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Physik

domingo 28 de outubro de 2018

Physik  , physique, física, Physics, moderne Physik, física moderna

O exemplo clássico do desenvolvimento histórico de uma ciência, mas ao mesmo tempo também de sua gênese ontológica, é o surgimento da Física Matemática. O decisivo em sua formação não reside nem no valor superior atribuído à observação dos “fatos”, nem na “aplicação” de matemática na determinação dos processos naturais – mas no projeto matemático da natureza da mesma. Esse projeto descobre previamente um subsistente constante (matéria) e abre o horizonte para que o olhar condutor considere seus momentos constitutivos quantitativamente determináveis (movimento, força, lugar e tempo). Unicamente “à luz” de uma natureza projetada dessa forma algo assim como um “fato” pode ser encontrado e ser posto no ponto-de-partida de um experimento delimitado e regulado pelo projeto. A “fundamentação” da “ciência-dos-fatos” somente foi possível porque os pesquisadores entenderam que por princípio não há “meros fatos”. No projeto matemático da natureza, o primariamente decisivo não é o matemático como tal, mas que esse projeto abre um a priori  . Assim, o que a ciência matemática da natureza tem de paradigmático não consiste, pois, em sua específica exatidão, nem em ser obrigatória “para todos”, e sim em que, nela, o ente temático é descoberto da única maneira como um ente pode sê-lo: no prévio projeto de sua constituição-de-ser. Com a elaboração dos conceitos fundamentais do condutor entendimento-de-ser, determinam-se os fios-condutores dos métodos, a estrutura da conceituação, a pertinente [983] possibilidade de verdade e certeza, o modo-de-fundamentação e o modo-de-prova, o modus   da vinculação e o modo da comunicação. O todo desses momentos constitui o pleno   conceito existenciário da ciência. [SZ  :362-363; STCastilho:983, 985]


A física moderna chama-se física matemática porque, num sentido eminente, aplica uma matemática muito determinada. Só que ela só pode proceder matematicamente de tal modo porque já é, num sentido mais [72] profundo, matemática. [GA5BD  :100]
Se a física moderna [moderne Physik] tem de contentar-se, de maneira crescente, com o caráter imperceptível de suas representações [Vorstellungsbereich], esta renúncia ao concreto da percepção sensível não é decisão de nenhuma comissão de cientistas. É uma imposição da regência da com-posição [Walten   des Ge-stells] que exige a possibilidade de se dis-por da natureza, como dis-ponibilidade [Bestand  ]. Por isso, apesar de ter abandonado a representação de objetos que, até há pouco, era o único procedimento decisivo, a física moderna nunca poderá renunciar à necessidade de a natureza fornecer dados, que se possa calcular, e de continuar sendo um sistema dis-ponível de informações. Trata-se de um sistema que se determina por uma concepção mais uma vez alterada de causalidade. Agora a natureza já não demonstra nem o caráter de um deixar-viger pro-dutivo nem o modo de ser da causa efficiens   ou até da causa formalis. Presumivelmente, a causalidade há de se reduzir a uma notificação provocada pelas dis-ponibilidades que se dis-ponham com segurança contínua ou sucessiva. É ao que correspondería o processo de crescente adaptação, descrito, de maneira impressionante, pela conferência de Heisenberg [W. Heisenberg, Das Naturbild in der heutigen Physik, in: Die Künste im technischen Zeitalter, München 1954, S. 43 ff.. [GA7CFS:25-26]
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NT: Physics (Physik), 9, 33, 60, 65fn, 95-96, 204, 206, 218, 361-362, 367, 401-402 (Yorck), 417 n. 4, 419, 428, 431 n. 30 [BT]