Em Ser e Tempo (1927), Befindlichkeit é uma das três estruturas que explicam nossa abertura à sentido e à importância (SZ §29). (As outras duas são a compreensão (Verstehen) e a fala (Rede). Befindlichkeit é a dimensão de nossa abertura pela qual nos vemos afetados por coisas que nos atingem ou importam para nós (angehen). Tem a ver com encontrar-se (finden), receptividade, passividade, dependência, localização, determinação e passado, bem como com afetos (sentimentos, emoções, humores). (…)
Página inicial > Palavras-chave > Termos gregos e latinos > pathos / πάθος / páthos / πάθη / pathe / páthe / passio / πάθησις / (…)
pathos / πάθος / páthos / πάθη / pathe / páthe / passio / πάθησις / παθητικός / pathetikos / πάθημα / páthema / pathema / apatheia / ἀπάθεια / ἀπαθής / apathés / apathes / apathia / eupátheia / eupathein / affectio / affectus
Matérias
-
Katherine Withy (2024:3-5) – tonalidade [Stimmung]
6 de novembro, por Cardoso de Castro -
Katherine Withy (2024:5-7) – encontrar-se [Befindlichkeit]
6 de novembro, por Cardoso de CastroStimmungen são quaisquer formas de vibrar com a situação que Befindlichkeit torna possível. “Befindlichkeit” é ainda mais polêmico e difícil de traduzir do que Stimmung (para discussão, consulte, por exemplo, Slaby, 2021: 243-4). Alguns intérpretes preferem deixá-la sem tradução, como tenho feito. Todos concordam que uma tradução está fora de questão: a de Macquarrie e Robinson em sua tradução inglesa de Being and Time — a saber, ’state-of-mind’.. Como Charles Guignon (2003 (1984): 184) (…)
-
Katherine Withy (2024:8-10) – conjuntura [Bewandtnis]
6 de novembro, por Cardoso de CastroComecemos com o fato de que as entidades são significativas. Dizer que as entidades são significativas é dizer que elas aparecem para nós de forma inteligível no contexto do que estamos fazendo. Antes de tudo, encontramos entidades não como objetos, mas como parafernálias com as quais “lidamos” , “manipulamos” e “colocamos em uso” (SZ: 66-7) quando estamos “trabalhando” (SZ: 70). Essas entidades estão “prontas para serem usadas” em nossos projetos. Estar pronto para ser usado é quando uma (…)
-
Dreyfus & Kelly (2011:82-84) – deixar-se sintonizar pelos deuses
3 de novembro, por Cardoso de CastroOS GREGOS HOMÉRICOS estavam abertos para o mundo de uma forma que mal conseguimos compreender. Com toda a nossa habilidade moderna de introspecção de nossos estados internos, tendemos a pensar que as melhores atividades humanas são aquelas que são pensadas internamente, completamente e bem. Tendemos até mesmo a pensar em nossos estados de espírito como experiências privadas, internas, às quais os outros não têm acesso. Os gregos, por outro lado, se sentiam como cabeças vazias voltadas para (…)
-
Agamben (2015:75-78) – Stimmung e Stimme, vocação e voz
11 de outubro, por Cardoso de CastroProcuremos agora recapitular as características dessa Stimmung, dessa abertura originária ao mundo que constitui o Dasein, e — se pudermos — situá-la em seu lugar. A Stimmung é o lugar da abertura originária do mundo, mas um lugar que não está em nenhum lugar, já que coincide com o lugar próprio do ser do homem, com seu Da. O homem — o Dasein — é essa sua abertura. E, no entanto, essa Stimmung, esse acordo originário e essa consonância entre Dasein e mundo, é, simultaneamente, uma (…)
-
Katherine Withy (2024:2-3) – pathe e Befindlichkeit
1º de agosto, por Cardoso de CastroAs coisas nos afetam. Elas nos afetam, afligem, atingem, importam e nos movem. Somos movidos ou afetados por "coisas" no sentido comum — a parafernália de nossa vida diária — mas também por nós mesmos, por outros e por fenômenos ontológicos como o ser e o tempo. Todas essas coisas são capazes de nos afetar. Como elas podem fazer isso?
Sobre essa questão, Martin Heidegger acha que a história da filosofia não ofereceu "nada essencialmente novo" desde Aristóteles (GA20: 393; SZ: 139). (…) -
Chambon (1990:9-13) – A experiência humana constitui-se de muitas maneiras diferentes
24 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroA relação do homem com a realidade tem uma "estrutura", é "construída" de uma forma que corresponde à sua tonalidade afetiva.
tradução parcial
O interesse principal das " Tonalidades Afetivas " parece-nos residir em duas descobertas: em primeiro lugar, o caráter fundamental da afetividade, que é a fonte e a raiz das outras funções psicológicas e espirituais do homem. A razão conceitual já não é um domínio autônomo que possa ser compreendido por si mesmo. Depois, há a divisão da (…) -
Maldiney (Aîtres:7-10) – es gibt
21 de novembro de 2023, por Cardoso de CastroLe Es du es gibt allemand peut bien être le fond. Mais le y du il y a est l’ouverture . Y être tel est l’acte originaire qui rend possible toute présence dont l’imminence au monde conditionne toute instance. Or il se déploie en ouvrant le temps. C’est parce qu’en lui la présence se destine qu’il y a destin. « Si la présence peut être atteinte par les coups du destin, c’est uniquement parce que dans le fond de son être elle est destin. »
Mais la présence n’est pas ce qu’elle est dans le (…) -
Scheler (2012:3-6) – Ordo amoris (II)
17 de fevereiro, por Cardoso de Castro“Quem possui o ordo amoris de um homem possui o homem“. Possui, relativamente a ele enquanto sujeito moral, o que a fórmula cristalina é para o cristal. Perscruta o homem até onde é possível indagar um homem. Diante de si, por trás de toda a diversidade e complicação empíricas, sempre as simples linhas fundamentais do seu ânimo que, mais do que o conhecimento e a vontade, merece chamar-se o cerne do homem enquanto ser espiritual. Possui num esquema espiritual a fonte originária que alimenta (…)
-
Scheler (GW10) – Ordo amoris
8 de janeiro, por Cardoso de CastroEncontro-me num mundo incomensurável de objectos sensíveis e espirituais que põem em movimento incessante o meu coração e as minhas paixões. Sei que tanto os objectos que chego a conhecer pela percepção e pelo pensamento como tudo o que quero, escolho, faço, empreendo e realizo, dependem do jogo deste movimento do meu coração. Daqui se segue, para mim, que toda a espécie de autenticidade, de falsidade e de ilusão da minha vida e dos meus impulsos depende de se existe uma ordem objectivamente (…)
-
Sloterdijk (2012:278-282) – ser-para-a-morte
5 de novembro, por Cardoso de CastroA construção do autêntico desemboca, enfim, no teorema do “ser-para-a-morte”, pretexto de indignação barata para os críticos de Heidegger: a filosofia burguesa já não consegue reunir suas forças senão para pensamentos mórbidos e fúnebres! Fantasias de quarta-feira de Cinzas nas mentes parasitárias! Tomemos, dessa crítica, o elemento de verdade. Ela afirma que na obra de Heidegger se reflete, a despeito do próprio autor, o momento histórico e social no qual essa obra foi composta e, mesmo que (…)
Notas
- Agamben (2015:272-274) – paixões
- Agamben (2015:274) – Potente-Querente [das Vermögende-Mögende]
- Agamben (2015:279-280) – amor é a paixão da facticidade
- Aubenque (2022:106-107) – linguagem definida como símbolo
- GA11:22-23 – thaumazein - espanto - Erstaunen
- GA66:90 – tonalidade afetiva (Stimmung)
- Martineau (1982:18-19) – Da finitude à ek-sistência
- Sloterdijk (2012:11) – a ira canta…
- Sloterdijk (2012:28-29) – eros e thymos