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GA6T2:66-67 – atuação é o irreal
sexta-feira 9 de agosto de 2019
Casanova
[…] Somente se o todo do ente “atua” através do homem, somente se este é inserido na “unidade” e “pode submergir nela como em um elemento de valor supremo”, o próprio homem pode ter um “valor” para si mesmo. Portanto, conclui Nietzsche , o homem precisa levar em consideração uma tal totalidade e unidade do ente, “para poder acreditar em seu valor”.
Nesse caso, pressupõe-se que esse poder acreditar do homem em seu próprio “valor” é necessário. Ele é necessário porque se trata por toda parte da autoafirmação do homem. Para que o homem possa permanecer seguro de seu próprio valor, ele precisa estabelecer um valor supremo para o ente na totalidade. No entanto, se a crença em uma unidade que atua através do todo é frustrada, então se percebe que não se tende para nada com todo agir e com todo atuar (“devir”). O que se acha implicado nessa intelecção? Nada menos do que o fato de que essa atividade e esse devir não são nada “real” e nenhum ente verdadeiro, mas apenas uma ilusão. A atuação é, então, o irreal. O “devir” não aparece agora apenas como desprovido de fito e de sentido, mas como em si mesmo desprovido de peso e, por isso, irreal. Todavia, para que se possa salvar apesar de tudo esse irreal e assegurar para o homem um valor próprio, é preciso que se estabeleça sobre o “devir”, sobre o “mutável”, sobre o propriamente irreal e apenas aparente, um “mundo verdadeiro”, no qual é preservado o permanente que não é tocado por nenhuma mudança e nenhuma falta, por nenhuma decepção. O estabelecimento desse “mundo verdadeiro”, do supra-sensível transcendente, procede com certeza às custas da avaliação do “mundo” terreno. Este é degradado e transformado em uma mera odisseia — mera quando medida a partir da eternidade — através do perecível, um estado que se paga na eternidade, na medida em que ela mantém de lá o seu valor. [GA6Casanova:48-49]
Original
[…] Nur wenn durch den Menschen hindurch das Ganze des Seienden »wirkt« und er in die »Einheit« einbezogen ist und in ihr »untertauchen darf wie in einem Element höchsten Wertes«, hat der Mensch selbst für sich selbst einen »Wert«. Also, schließt Nietzsche , muß der Mensch eine solche Ganzheit und Einheit des Seienden in den Ansatz bringen, »um an seinen Wert glauben zu können.«
Dabei ist unterstellt, daß dieses Glaübenkönnen des Menschen an den eigenen »Wert« nötig ist. Es ist nötig, weil es sich überall um die Selbstbehauptung des Menschen handelt. Damit der Mensch seines eigenen Wertes sicher bleiben kann, muß er für das Seiende im Ganzen einen obersten Wert ansetzen. Wird aber der Glaube an eine das Ganze durchwirkende Einheit enttäuscht, dann erwächst die Einsicht, daß mit allem Handeln und Wirken (»Werden«) nichts erzielt wird. Was liegt in dieser Einsicht beschlossen? Nichts Geringeres, als daß auch dieses Wirken und Werden nichts »Wirkliches« und wahrhaft Seiendes, sondern nur eine Täuschung ist. Das Wirken ist dann das Unwirkliche. Das »Werden« erscheint jetzt nicht nur als ziel- und sinnlos, sondern als in sich selbst gewichtslos und daher unwirklich. Um jedoch dieses Unwirkliche trotz allem retten zu können und dem Menschen einen eigenen Wert zu sichern, muß über dem »Werden« und dem »Veränderlichen« und eigentlich Unwirklichen und nur Scheinbaren eine »wahre Welt« angesetzt werden, in der das Bleibende aufbehalten ist, das von keinem Wechsel und keinem Mangel, von keiner Enttäuschung berührt wird. Die Ansetzung dieser »wahren Welt«, des jenseitigen Übersinnlichen, geht allerdings auf Kosten der Einschätzung der diesseitigen »Welt«. Diese wird zu einer — an der Ewigkeit gemessen nur kurzen — Irrfahrt durch das Vergängliche herabgesetzt, deren Mühsal sich in der Ewigkeit bezahlt macht, insofern sie von dorther ihren Wert erhält. [GA6T2 :66-67]
Ver online : NIETZSCHE II [GA6T2]