Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

Página inicial > Gesamtausgabe > GA19:175-176 – praxis depende da convivência

GA19:175-176 – praxis depende da convivência

sábado 31 de agosto de 2019

Casanova

O filósofo, tanto quanto todos os outros homens, depende das coisas urgentes que são necessárias para a vida. Ele não consegue se livrar disso; ele só pode ser na medida em que essas coisas se encontram à sua disposição, […] “Para além disso, porém, aquele que quer agir de maneira justa como juiz carece dos homens em relação aos quais e com os quais ele pode agir de maneira justa.” (a30ss.) O mesmo acontece com o temperante, σώφρων  , e com o corajoso, ανδρείος. Mas não apenas essas senão todas as possibilidades ontológicas da πρᾶξις   (prática) própria ao homem pré-filosófico dependem segundo o seu sentido da convivência [Miteinandersein  ]. Por isso, elas não podem ser as possibilidades ontológicas propriamente ditas do homem, e isso apesar de elas serem sempre um ἀγαθον καθ’ αὑτό ἀιρετόν (bem desejável por si mesmo). No entanto, trata-se aqui precisamente do ser-presente-à-vista [Vorhandensein  ] propriamente dito, da presença da vida. Trata-se da propriedade do ser concebido de maneira ontológica e radical, que constitui ela mesma a base ontológica da existência fática, concreta do homem. Portanto, enquanto as possibilidades ontológicas da πρᾶξις (prática) dependem da convivência, a pura contemplação do que é sempre está livre desse vínculo. [GA19MAC  :199-200]

Rojcewicz & Schuwer

The philosopher, exactly as is the case with every man, requires the necessities of life. He cannot detach himself from them; he can exist only insofar as they are at his disposal, […] In addition, “the one who, as judge, wants to act justly needs other people, toward whom and with whom he can act justly.” (a30f.) The same applies to one who wants to be prudent, σώφρων, or courageous, ἀνδρειος. Not   only these, but all possibilities of Being with regard to the πρᾶξις of prephilosophical man are dependent, in their very sense, on being with others [Miteinandersein]. Therefore they cannot be man’s proper possibilities of Being, and this is so although they are in each case an ἀγαθόν καθ’ αὑτό αιρετόν. But now our concern is precisely the proper Being and presence of life. We are asking about the radically and ontologically grasped most proper Being, which is itself the ontological basis for the factual concrete existence of man. Thus whereas the possibilities of Being with regard to πρᾶξις are dependent on being with others, the pure on-looking upon what always is is free of this bond, ὁ δὲ σοφός και καθ’ αύτόν ών δύναται θεωρεῖν  , καί όσω ἀν σοφώτερος ἡ, μάλλον (a32f.). [GA19RS:121]


Ver online : Platon: Sophistes [GA19]