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HOLZWEGE - CAMINHOS DE FLORESTA

GA5: prólogo dos tradutores e estrutura da obra

Expressões-chaves e Índice

domingo 13 de junho de 2021, por Cardoso de Castro

Tradução em português de Irene Borges-Duarte   — Filipa Pedroso Alexandre Franco de Sá — Hélder Lourenço Bernhard Sylla — Vítor Moura — João Constâncio

Revisão da Tradução Helga Hoock Quadrado — Irene Borges-Duarte

[HEIDEGGER, Martin. Caminhos de Floresta. Coordenação Irene Borges-Duarte. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2014]

As questões de tradução já enunciadas, que começaram com o próprio título e se incrementaram no enfrentamento com as várias vozes dos textos – as dos autores (sobretudo Hegel  , Nietzsche  , Hölderlin  , Rilke  , Anaximandro  ) de que Heidegger se apropria interpretativamente no seu confronto com a história da metafísica enquanto “primeiro início” da história do ser – , têm momentos de especial incidência, naquilo que são as palavras reitoras da meditação heideggeriana   nesta obra. As duas noções básicas, pronunciadas mediante duas famílias de palavras, são, sem dúvida, as que derivam dos cernes wesen   e bergen, constituindo o fio de uma narração que atravessa e une todos os textos. Pois é de uma “história” ou fenomenologia do ser no mundo humano de que aqui se trata: do ser no seu “estar-a-ser” ou “essenciar-se” (wesen, nesse sentido verbal, para o qual não temos expressão directa em português [XI], como a não há no alemão contemporâneo, pelo que também Heidegger houve de recorrer a um arcaísmo para dizer o que pretendia), pelo qual o ser vem a estar-em-presença (anwesen), no não-estar-encoberto (Un-verborgenheit  ) da sua verdade. Esta alberga (birgt) dimensões encobertas (verborgen  ), nem presentes nem ausentes, tacitamente ingentes na clareira cujo brilho, ofuscando, só deixa perceber aspectos de uma verdade mais misteriosa e obscura, de um ser que se guarda e põe-a-coberto (bergen), ao aparecer dissimulado nas suas máscaras ou pareceres. Mas o que, nesta história, se propicia e acontece (ereignet  ) é aquilo a que, noutros escritos, Heidegger designou como uma dedicação (Zueignen) e apropriação (Aneignen) recíprocas: a do ser que usa (braucht) ou se serve do homem, apropriando-se dele para “aí” aparecer; e a do homem, que nesse serviço prestado ao ser, exerce a sua essência própria como “aí-ser” (Dasein  ), sendo o “aí do ser”. A esse singularíssimo “acontecimento de apropriação”, pelo qual se institui o Dasein como tal, chamou Heidegger, a partir de 1936, Ereignis, forçando um parentesco etimológico com eignen, que os dicionários, como adiante veremos, desmentem. Estas quatro palavras-chave (Wesen, Unverborgenheit, Dasein, Ereignis), e respectivas famílias etimológicas, constituíram os principais desafios terminológicos da presente edição, para que se procurou uma tradução coerente e consensual, capaz de ser mantida em todos os contextos, da qual se dará, agora, com imperativa brevidade, um princípio de justificação. [GA5BD  :XI-XII]

Borges-Duarte

A origem da obra de arte (1935/36)

  • A coisa e a obra
  • A obra e a verdade
  • A verdade e a arte
  • Epílogo
  • Aditamento

O tempo da imagem do mundo (1938)

  • Aditamentos

O conceito de experiência em Hegel (1942)

A palavra de Nietzsche "Deus morreu" (1943)

Para quê poetas? (1946)

O dito de Anaximandro (1946)

Original

Der Ursprung   des Kunstwerkes (1935/36)

Die Zeit   des Weltbildes (1938)

  • Zusätze

Hegels Begriff   der Erfahrung   (1942/43)

Nietzsches Wort   »Gott   ist tot« (1943)

Wozu   Dichter  ? (1946)

Der Spruch des Anaximander (1946)


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