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cogito ergo sum

quarta-feira 24 de janeiro de 2024

cogito   (ergo) sum”

GA2   33, 53, 61, 120, 279; SZ 24, 40, 46, 89, 211; GA5   108,110; GA6   81; GA6 113,117,131, 132, 139, 140, 142-8, 155, 156, 159-63, 167, 168, 390; GA17   132-1, 141, 229, 242, 244, 245, 256, 267, 268, 270, 273, 305, 312, 314; GA20   100, 210, 296, 437; GA21   86, 331; GA23   13, 117, 140, 197, 207, 229; GA24   93; GA32   192; GA41   98, 105, 107; GA43   97; GA45   149; GA46   126, 299, 309, 325, 366, 369; GA48   75, 160, 165, 187, 188, 190, 197, 201-7, 215-17, 219-21, 224, 225, 228, 236, 237, 240, 241, 243, 244, 248-20, 253-6; GA59   94; GA62   174; GA85   11; GA86   533, 727; GA87   71, 72, 253, 303, 305, 310, 313; GA89   138, 142. (HC)


Ao expor o seu cogito ergo sum, "penso, logo existo", o maior erro de Descartes   foi concentrar-se no cogito, no pensamento, e negligenciar o sum, o ser (GA20, 210), "’sum’ como afirmação da constituição básica do meu ser: eu-sou-no-mundo e é apenas por isso que eu posso pensar" (GA20, 296). (Heidegger em geral omite o ergo, "logo": ele acredita não haver inferência envolvida neste caso.) Desta forma, Descartes deslizou sem dificuldade para a consideração do ego   como uma res cogitans  , uma "coisa pensante", um ser-simplesmente-dado [Vorhandenheit  ] "sem mundo", comparável, mas essencialmente distinto da res extensa(e), "coisa(s) extensa(s)". Kant   aceitou o cogito, mas rejeitou a inferência de que eu sou uma res cogitans. Não podemos inferir, da nossa experiência do "eu penso", que o eu é uma substância, uma pessoa, simples e imortal (CRP, A 348ss, B 399). Mas com isso Kant também negligenciou o ser do "eu penso", considerando o eu como um Subjekt   (que, para Heidegger, ao contrário de Kant, tem significado e etimologia próximos aos de Substanz  ) "escorregou de volta para a mesma inadequada ontologia do substancial" (SZ, 319): "Pois o conceito ontológico do sujeito caracteriza não o ser si mesmo do eu como si mesmo, mas a mesmidade e subsistência [Beständigkeit  ] de algo que é sempre já simplesmente dado. […] O ser do eu é compreendido como realidade da res cogitans" (SZ, 320). [DH  ]
Ergo, it is indifferent to the distinction of immanent and transcendent. [Kisiel  ; GA20TK:74]