beiden unterscheidet sich Gott   als unendliche Substanz  , als res infinita.

Alles neuzeitliche   Denken   ist also eine Philosophie   der Subjectivität.


Ver online : Nietzsche. Seminare 1937 und 1944 [GA87]