Página inicial > Gesamtausgabe > GA6T2:164-165 – economia maquinal (machinale Ökonomie)
GA6T2:164-165 – economia maquinal (machinale Ökonomie)
segunda-feira 18 de maio de 2020
Casanova
Nos dias de hoje, nós mesmos somos testemunhas de uma lei secreta da história, uma lei segundo a qual um povo não consegue mais fazer frente à metafísica que emergiu de sua própria história no instante justamente em que essa metafísica se transforma no incondicionado. Agora se mostra o que Nietzsche já reconhecera metafisicamente, o fato de a “economia maquinal” moderna, o cálculo total de todo agir e planejar em sua forma incondicionada, exigir uma nova humanidade, que vai além do homem até aqui. Não é suficiente que se possuam tanques, aviões e aparelhos de comunicação; também não é suficiente que se disponha de homens em condições de servir a tais coisas; não é suficiente nem mesmo que o homem apenas domine a técnica, como se ela fosse algo em si indiferente e estivesse para além de utilidade e prejuízo, de construção e destruição, algo útil para qualquer um e para qualquer finalidade.
Carece-se de uma humanidade, que esteja de ponta a ponta sintonizada com a essência fundamental e única da técnica moderna e de sua verdade metafísica, isto é, que se deixe dominar totalmente pela essência da técnica, a fim de dirigir e utilizar assim precisamente os processos e possibilidades técnicas particulares.
No sentido da metafísica de Nietzsche , só o além-do-homem está sintonizado com a “economia maquinal” incondicionada, e, inversamente, essa economia necessita do além-do-homem para erigir o domínio incondicionado sobre a terra.
O portal na região essencial desse domínio compreendido metafisicamente foi aberto à força por Descartes com a sentença cogito sum. A sentença, segundo a qual a natureza inanimada seria res extensa, não é senão a consequência essencial da primeira sentença. Sum res cogitans é a razão que se encontra na base, o subiectum para a definição do mundo material como res extensa. [GA6T2MAC:122-123]
Krell
We today are witnesses to a mysterious law of history which states that one day a people no longer measures up to the metaphysics that arose from its own history; that day arrives precisely when such metaphysics has been transformed into the absolute. What Nietzsche already knew metaphysically now becomes clear: that in its absolute form the modern “machine economy,” the machine-based reckoning of all activity and planning, demands a new kind of man who surpasses man as he has been hitherto. It is not enough that one possess tanks, airplanes, and communications apparatus; nor is it enough that one has at one’s disposal men who can service such things; it is not even sufficient that man only master technology as if it were something [117] neutral, beyond benefit and harm, creation and destruction, to be used by anybody at all for any ends at all.
What is needed is a form of mankind that is from top to bottom equal to the unique fundamental essence of modern technology and its metaphysical truth; that is to say, that lets itself be entirely dominated by the essence of technology precisely in order to steer and deploy individual technological processes and possibilities.
In the sense of Nietzsche ’s metaphysics, only the Over-man is appropriate to an absolute “machine economy," and vice versa: he needs it for the institution of absolute dominion over the earth.
Descartes , with his principle of the cogito sum, forced open the gates of the domain of such a metaphysically comprehended dominion. The principle that lifeless nature is res extensa is simply the essential consequence of the first principle. Sum res cogitans is the ground, the underlying, the subiectum for the determination of the material world as res extensa. [GA6T2DFK:116-117]
Original
In diesen Tagen sind wir selbst die Zeugen eines geheimnisvollen Gesetzes der Geschichte, daß ein Volk eines Tages der Metaphysik, die aus seiner eigenen Geschichte entsprungen, nicht mehr gewachsen ist und dies gerade in dem Augenblick, da diese Metaphysik sich in das Unbedingte gewandelt hat. Jetzt zeigt sich, was Nietzsche bereits metaphysisch erkannte, daß die neuzeitliche »machinale Ökonomie«, die maschinenmäßige Durchrechnung alles Handelns und Planens in ihrer unbedingten Gestalt ein neues Menschentum fordert, das über den bisherigen Menschen hinausgeht. Es genügt nicht, daß man Panzerwagen, Flugzeuge und Nachrichtengeräte besitzt; es genügt auch nicht, daß man über Menschen verfügt, die dergleichen bedienen können; es genügt nicht einmal, daß der Mensch die Technik nur beherrscht, als sei diese etwas an sich Gleichgültiges jenseits von Nutzen und Schaden, Aufbau und Zerstörung, beliebig von irgendwem zu beliebigen Zwekken nutzbar.
Es bedarf eines Menschentums, das von Grund aus dem einzigartigen Grundwesen der neuzeitlichen Technik und ihrer metaphysischen Wahrheit gemäß ist, d. h. vom Wesen der Technik sich ganz beherrschen läßt, um so gerade selbst die [165] einzelnen technischen Vorgänge und Möglichkeiten zu lenken und zu nützen.
Der unbedingten »machinalen Ökonomie« ist im Sinne der Metaphysik Nietzsches nur der Über-mensch gemäß, und umgekehrt: dieser bedarf jener zur Einrichtung der unbedingten Herrschaft über die Erde.
Das Tor in den Wesensbezirk dieser metaphysisch verstandenen Herrschaft hat Descartes mit dem Satz cogito sum aufgestoßen. Der Satz, daß die leblose Natur res extensa sei, ist nur die Wesensfolge des ersten Satzes. Sum res cogitans ist der Grund, das zum Grunde Liegende, das subiectum für die Bestimmung der stofflichen Welt als res extensa. [GA6 :164-165]
[Excerto de HEIDEGGER, Martin. Nietzsche II. Tr.: Marco Antonio Casanova . Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007, p. 122-123]
Ver online : NIETZSCHE II [GA6T2]