Heidegger, fenomenologia, hermenêutica, existência

Dasein descerra sua estrutura fundamental, ser-em-o-mundo, como uma clareira do AÍ, EM QUE coisas e outros comparecem, COM QUE são compreendidos, DE QUE são constituidos.

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GA4:36 – quem é o homem?

terça-feira 16 de janeiro de 2024

Pellegrini Drucker

Quem é o homem? É aquele que deve dar testemunho do que é. Dar testemunho significa, por um lado, reportar; mas ao mesmo tempo significa responder, ao reportar, pelo reportado. O homem é aquele que é precisamente ao atestar o seu estar aí [Dasein  ]. Este testemunho não significa aqui uma expressão posterior e acessória do ser-homem, antes ela ajuda a constituir o estar-aí. De que, porém, deve o homem dar um testemunho? De seu pertencimento à terra. Este pertencimento consiste em ser o homem o herdeiro e o aprendiz, em todas as coisas. Estas, contudo, se encontram em estado de conflito. Aquilo que separa todas as coisas em oposição, e com isso ao mesmo tempo as reúne, Hölderlin   chama “intensidade”. O testemunho do pertencimento a tal intensidade acontece por meio da criação de um mundo e do seu emergir, assim como pela destruição e declínio deste mesmo mundo. O testemunho acerca do [46] ser homem e, com isto, sua consumação específica acontece a partir da liberdade da decisão. Esta captura o necessário e se instala dentro do compromisso de uma exigência superior. Ser a testemunha deste pertencimento no ente no seu todo acontece como história. Para que a história seja possível, contudo, a língua foi dada ao homem. Ela é um bem do homem.

[HEIDEGGER, Martin. Explicações da poesia de Hölderlin. Tr. Claudia Pellegrini Drucker. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2013]

Hoeller

[…] Who is man? He is the one who must bear witness to what he is. To bear witness can signify to testify, but it also means to be answerable for what one has testified in one’s testimony. Man is he who he is precisely in the attestation of his own existence. This attestation does not   mean a subsequent and additional expression of man’s being; rather, it forms a part of man’s existence. But what should man testify to? To his belonging to the earth. This belonging consists in the fact that man is the inheritor, and the learner of all things. But things, of course, stand   in opposition. What keeps things apart in opposition and at the same time joins them together, Hölderlin calls “intimacy.” The attestation of belonging to this intimacy occurs through the creation of a world and through its rise, as well as through its destruction and decline. The attestation of man’s being, and thus his authentic fulfillment, comes from freedom of decision. Decision takes hold of what is necessary, and places itself in the bond of a highest claim. Man’s being a witness to his belonging among beings as a whole occurs as history. But so that history may be possible, language has been given to man. It is one of man’s goods.

Original

Wer   ist der Mensch  ? Jener, der zeugen muß, was er sei. Zeugen bedeutet einmal ein Bekunden; aber zugleich meint es: für das Bekundete in der Bekundung einstehen. Der Mensch ist der, der er ist, eben in der Bezeugung   des eigenen   Daseins. Diese Bezeugung meint hier nicht   einen nachträglichen und beiherlaufenden Ausdruck   des Menschseins, sondern sie macht   das Dasein des Menschen mit aus. Aber was soll der Mensch bezeugen? Seine Zugehörigkeit zur Erde  . Diese Zugehörigkeit besteht darin, daß   der Mensch der Erbe   ist und der Lernende in allen Dingen. Diese aber stehen   im Widerstreit. Was die Dinge im Widerstreit auseinanderhält und damit zugleich zusammenschließt, nennt Hölderlin die »Innigkeit  «. Die Bezeugung des Zugehörens zu dieser Innigkeit geschieht durch das Schaffen   einer Welt   und ihren Aufgang   ebenso wie durch die Zerstörung derselben und den Untergang  . Die Bezeugung des Menschseins und damit sein   eigentlicher Vollzug   geschieht aus der Freiheit   der Entscheidung  . Diese ergreift das Notwendige   und stellt sich in die Bindung eines höchsten Anspruchs. Das Zeugesein der Zugehörigkeit in das Seiende   im Ganzen geschieht als Geschichte  . Damit aber Geschichte möglich sei, ist dem Menschen die Sprache   gegeben  . Sie ist ein Gut   des Menschen.


Ver online : Erläuterungen zu Hölderlins Dichtung [GA4]