Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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GA65:90 – Negation - negação

segunda-feira 19 de novembro de 2018

Casanova

Quão poucos compreendem e o quão raramente esses que compreendem concebem a “negação”. Só se vê nela de imediato a rejeição, o alijamento, a degradação e até mesmo a decomposição. Essas figuras da negação não se difundem apenas com frequência, mas também são elas que vão ao encontro da representação corrente do “não” da maneira mais imediata possível. Assim, fica de fora pensar na possibilidade de que a negação pudesse ter até mesmo uma essência ainda mais profunda do que o “sim”; sobretudo uma vez que o sim também é concebido de imediato no sentido de todo e qualquer tipo de anuência, ou seja, de maneira tão superficial quanto o não.

Mas, no âmbito da representação e da “valoração” representativa, a concordância e a recusa são a única forma do sim e do não? Será que, em geral, aquele âmbito é o único e o essencial ou será que, como toda correção, ele também provém da verdade mais originária? E o sim e o não - e esse de maneira mais originária do que aquele - não são uma posse essencial do próprio ser?

Ora, mas o “não” (e o sim) não precisaria ter a sua figura essencial no ser-aí usado pelo seer? O não é o grande salto livre, no qual o aí- é arrancado em meio a um salto no ser-aí. O salto livre, que “afirma” até mesmo aquilo de que ele salta, mas que também não tem nada nulo por si mesmo como salto. O salto livre mesmo assume pela primeira vez o ressaltar do salto, e, assim, o não ultrapassa aqui o sim. Esse não, porém, visto externamente, é a de-posição do outro início em relação ao primeiro, nunca “negação” no sentido usual da recusa e quiçá da degradação. Ao contrário, essa negação originária é do tipo daquela recusa, que renuncia para si a um continuar acompanhando a partir do saber e do reconhecimento da unicidade daquilo que, em seu fim, exige o outro início. [GA65PT  :174-175]

Fédier

Comme sont peu nombreux ceux qui entendent la « négation », et comme ils conçoivent rarement, ceux-là, ce que c’est. On n’y voit d’abord et seulement que le fait de débouter, d’écarter, de dénigrer, sinon même de réduire à néant. Les figures de la négation ne font pas que se multiplier à l’envi ; elles répondent même on ne peut mieux aux représentations courantes que l’on se fait du «non». De la sorte, la pensée que « dire non » puisse relever d’une pleine essence bien plus profonde que le « oui » n’arrive pas à se former ; d’autant plus que l’on prend le «oui» tout aussi vite comme une simple manière d’être d’accord – aussi superficiellement que le « non » s’entend comme marquant une opposition.

Est-ce que pourtant donner ou refuser son assentiment (dans le cadre de la représentation et de l’évaluation qui s’y produit) sont les seules formes du « oui » et du « non » ? Ce cadre de représentation est-il quant à lui essentiel et unique ? N’est-il pas plutôt, à l’instar de toute justesse, un cadre dérivé d’une vérité plus originale ? Et finalement le « oui » et le « non » – le second plus originalement que le premier – ne sont-ils pas de l’essentielle mouvance de l’être même ?

Mais comment ? Ne faut-il pas alors que le « non » (ainsi que le « oui ») tienne sa figure essentielle de cet être le là qu’il faut à l’estre ? Le « non » est ce départ du grand saut, dans lequel a lieu le bondissement du là quand il y a être le là. Ce départ du saut, lequel tout aussi bien « dit oui » à ce dont il s’éloigne par le saut, tout en n’ayant rien lui-même, à titre de saut, d’une nullité. Le départ du saut lui-même prend en charge le bondissement du saut, et de la sorte le « non » dépasse le « oui » pour ainsi dire en le doublant. C’est pourquoi ce « non », vu superficiellement, est : pour l’autre commencement, mettre à l’écart le premier – mais au grand jamais « négation » dans l’acception courante de débouter ni surtout de dénigrer. Cette manière originale de dire non est bien plutôt de même genre que le refus par opposition, lequel s’interdit de continuer à accompagner ce qu’il refuse parce qu’il sait et reconnaît la très unique singularité de ce qu’à la fin demande l’autre commencement. [GA65FR:207-208]

Emad & Maly

How few understand—and how rarely those who understand grasp— "negation  ." One immediately sees in it only rejection, putting aside, degrading, and even destroying. Not   only are these forms of negation often pretentious, they also most immediately encourage the common idea   of "no." Thus the thought of the possibility that negation could perhaps have a still deeper being than "yes" is left out—especially since one quickly also takes "yes," in the sense of any kind of approval, as superficially as the "no."

But is approving and rejecting in the domain of representing and of representing "evaluation" the only form of yes and no? Is that domain after all the only and essential domain, or is it rather, like all correctness, derived from a more originary truth? And in the end is not the "yes and no" an essential possession of being itself—and the "no" even more originarily than the "yes"?

But how? Must not the "no" (and the "yes") have its essential form in the Da-sein   that is used by be-ing? The "no" is the great leap-off by which the t/here [Da] in Da -sein   is leaped into: the leap-off that both "affirms" that from which it leaps off and has itself as leap no nothing [nichts   Nichtiges]. The leap-off itself first undertakes to leap-open the leap, and in this way the "no" surpasses the "yes." Therefore, however, seen externally, this "no" sets the other beginning apart from the first beginning—never "negating" in the usual sense of rejecting or even degrading. Rather, this originary negating is like that not-granting that repels from itself a still-going-along-with out of knowing and recognizing the uniqueness of that which in its end calls for the other beginning. [GA65EM:125]

Original

Wie wenige verstehen   und wie selten begreifen   diese Verstehenden die »Negation«. Man sieht in ihr sogleich und nur die Abweisung, die Wegsetzung, die Herabsetzung und gar die Zersetzung. Diese Gestalten der Verneinung machen   sich nicht nur häufig breit, sie sind es auch, die der geläufigen Vorstellung   vom »Nein« am unmittelbarsten entgegenkommen  . So bleibt der Gedanke an die Möglichkeit   aus, die Verneinung könnte gar noch tieferen Wesens sein als das »Ja«; zumal da man auch das Ja sogleich im Sinne jeder Art von Zustimmung nimmt, so vordergründlich wie das Nein.

Aber ist das Zustimmen und Ablehnen im Bereich des Vorstellens und vorstellenden »Wertens« die einzige Form des Ja und Nein? Ist überhaupt jener Bereich der einzige und wesentliche oder nicht vielmehr wie alle Richtigkeit   herkünftig aus ursprünglicherer Wahrheit  ? Und ist am Ende   nicht das Ja und Nein und dieses noch ursprünglicher als jenes ein Wesensbesitz des Seins selbst  ?

Wie aber, muß dann   nicht das »Nein« (und das Ja) seine wesentliche Gestalt in dem vom Seyn gebrauchten Da-sein haben  ? Das Nein ist der großesprung, in dem das Da  - im Da-sein ersprungen wird. Der Ab-sprung  , der sowohl das, wovon er ab-springt, »bejaht«, der aber auch selbst als Sprung nichts Nichtiges hat. Der Absprung selbst übernimmt erst die Er-springung des Sprungs, und so überholt hier das Nein das Ja. Aber deshalb ist dieses Nein, äußerlich gesehen: die Absetzung des anderen   Anfangs gegen den ersten, niemals »Verneinung« im gewöhnlichen Sinne der Abweisung und gar Herabsetzung. Vielmehr ist diese ursprüngliche Verneinung von der Art jener Verweigerung  , die sich ein Nochmitgehen versagt aus dem Wissen   und der Anerkennung der Einzigartigkeit dessen, was in seinem Ende den anderen Anfang   fordert. [GA65:178]


Ver online : CONTRIBUTIONS TO PHILOSOPHY