Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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GA6T1:223,246 – vida

quarta-feira 23 de junho de 2021

“Vida” não visa, aqui, apenas ao ser animal e vegetal [tierische und pflanzenhafte Sein  ], como também não à lida com os negócios palpáveis e urgentes do cotidiano [Umtrieb des Alltags]. Ao contrário, “vida” é o título para o ser na nova interpretação [Auslegung  ], de acordo com a qual ela é um devir [Werden  ]. A “vida” não é concebida nem “biológica”, nem “praticamente”, mas metafisicamente. A equiparação entre ser e vida [Gleichsetzung von Sein und Leben  ] também não é nenhuma supervalorização do biológico [Übersteigerung des Biologischen], apesar de as coisas parecerem frequentemente assim, mas uma interpretação transformada do biológico a partir de um ser concebido mais elevadamente, este permanecendo, a bem dizer, sem ser dominado, no antigo esquema: “ser e devir” [Sein und Werden]. [GA6T1  :223; GA6MAC:175-176]


Nós, por outro lado, só usamos o termo “vida” para a designação do ente vegetal e animal [pflanzlichen und tierischen Seienden  ]. Desde o princípio, nós os diferenciamos, assim, do ser humano [Menschsein  ], que é sempre mais e sempre diverso da mera “vida”. No sentido pleno   do termo, a palavra “existência” [Dasein  ] (ser-aí) nos diz algo que não equivale de maneira alguma ao ser humano, e que é inteiramente diverso do que Nietzsche   e a tradição antes dele compreendem por existência (ser-aí). O que designamos com o termo “existência” (ser-aí) não tem um precursor na história da filosofia até aqui. [GA6T1:246; GA6MAC:193]

Ver online : NIETZSCHE I [GA6T1]