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Do Desapego é uma tentativa de Eckhart de retratar o “desprendimento” (Abgeschiedenheit) como a mais alta de todas as virtudes. O desapego é o pináculo e a coroa das virtudes; se a alma possui desapego, possuirá também todas as virtudes menores. O “desapego” não é uma das virtudes morais usuais de que os filósofos tradicionalmente falam em seus tratados sobre ética. De fato, para usar uma distinção kierkegaardiana, o desapego não é primariamente uma categoria “ética”, mas uma (…)
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Eckhart / Eckehart
Eckhart von Hochheim OP (1260 – 1328), Meister Eckhart, Master Eckhart, Eckehart, Johannes Eckhart
Matérias
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Caputo (MEHT:11-15) – Do Desapego
22 de setembro de 2022, por Cardoso de Castro -
GA10:55-59 – "a rosa é sem porquê"
19 de maio de 2023, por Cardoso de CastroHEIDEGGER, Martin. O Princípio do Fundamento. Tr. Jorge Telles Menezes. Lisboa: Instituto Piaget, 1999, p. 61-64
Telles Menezes
«A rosa é sem porquê; ela floresce, porque ela floresce.»
Porque? Não nomeia esta palavra a relação com um fundamento, ao atraí-lo, por assim dizer? A rosa – sem porquê e contudo não sem porque. Portanto o Poeta contradiz-se e fala obscuramente. Mas é nisso que consiste a Mística. Mas o Poeta fala claro. «Porquê» e «porque» têm significados diferentes. (…) -
GA13:40-43 – Serenidade (Gelassenheit)
26 de janeiro de 2023, por Cardoso de CastroHEIDEGGER, Martin. Serenidade. Tr. Maria Madalena Andrade e Olga Santos. Lisboa: Instituto Piaget, 2001, p. 34-36
Andrade & Santos
Erudito – Na medida em que pelo menos nos podemos desabituar do querer, ajudamos a despertar a serenidade.
Professor – Ou antes, ajudamos a mantermo-nos despertos para a serenidade.
E – Por que não ajudar a despertar?
P – Porque o despertar da serenidade em nós não parte de nós próprios.
Investigador – A serenidade é, portanto, provocada por (…) -
Caputo (MEHT:156-159) – homem em Heidegger e Eckhart
28 de fevereiro, por Cardoso de Castrodestaque
O próprio Heidegger estabelece assim o primeiro ponto de comparação para nós [de seu pensamento e aquele de Mestre Eckhart]. Ele, tal como Meister Eckhart, encontra no homem algo mais profundo do que o seu comércio quotidiano com as coisas que o rodeiam. Este ser primordial do homem é designado por Heidegger e Eckhart como o "Wesen" do homem. Tal como para Eckhart, também para Heidegger, Wesen tem um sentido verbal. Eckhart traduzia habitualmente o latim "esse" pelo alto alemão (…) -
Caputo (MEHT:159-161) – homem em Heidegger e Eckhart (II)
29 de fevereiro, por Cardoso de Castrodestaque
Assim, existe em Eckhart e em Heidegger uma distinção comparável entre o ente que entrou verdadeiramente na sua própria natureza essencial e o ente que se deixa ocupar por uma coisa ou por outra. Aquilo a que Eckhart chama o "homem exterior" é o homem que gasta todas as suas energias em coisas exteriores. É um homem "ocupado", ocupado com coisas criadas, cobrando impostos, negociando no mercado, ou mesmo "ocupado" jejuando, dando esmolas e visitando igrejas. Esse homem não está (…) -
Caputo (MEHT:163-165) – homem em Heidegger e Eckhart (IV)
29 de fevereiro, por Cardoso de Castrodestaque
Heidegger explora aqui e noutro lugar (GA8) a raiz "halten" na palavra Verhältnis [relacionamento]: Dasein é "mantido" em relação com Ser pelo próprio Ser. Na "Introdução" de "O que é a metafísica?", Heidegger refere-se a "um pensamento que se tornou realidade pelo próprio Ser" (GA9), ou seja, que é mantido como pensamento pelo próprio Ser. E no "Epílogo" da mesma obra ele diz:
Ser não é produto do pensamento. Pelo contrário, de fato, o pensamento essencial é um acontecimento de (…) -
Caputo (MEHT:103-109) – Ser é Deus
15 de outubro de 2022, por Cardoso de CastroNo “Prólogo” do Opus Tripartitum, Eckhart expõe a “primeira proposição” da qual, se formos cuidadosos, quase tudo o que se pode conhecer de Deus pode ser deduzido (LW, I, 168/85). A proposição é: ser é Deus (esse est deus). Ele não diz, como fez Tomás de Aquino, que Deus é ser (deus est suum esse), mas adota a expressão mais extrema de que ser é Deus. Tomás de Aquino, realista e aristotélico, enfatizou que as criaturas possuíam sua própria e proporcional participação no ser, enquanto Deus (…)
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GA7:167-184 – A Coisa
21 de dezembro de 2021, por Cardoso de CastroTradução da conferência "A Coisa" por Eudoro de Sousa, refazendo tradução anterior de José Xavier de Mello Carneiro. Publicada em DE SOUSA, Eudoro. Mitologia História e Mito. Lisboa: Imprensa Nacional, 2004, p. 201-2015
Eudoro de Sousa
1. No tempo e no espaço todas as distâncias se contraem. Lá onde outrora o homem viajava por semanas e meses, chega ele agora, de avião, numa noite. Aquilo de que outrora o homem só obtinha informação, após anos, ou de que, pura e simplesmente, nem era (…)