Português
Mas como haveríamos de encontrar a luminosidade do pensamento, se não nos deixamos conduzir pelo amplo caminho do pensamento e, assim, aprendemos a pensar no vagar?
Talvez a questão seja mais primária. Talvez precisemos primeiro aprender a aprender, e aprender a poder aprender. E, talvez, seja ainda mais primária. Talvez precisemos primeiro estar prontos para aprender a aprender. O que é isso, aprender? Uma só palavra não é capaz de responder, mas somente de esclarecer: aprender é apropriar-se com saber de algo a partir de uma indicação e assinalamento, a fim de presentear esse algo como propriedade do saber, sem perdê-lo ou empobrecê-lo. Aprender diz respeito a um tornar próprio mediante o saber, uma propriedade do saber que não nos pertence, mas à qual nós pertencemos. Precisamos primeiro aprender a aprender. Tudo deve ser muito primário, muito cheio de espera, muito lento, para que, enquanto o único envio de destino, o verdadeiro possa vir verdadeiramente ao nosso encontro e ao encontro de nossos sucedâneos, sem que seja preciso calcular quando, onde e em que fisionomia isso ocorrerá com propriedade. Deve surgir uma geração de lentos, para que a pressa exagerada da vontade de produção e a corrida das prestações e apontamentos, para que a cobiça de informações imediatas e soluções baratas não nos precipitem num vazio ou nos desviem para a fuga, em opiniões e crenças apenas derivadas, que nunca podem constituir origem, unicamente subterfúgio. (HEIDEGGER, Heráclito, 1994/1998, p. 202-203)
Original
Wie aber sollen wir die Helle des Denkens finden, wenn wir uns nicht auf den weiten Weg des Denkens leiten lassen und langsam erst denken lernen?
Vielleicht gibt es gar das noch Vorläufigere, daß wir erst das Lernen und das Lernenkönnen lernen müssen; ja sogar vor diesem Vorläufigen das eine noch Vorläufigere, daß wir nur erst bereit werden, das Lernen zu lernen. Was ist das — lernen? Mit einem einzigen Wort läßt sich dies nicht sagen, wohl aber andeuten: lernen ist, nach einer Weisung und auf Winke hin etwas wissend aneignen, um es als Eigentum des Wissens zu verschenken, ohne es zu verlieren und dabei zu verarmen. Lernen geht auf wissendes Aneignen und Eigentum des Wissens, aber je auf ein Eigentum, das nicht uns gehört, sondern dem wir gehören. Das Lernen müssen wir erst lernen. So vorläufig, so weithin wartend, so langsam muß alles sein, wenn uns und den Nachkommenden das Wahre als das einzige Geschick wahrhaft soll entgegenkommen können, ohne daß wir schon ausrechnen dürften, wann und wo und in welcher Gestalt sich das ereignet. Ein Geschlecht der Langsamen muß erwachen, wenn uns die Übereilung des Wirkenwollens und des geschwinden Zurechtmachens, wenn uns die Gier nach raschen Auskünften und billigen Lösungen nicht fortreißen soll ins Leere oder abdrängen in die Flucht zum nur noch herkömmlichen Meinen und Glauben, das lediglich Ausweg bleibt, aber nie ein Ursprung wird und nie werden kann.