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aion

quinta-feira 21 de dezembro de 2023

[…] En rapportant l’aspect verbal à la tension qui est le propre de la force vitale, les Stoïciens retrouvaient à l’origine du verbe, la plus ancienne forme de la temporalité — que la langue grecque désigne par Ἀιών (rac. αιυ : force vitale). Or Aiôn est le nom pour désigner le temps comme principe étemel de création, dont les images, comme le note Panofsky [1], sont associées au culte de Mithra et à la figure orphique de Phanès. Phanès est dans l’un des trois grands mythes grecs des origines le Protogonos, le premier né des dieux, né de l’œuf de la nuit fécondée par le vent. Comme Phanès — le Clair — sorti de l’œuf et du germe amène tout à la lumière d’un monde, l’Aiôn est le premier moment cosmogénétique; et l’aspect — comme tension de durée se développant elle-même à la façon d’un germe — est la première dimension du verbe.

[MALDINEY  , Henri. Aîtres de la langue et demeures de la pensée. Paris: Amers, 1975, p. 13-14]

αἰών (ὁ)

GA2   559; SZ 423; GA5   280; GA6T1   297; GA9   144; GA10   168, 169; GA19   31, 33, 34, 137; GA24   327; GA26   222; GA27   242; GA39   105; GA44   81, 82; GA46   203, 344; GA52   111, 116; GA60   69, 71, 110, 120, 153, 211; GA78   326; GA81   344. [HC]

Com isso, mostra-se algo estranho: o fato de o ente ser determinado com vistas ao seu ser por meio de um momento do tempo. Aquilo que dura sempre caracteriza esse ente com vistas ao seu ser. Os onta   (entes) são aidia   (sempre) (23ss.). aidion (o que é sempre) pertence à mesma raiz que aei (eterno) e aion (eternidade), [citação em grego] (Mas ο que é sempre é contínuo – Física Q, 6; 259a16ss.). aei, “incessantemente, perdurando”, designa “aquilo que se mantém coeso consigo, que nunca é interrompido”, aion (eternidade/presença) significa o mesmo que o tempo de vida, entendido como estar plenamente presente: [citação em grego] (toda a eternidade) (De Caelo A, 9; 279b22). Todo ser vivo possui seu aion, seu tempo determinado de presença. No aion, expressa-se a extensão do presente do qual dispõe um vivente. No sentido mais amplo, aion significa a duração do mundo em geral, que é, segundo Aristóteles  , eterno, inengendrado e imperecível. Portanto, a existência tanto do vivente quanto do mundo na totalidade é determinada como [34] aion (eternidade/presente). E ο ouranos (céu) determina para o vivente o seu aion, o seu ser-presente. Além disso, os [citação em grego] (Metafísica Q, 8; 1050b7), “ο que é sempre é anterior com vistas à presença em relação àquilo que é perecível”, àquilo que um dia veio a ser, ou seja, que não estava presente. Por isso, [citação em grego] (cf. 1051 a19ss.), as aidia (coisas eternas) são aquilo que constitui o início para todos os outros entes. Portanto, elas são aquilo que são propriamente. Pois para os gregos ser significa: presença, estar presente. Por isso, aquilo que é sempre no agora, o ente propriamente dito e a arche   (o princípio), é a origem dos outros entes. Toda determinação de um ente é remetida, se é que ela deve ser, a algo que é sempre e compreendida a partir dele. [GA19MAC:33-34]

Observações

[1Erwin Panofsky, Essais d’Iconologie. Trad. Herberte et Teyssèdre, Paris, 1967.