Página inicial > Gesamtausgabe > GA9:196-198 – Irre - errância

Marcas do Caminho

GA9:196-198 – Irre - errância

A Essência da Verdade (7)

sexta-feira 18 de janeiro de 2019, por Cardoso de Castro

Giachini & Stein

Insistente, o homem está voltado para o que é sempre o mais corrente em meio ao ente. Ele, porém, só pode insistir na medida em que já é ek-sistente, isto é, uma vez que ele, contudo, toma como medida diretora o ente enquanto tal. Enquanto toma medida, porém, a humanidade está desviada do mistério. Este insistente dirigir-se ao que é corrente e o ek-sistente afastar-se do mistério se compertencem. São uma e mesma coisa. Esta maneira de se voltar e se afastar resulta, no fundo, da agitação inquieta que é característica do ser-aí. Este vaivém do homem, no qual ele se afasta do mistério e se dirige para a realidade corrente, sai de um objeto da vida cotidiana para outro, desviando-se do mistério: ele é o errar.

O homem erra. O homem não cai na errância em um momento dado. Ele nunca se move senão dentro da errância, porque in-siste de maneira ek-sistente e já se encontra sempre, desta maneira, na errância. A errância, através da qual o homem se movimenta, não é algo semelhante a um fosso ao longo do qual o homem caminha e no qual cai de vez em quando. Pelo contrário, a errância pertence à constituição íntima do ser-aí, à qual o homem histórico está abandonado. A errância é o espaço de jogo deste vaivém, no qual a ek-sistência in-sistente se movimenta constantemente, se esquece e se engana sempre novamente. O encobrimento do ente na [209] totalidade, ele mesmo velado, impera no desvelamento do respectivo ente que, como esquecimento do encobrimento, se transforma em errância.

A errância é a antiessência fundamental que se opõe à essência inicial da verdade. A errância se revela como o espaço aberto para tudo o que se opõe à verdade essencial. A errância é o cenário e o fundamento do erro. O erro não é uma falta ocasional, mas o império (o domínio) da história, na qual se entrelaçam, confundidas, todas as modalidades do errar.

Todo comportamento possui sua maneira de errar, correspondente à abertura que mantém e à sua relação com o ente na totalidade. O erro se estende desde o mais comum engano, inadvertência, erro de cálculo até o desgarramento e o perder-se de nossas atitudes e nossas decisões essenciais. Aquilo que o hábito e as doutrinas filosóficas chamam erro, isto é, a não-conformidade do juízo e a falsidade do conhecimento, é apenas um modo e ainda o mais superficial de errar. A errância, na qual a humanidade histórica deve se movimentar para que se possa dizer que sua marcha é errante, é um componente essencial da abertura do ser-aí. A errância domina o homem enquanto o leva a se desgarrar. Feio desgarramento, porém, a errância também contribui para fazer nascer esta possibilidade que o homem pode tirar da ek-sistência e que consiste em não se deixar levar pelo desgarramento. O homem não sucumbe no desgarramento, se ele mesmo é capaz de provar a errância enquanto tal e de não desconhecer o mistério do ser-aí.

Pelo fato de a ek-sistência in-sistente do homem marchar na errância e pelo fato de essa errância enquanto desgarramento sempre ameaçar o homem de alguma maneira, a ek-sistência está plena de mistério e de um mistério esquecido. Eis por que o homem está submisso, na ek-sistência de seu ser-aí, ao mesmo tempo ao reino do mistério e à ameaça que irrompe da errância. Tanto o mistério como a ameaça de desgarramento mantêm o homem na indigência do constrangimento. A plena essência da verdade, incluindo sua própria não-essência, mantém o ser-aí na indigência pela constante [210] oscilação do vaivém entre o mistério e a ameaça de desgarramento. O ser-aí é o voltar-se para a indigência. Somente do ser-aí do homem brota o desvelamento da necessidade e, por ela, a existência humana pode ser levada para a esfera do inelutável.

O desvelamento do ente enquanto tal é, ao mesmo tempo e em si mesmo, o encobrimento do ente em sua totalidade. É nesta simultaneidade do desvelamento e do encobrimento, que impera a errância. O encobrimento do que está velado e a errância pertencem à essência inicial da verdade. A liberdade, compreendida a partir da ek-sistência in-sistente do ser-aí, só é a essência da verdade (no sentido da conformidade da re-presentação) pelo fato de a própria liberdade irromper da essência inicial da verdade, do reino do mistério na errância. O deixar-ser do ente se realiza no comportamento aberto. Todavia, o deixar-ser do ente como tal na totalidade nunca acontece autenticamente senão quando é assumido de tempos em tempos em sua essência inicial. Neste caso, a de-cisão enérgica pelo mistério se põe a caminho da errância enquanto tal. Neste momento, a questão acerca da essência da verdade é posta mais originariamente. Então se revela afinal o fundamento da imbricação da essência da verdade com a verdade da essência. A perspectiva sobre o mistério, que se descerra a partir da errância, põe o problema da questão que unicamente importa: o que é o ente enquanto tal na totalidade? Uma tal interrogação pensa o problema essencialmente desconcertante e, por isto, não dominado ainda em sua ambivalência: a questão acerca do ser do ente. O pensamento do ser, um pensamento do qual emana originariamente tal interrogação, se concebe, desde Platão  , como “filosofia” e recebeu mais tarde o nome de “metafísica”. (p. 208-210)

Cortés & Leyte

El hombre entregado a la más próxima accesibilidad de lo ente es insistente. Pero sólo insiste en cuanto ya ex-siste, desde el momento en que acepta a lo ente como tal medida normativa. Pero al tomar medidas la humanidad se aparta del misterio. Ese insistente entregarse a lo accesible y ese ex-sistente apartarse del misterio son inseparables. Son una y la misma cosa. Ahora bien, tales entregarse a… y apartarse de… siguen la orientación de un giro [1] propio del dar vueltas de aquí para allá del Dasein  . Esta inquietud del hombre, que se aparta del misterio para volcarse en lo accesible, y que le hace ir pasando de una cosa accesible a otra, pasando de largo ante el misterio, es lo que llamamos el errar. El hombre anda errante [2]. No es que el hombre caiga en el errar. Si está siempre sujeto a dicho errar es porque, ex-sistiendo, in-siste y, de este modo, ya está en el errar. El errar por el que atraviesa el hombre no es algo que, por así decir, se limite sólo a rozar al hombre, algo parecido a un foso en el que a veces cayera, sino que el errar forma parte de la constitución íntima del ser-aquí en que se halla inmerso el hombre histórico. El errar es el campo de acción de ese giro en el que la ex-sistencia in-sistente da vueltas y se vuelve a olvidar siempre de sí y a [166] confundirse de nuevo. El ocultamiento de lo ente oculto en su totalidad reina [GA9  :197] en el encubrimiento del respectivo ente que, en cuanto olvido del ocultamiento, se convierte en un errar.

El errar es la esencial instancia contraria a la esencia inicial de la verdad. El errar se abre como ese espacio abierto a cualquier contraposición respecto a la verdad esencial. El errar es la estancia abierta y el fundamento del error. El error no es una falta aislada, sino el reino (el dominio) de la historia de los intrincados entramados de todos los modos de errar.

De acuerdo con su carácter abierto y su referencia a lo ente en su totalidad, todo comportarse tiene siempre su manera de errar. El error se extiende desde la más común de las equivocaciones, confusiones o errores de cálculo hasta el perderse y extraviarse en las actitudes y decisiones que son esenciales. Ahora bien, lo que por lo general y también según las teorías filosóficas se conoce como error, esto es, la falta de conformidad del juicio y la falsedad del conocimiento, es sólo uno y hasta el más superficial de los modos del errar. Ese errar en el que tiene que caminar en cada caso una humanidad histórica a fin de que su marcha sea errante, se conjuga y encaja esencialmente con la apertura del Dasein. El errar domina por completo al hombre en la medida en que lo confunde. En cuanto confusión, el errar también contribuye a esa posibilidad, que el hombre es capaz de extraer de la ex-sistencia, de no dejarse confundir, desde el momento en que experimenta el propio errar y no deja de ver el misterio del ser-aquí.

Puesto que la ex-sistencia in-sistente del hombre camina en el errar y puesto que el errar, como confusión, siempre oprime a su manera y gracias a esa opresión se adueña del misterio en la medida en que es un misterio olvidado, por esto en la ex-sistencia de su Dasein el hombre se ve sometido al dominio del misterio y, sobre todo, de la opresión del errar. Se encuentra sujeto al estado de necesidad de la opresión por uno y otro motivo. La plena esencia de la verdad, que incluye su propia inesencialidad, mantiene al Dasein en esa situación de necesidad en un permanente dar vueltas de aquí para allá. El Dasein [GA9:198] es el volverse a la necesidad. Del ser-aquí del hombre y sólo de él surge el desencubrimiento de la necesidad y, de acuerdo con ella, el posible instalarse en lo inevitable.

El desencubrimiento de lo ente como tal es en sí y simultáneamente el ocultamiento de lo ente en su totalidad. En la simultaneidad de desencubrimiento y ocultamiento reina el errar. El ocultamiento de lo oculto y el errar pertenecen a la esencia inicial de la verdad. La libertad, concebida a partir de la ex-sistencia in-sistente del Dasein, es la esencia de la verdad (en el sentido de la conformidad del re-presentar) solamente porque la propia libertad nace de la esencia inicial de la verdad, del reinar del misterio en el errar. El dejar ser a lo ente se consuma en un comportarse que se mantiene abierto. El dejar ser a lo ente como [167] tal en su totalidad sólo ocurre de modo conforme a la esencia cuando, a veces, se asume en su esencia inicial. Entonces la re-solución que se abre al misterio está en el camino del errar como tal. Entonces, la pregunta por la esencia de la verdad se pregunta de modo más originario. Y, así, se desvela el fundamento de la imbricación entre la esencia de la verdad y la verdad de la esencia. La vista del misterio que se obtiene desde el errar es el preguntar en el sentido de la pregunta única: qué sea lo ente como tal en su totalidad. Este preguntar piensa la pregunta por el ser de lo ente, una pregunta que por su esencia conduce a la confusión y a la que, por lo tanto, todavía no se domina en la multiplicidad de sus sentidos. El pensar del ser, del que surge inicialmente este preguntar, se concibe desde Platón como «filosofía», y sólo más tarde recibe el nombre de «metafísica». (p. 165-167)

Waelhens & Biemel

Insistant, l’homme est tourné vers ce qu’il y a de plus courant dans l’étant. Mais il ne peut insister qu’en étant déjà ek-sistant, c’est-à-dire en tant qu’il prend tout de même pour mesure directrice l’étant comme tel. L’humanité, néanmoins, par la prise de mesure qui lui est propre, est détournée du mystère. Cette insistante conversion à ce qui est courant et cette aversion ek-sistante du mystère vont de pair. Elles sont une seule et même chose. Cette manière de se tourner et de se détourner résulte, au fond, de l’agitation inquiète qui est caractéristique du Dasein. L’agitation qui fuit le mystère pour se réfugier dans la réalité courante, et pousse l’homme d’un objet quotidien vers l’autre, en lui faisant manquer le mystère, est l’errer (Irren  ).

L’homme erre. L’homme ne tombe pas dans l’errance à un moment donné. -Il ne se meut que dans l’errance parce qu’il in-siste en ek-sistant et ainsi se trouve toujours-déjà dans l’errance. L’errance au sein   de laquelle l’homme se meut, n’a pas la forme d’un ravin qui longerait son chemin et dans lequel il lui arriverait quelquefois de choir; au contraire, l’errance fait partie de la constitution intime du Da-sein à laquelle l’homme historique est abandonné. L’errance est l’espace de jeu de cette agitation au sein de laquelle l’ek-sistence in-sistante, non sans souplesse, s’oublie elle-même et se manque toujours à nouveau. La dissimulation de l’étant en totalité, lui-même obnubilé, s’affirme dans le dévoilement de l’étant particulier qui, comme oubli de la dissimulation, constitue l’errance.

[187] L’errance est l’anti-essence fondamentale de l’essence originaire de la vérité. L’errance s’ouvre en domaine ouvert pour toute antidémarche (Widerspiel) de la vérité essentielle. L’errance est le théâtre et le fondement de l’erreur. Non pas une faute occasionnelle, mais l’empire de cette histoire où s’entremêlent, confondues, toutes les modalités de l’errance, telle est l’erreur.

Tout comportement possède sa manière d’errer, correspondant à son apérité et à son rapport à l’étant en totalité. L’erreur s’étend depuis les méprises, les bévues et les mécomptes les plus ordinaires, jusqu’aux égarements et aux outrances de nos attitudes et de nos décisions essentielles. Ce que l’habitude et les doctrines philosophiques appellent l’erreur, c’est-à-dire la non-conformité du jugement et la fausseté de la connaissance, n’est qu’une manière, et encore la plus superficielle, d’errer. L’errance, dans laquelle l’humanité historique doit se mouvoir pour que sa marche puisse être aberrante, est une composante essentielle de l’ouverture du Dasein. L’errance domine l’homme en tant qu’elle le pousse à s’égarer [3]. Mais par l’égarement, l’errance contribue aussi à faire naître cette possibilité que l’homme a le moyen de tirer de son ek-sistence et qui consiste à ne pas succomber à l’égarement. Il n’y succombe pas s’il est susceptible d’éprouver l’errance comme telle et de ne pas méconnaître le mystère du Da-sein.

Comme l’ek-sistence in-sistante de l’homme se meut dans l’errance et que l’errance en tant qu’égarement menace toujours l’homme de quelque [188] manière, l’ek-sistence, par cette menace, est lourde de mystère, encore que d’un mystère oublié; voilà pourquoi l’homme est dans l’ek-sistence de son Dasein assujetti du même coup au règne du mystère et à la menace issue de l’errance. L’un et l’autre le maintiennent dans la détresse de la contrainte [4]. La pleine essence de la vérité, incluant sa propre anti-essence, garde le Dasein dans la détresse par le fait de cette oscillation perpétuelle entre le mystère et la menace de l’égarement. Le Dasein est [soumis] à la contrainte. Du Da-sein de l’homme et de lui seul, surgit le dévoilement de la nécessité [5] ; et par là, l’existence humaine peut se placer dans l’inéluctable.

Le dévoilement de l’étant comme tel est en même temps et en soi la dissimulation de l’étant en totalité. C’est dans cette simultanéité du dévoilement et de la dissimulation que s’affirme l’errance. La dissimulation de l’obnubilé et l’errance appartiennent à l’essence originaire de la vérité. La liberté, comprise à partir de l’ek-sistence in-sistante du Dasein, n’est l’essence de la vérité (comme conformité de l’apprésentation) que parce que la liberté découle elle-même de l’essence originaire de la vérité, du règne du mystère dans l’errance. Le laisser-être de l’étant s’accomplit par notre comportement au sein de l’ouvert. Toutefois, le laisser-être de l’étant comme tel et en totalité ne se fait [189] authentiquement [wesensgerecht) que lorsque, de temps à autre, il est assumé dans son essence originaire. A ce moment, l’acceptation ré-solue1 du mystère commence à s’accomplir au sein de l’errance aperçue comme telle. Dès ce moment, la question de l’essence de la vérité se trouve posée dans son originalité radicale. Dès ce moment, se dévoile l’origine de l’imbrication de l’essence de la vérité avec la vérité de l’essence. La vue du mystère à partir de l’errance pose le problème de la question unique : qu’est-ce que l’étant comme tel dans sa totalité? Une telle interrogation pense le problème essentiellement déconcertant et dont l’équivocité n’est pas encore maîtrisée : la question de l’être de l’étant. La pensée de l’Être, dont cette interrogation dérive originairement, se conçoit depuis Platon comme « philosophie   » et a reçu plus tard le nom de « métaphysique ». (Questions I et II, p. 186-189)

McNeill

As insistent, the human being is turned toward the most readily available beings. But he insists only by being already ek-sistent, since, after all, he takes beings as his standard. However, in taking its standard, humanity is turned away from the mystery. The insistent turning toward what is readily available [92] and the ek-sistent turning away from the mystery belong together. They are one and the same. Yet turning toward and away from is based on a peculiar turning to and fro proper to Dasein. The human being’s flight from the mystery toward what is readily available, onward from one current thing to the next, passing the mystery by – this is erring.14

Humans err. Human beings do not   merely stray into errancy. They are always astray in errancy, because as ek-sistent they in-sist and so already stand   within errancy. The errancy through which human beings stray is not something that, as it were, extends alongside them like a ditch into which they occasionally stumble; rather, errancy belongs to the inner constitution of the Da-sein into which historical human beings are admitted. Errancy is the free space for that turning in which in-sistent ek-sistence adroitly forgets and mistakes itself constantly anew. The concealing of concealed beings as a whole holds sway in that disclosure of specific beings, which, as forgottenness of concealment, becomes errancy.

Errancy is the essential counteressence to the originary essence of truth. Errancy opens itself up as the open region for every counterplay to essential truth. Errancy is the open site for and ground of error. Error is not merely an isolated mistake but the kingdom (the dominion) of the history of those entanglements in which all kinds of erring get interwoven.

In conformity with its openness and its relatedness to beings as a whole, every mode of comportment has its manner of erring. Error extends from the most ordinary wasting of time, making a mistake, and miscalculating, to going astray and venturing too far in one’s essential attitudes and decisions. I Iowever, what is ordinarily and even according to the teachings [150] of philosophy recognized as error, namely, incorrectness of judgments and falsity of knowledge, is only one mode of erring and, moreover, the most superficial one. The errancy in which any given segment of historical humanity must proceed for its course to be erTant is essentially connected with the openness of Dasein. [93] By leading them astray, errancy dominates human beings through and through. But, as leading astray, errancy at the same time contributes to a possibility that humans are capable of drawing up from their ek-sistence – the possibility that, by experiencing erTancy itself and by not mistaking the mystery of Da-sein, they not let themselves be led astray.

Because the human being’s in-sistent ek-sistence proceeds in errancy, and because errancy as leading astray always oppresses in some manner or other and is formidable on the basis of this oppression of the mystery, specifically as something forgotten, in the ek-sistence of his Dasein the human being is subjected to the rule of the mystery and at the same time to the oppression of errancy. He is in the needful condition of being constrained by the one and the other. The full essence of truth, including its most proper nonessence, keeps Dasein in need by this perpetual turning to and fro. Dasein is a turning into need. From the Da-sein of human beings and from it alone arises the disclosure of necessity and, as a result, the possibility of being transposed into what is inevitable.

The disclosure of beings as such is simultaneously and intrinsically the concealing of beings as a whole. In the simultaneity of disclosure and concealing, errancy holds sway. Errancy and the concealing of what is concealed belong to the originary essence of truth. Freedom, conceived on the basis of the in-sistent ek-sistence of Dasein, is the essence of truth (in the sense of the correctness of presenting), only because freedom itself originates from the originary essence of truth, the rule of the mystery in errancy. Letting beings be takes its course in open comportment. However, letting beings as such be as a whole occurs in a way befitting its essence only when from time to time it gets taken up in its originary essence. Then resolute openness toward the mystery [die Ent-schlossenheit zum Geheimnis  ] under way into errancy as such. Then the question of the essence of truth gets asked more originally. Then the ground of the intertwining of the essence of truth with the truth of essence reveals itself. The glimpse into the mystery [94] out of errancy is a questioning – in the sense of that unique question of what beings as such are as a whole. This questioning thinks the question of the Being of beings, a question that is essentially misleading and thus in its manifold meaning is still not mastered. The thinking of Being, from which such questioning originarily stems, has since Plato been understood as “philosophy,” and later received the title “metaphysics.” (p. 149-150)

Original

Insistent ist der Mensch   der je nächsten Gangbarkeit des Seienden   zugewendet. Aber er insistiert nur als der schon ek-sistente, indem er doch das Seiende als ein solches Richtmaß nimmt. In seinem Maßnehmen aber ist das Menschentum weggewendet vom Geheimnis. Jene insistente Zuwendung zum Gangbaren und diese ek-sistente Wegwendung vom Geheimnis gehören   zusammen  . Sie sind eines und dasselbe. Jenes Zu- und Wegwenden folgt jedoch einer eigentümlichen Wende des Hin und Her im Dasein. Die Umgetriebenheit des Menschen weg   vom Geheimnis hin zum Gangbaren, fort von einem Gängigen, fort zum nächsten und vorbei am Geheimnis, ist das Irren.

Der Mensch irrt. Der Mensch geht nicht   erst in die Irre. Er geht nur immer in der Irre, weil er ek-sistent in-sistiert und so schon in der Irre steht. Die Irre, durch die der Mensch geht, ist nichts, was nur gleichsam neben dem Menschen herzieht wie eine Grube, in die er zuweilen fällt, sondern die Irre gehört zur inneren Verfassung   des Da-seins, in das der geschichtliche Mensch eingelassen ist. Die Irre ist der Spielraum   jener Wende, in der die in-sistente Ek-sistenz   wendig sich stets neu vergißt [197] und vermißt. Die Verbergung   des verborgenen Seienden im Ganzen waltet in der Entbergung   des jeweiligen Seienden, die als Vergessenheit   der Verbergung zur Irre wird.

Die Irre ist das wesentliche Gegenwesen zum anfänglichen Wesen   der Wahrheit  . Die Irre öffnet sich als das Offene   für jegliches Widerspiel zur wesentlichen Wahrheit. Die Irre ist die offene Stätte   und der Grund   des Irrtums. Nicht ein vereinzelter Fehler, sondern das Königtum (die Herrschaft) der Geschichte   jener in sich   verwobenen Verstrickungen aller Weisen   des Irrens ist der Irrtum.

Jedes Verhalten   hat gemäß seiner Offenständigkeit und seinem Bezug   zum Seienden im Ganzen je seine Weise   des Irrens. Der Irrtum erstreckt sich vom gewöhnlichsten Sich-vertun, Sichversehen   und Sich-verrechnen bis zum Sich-verlauf en und Sich-versteigen in den wesentlichen Haltungen und Entscheidungen  . Was man jedoch gewöhnlich und auch nach den Lehren der Philosophie als Irrtum kennt, die Unrichtigkeit   des Urteils und die Falschheit der Erkenntnis  , ist nur eine und dabei die oberflächlichste Weise des Irrens. Die Irre, in der jeweils ein geschichtliches Menschentum gehen muß, damit sein Gang irrig sei, fügt wesentlich mit die Offenheit des Daseins. Die Irre durchherrscht den Menschen, indem sie ihn beirrt. Als Be-irrung schafft die Irre aber zugleich mit an der Möglichkeit  , die der Mensch aus der Ek-sistenz zu heben vermag, sich nicht beirren zu lassen  , indem er die Irre selbst   erfährt und sich nicht versieht am Geheimnis des Da-seins.

Weil die in-sistente Ek-sistenz des Menschen in der Irre geht und weil die Irre als Beirrung in je einer Weise bedrängt und aus dieser Bedrängnis des Geheimnisses mächtig ist, und zwar als eines vergessenen, deshalb ist der Mensch in der Ek-sistenz seines Daseins dem Walten   des Geheimnisses und der Bedrängnis der Irre zumal unterworfen. Er ist in der Not der Nötigung durch das Eine und das Andere  . Das volle, sein eigenstes Unwesen einschließende Wesen der Wahrheit hält das Dasein mit dieser ständigen Wende des Hin und Her in die Not. Das [198] Dasein ist die Wendung in die Not. Aus dem Da-sein des Menschen und aus ihm allein entspringt die Entbergung der Notwendigkeit   und ihr zufolge die mögliche Versetzung in das Unumgängliche.

Die Entbergung des Seienden als eines solchen ist in sich zugleich die Verbergung des Seienden im Ganzen. Im Zugleich der Entbergung und Verbergung waltet die Irre. Die Verbergung des Verborgenen und die Irre gehören in das anfängliche Wesen der Wahrheit. Die Freiheit  , aus der in-sistenten Ek-sistenz des Daseins begriffen, ist das Wesen der Wahrheit (im Sinne der Richtigkeit des Vor-stellens) nur deshalb, weil die Freiheit selbst dem anfänglichen Wesen der Wahrheit, dem Walten des Geheimnisses in der Irre, entstammt. Das Seinlassen des Seienden vollzieht sich im offenständigen Verhalten. Das Seinlassen des Seienden als eines solchen im Ganzen geschieht aber wesensgerecht erst dann  , wenn es zuweilen in seinem anfänglichen Wesen übernommen wird. Dann ist die Ent-schlossenheit zum Geheimnis unterwegs in die Irre als solche. Dann wird die Frage   nach dem Wesen der Wahrheit ursprünglicher gefragt. Dann enthüllt   sich der Grund der Verflechtung des Wesens der Wahrheit mit der Wahrheit des Wesens. Der Ausblick in das Geheimnis aus der Irre ist das Fragen im Sinne der einzigen Frage, was das Seiende als solches   im Ganzen sei. Dieses Fragen denkt die wesentlich beirrende und daher in ihrer Mehrdeutigkeit noch nicht gemeisterte Frage nach dem Sein des Seienden. Das Denken   des Seins, dem solches Fragen anfänglich   entstammt, begreift sich seit Platon als »Philosophie« und erhält später den Titel »Metaphysik  «. (p. 196-198)


Ver online : HITOS


[1N. de los T.: traducimos «Wende», que entra en juego con «Zu-wenden» [entregarse a] y «Weg-wenden» [apartarse de]. Más abajo, también «wendig».

[2N. de los T.: «Der Mensch irrt». El verbo «irren», ‘errar’, encierra como el castellano los dos sentidos de ‘vagar’ y de ‘equivocarse’, ‘extraviarse’.

[3Nous traduisons beirren par égarer, nous avons donc : die Irre — l’errance; das Irren — l’errer; der Irrtum — l’erreur; die Beirrung — l’égarement.

[4Le texte allemand porte : die Not der Nötigung.

[5Le terme allemand Notwendigkeit, ici employé, est compris par Heidegger dans son acception étymologique, c’est-à-dire comme union des idées de Not (détresse) et de Wende (que nous avons traduit par oscillation). Il définit donc la nécessité comme une manière de se débattre dans la contrainte. Nous n’avons pu rendre ces diverses nuances que très approximativement dans le texte français.