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Die Frage nach dem Ding [GA41]

GA41:138-139 – intuição e pensamento

Intuição e pensamento como os dois elementos constitutivos do conhecimento

quarta-feira 19 de julho de 2017, por Cardoso de Castro

Morujão

[…] O conhecimento humano é um relacionar-se com objectos, de modo representativo. Este representar não é um mero pensar por conceitos e juízos, mas, o que é acentuado pelo espaçamento tipográfico e pela construção da frase, é «a intuição». A relação imediata com os objectos, e que verdadeiramente os traz até nós, é a intuição. Certamente que ela não pode sozinha constituir a essência do conhecimento, como, tão pouco, a constitui somente o pensamento, mas o pensamento pertence à intuição de tal modo que se encontra ao seu serviço. O conhecimento humano é intuição concebida, sob forma de juízo. O conhecimento humano é, portanto, uma unidade, construída de modo peculiar, de intuição e pensamento. Kant   acentuou sempre, ao longo da totalidade da obra, esta determinação essencial do conhecimento humano. Mencione-se, como exemplo, a página B406, que aparece, pela primeira vez, na 28 edição, onde justamente se faz valer uma acentuação rigorosa do papel do pensamento no conhecimento: «Não é pelo mero facto de pensar que conheço um objecto qualquer,» (isto é dito contra a metafísica racional), «mas apenas porque determino uma dada intuição, tendo em vista a unidade da consciência, é que posso conhecer qualquer objecto». O mesmo diz a página A719, B747: «Por fim, todo o nosso conhecimento se relaciona com intuições possíveis, pois somente através destas um objecto é dado.» Na ordem da construção essencial do conhecimento, este «por fim» significa tanto como «em primeiro lugar», em primeira linha.

O conhecimento humano é, em si mesmo, duplo. Isto mostra-se no carácter duplo dos elementos que o compõem. Eles são aqui referidos como intuição e pensamento. Mas, tão essencial como o carácter duplo diante de uma unidade, é o modo como tal carácter duplo é, por assim dizer, desdobrado e estruturado. Na medida em que a unificação de intuição e pensamento constitui um conhecimento humano, os dois elementos devem, manifestamente e para serem unificáveis, ter entre si qualquer parentesco e comunidade. Isto reside no facto de ambos, intuição e pensamento, serem «representações». Re-presentar significa trazer qualquer coisa para diante de si e tê-la diante de si, ter qualquer coisa diante de si enquanto sujeito, fazê-la regressar a si: re-praesentare. Mas [136] como se diferenciam entre si, como modos de representação, intuição e pensamento, no interior do carácter comum do representar? Agora, somente podemos esclarecê-lo de forma provisória: por exemplo, com «este quadro negro», falamos do que esta diante de nós e nos é representado. Com isto, é re-presentada esta determinada extensão plana, com esta cor e com esta iluminação, com esta dureza e deste material, etc.

O que foi agora enumerado é-nos dado de modo imediato. Vemos e tocamos o que foi referido, sem mais. Vemos e tocamos, em cada caso, esta extensão, esta cor, esta luminosidade. O que é representado de forma imediata é sempre «isto», o singular que é sempre desta ou daquela maneira. O representar, o pôr diante, de forma imediata e, portanto, o pôr, de cada vez, este singular, é o intuir. A essência deste, torna-se mais clara a partir da distinção face ao outro modo de representar, face ao pensar. O pensar não é um representar imediato, mas mediato. O que ele visa, ao representar, não é o singular, «isto», mas o universal. Na medida em que digo «quadro negro», o que é dado intuitivamente é compreendido, concebido, como quadro negro; «quadro negro» — ao dizer isto, coloco qualquer coisa diante de mim, que vale também para outras coisas, em primeiro lugar para objectos semelhantes, noutras salas de aula. O representar do que vale para muitos e, de facto, na medida em que tem valor para muitos, que é comum a tudo o que lhe pertence, é o conceito. Pensar é representar qualquer coisa no universal, quer dizer, em conceitos. Mas os conceitos não se encontram imediatamente; para os constituir, é necessário um determinado caminho e um determinado meio; o pensar é, por isso, um representar mediato. (p. 136-137)

Gómez del Valle

Esta determinación de la esencia del conocimiento es el primer contraataque y, al mismo tiempo el decisivo, contra la metafísica racional. Kant ha traído con ello una nueva posición fundamental del hombre en medio del ente, más exactamente: una posición que fundamentalmente siempre estuvo ahí, que elevó explícitamente a saber metafísico y que fundamentó. Que se trata del conocimiento humano se acentúa especialmente mediante el añadido de la segunda edición: «al menos para nosotros los humanos». El conocimiento humano es el referirse representativo a los objetos. Pero este representar no es mero pensar en conceptos, sino —y esto se destaca mediante la cursiva del texto impreso y mediante la construcción de la oración al completo — «la intuición». La referencia propia, sustentadora e inmediata al objeto es la intuición. A su vez, ella sola no agota la esencia de nuestro conocimiento, como tampoco puede hacerlo el pensamiento. El pensamiento pertenece a la intuición y esto, además, en el sentido de que está a su servicio. El conocimiento humano es intuición conceptual y con forma de juicio [urteilsförmige]. El conocimiento humano es entonces una particular unidad de intuición y pensamiento. Kant señala esta determinación de la esencia del conocimiento humano a lo largo de toda su obra. Como ejemplo referiremos la página B 406, que aparece por vez primera en la segunda edición, en la cual por lo demás se hace valer un más agudo acento del pensamiento en el conocer: «el obyecto[Objekt  ]* no es conocido meramente porque yo piense» (esto se enuncia contra la metafísica racional) «sino sólo porque yo determino una intuición dada en vista de la unidad de la consciencia, en la que consiste todo pensamiento, puedo conocer algún objeto [Gegenstand]*.» Lo mismo dice el pasaje A 719, B 747: «todo nuestro conocimiento se refiere en última instancia a intuiciones posibles: ya que sólo mediante éstas nos es dado el objeto.» En el orden de la constitución de la esencia [174] del conocimiento, «en última instancia» quiere decir tanto como: en primer lugar, en primera línea.

El conocimiento humano es en sí doble. Esto se muestra en el doblez de los elementos que lo constituyen. Aquí son llamados intuidón y pensamiento. Pero tan esencial como el doblez frente a la simpleza, es el modo cómo aquél está plegado y articulado. En tanto que el conocimiento humano consiste sólo en la unificación de intuición y pensamiento, ambos elementos deben poseer en sí evidentemente, para ser unificables, alguna afinidad o característica común. Esta consiste en que ambos, intuición y pensamiento, son «representaciones». Re-presentar [Vor-stellen  ]*, quiere decir traer algo ante sí y tener algo ante sí, frente a sí y dirigido hacia sí en tanto que sujeto, referido a sí, tener algo presente [präsent]: re-praesentare. ¿Cómo se diferencian, sin embargo, intuir y pensar dentro del carácter general del representar como modos suyos? Esto sólo lo podemos explicar ahora provisionalmente: «esta pizarra» — con ello decimos lo que tenemos delante y nos es representado. Re-presentado es esta extensión plana, con este color y esta iluminación y de esta dureza y material, etc. (p. 174-175)

Original

Menschliche   Erkenntnis   ist vorstellendes Sichbeziehen auf   Gegenstände. Aber dieses Vorstellen ist nicht   bloßes Denken   in Begriffen, Urteilen  , sondern — das wird durch Sperrung im Druck und durch den Bau des ganzen Satzes herausgehoben - »die Anschauung  «. Die eigentlich   tragende und unmittelbare Beziehung   auf den Gegenstand ist die Anschauung. Gleichwohl macht   sie allein ebensowenig das Wesen   unserer Erkenntnis aus wie das Denken allein, sondern das Denken gehört zur Anschauung, und zwar so, daß   es im Dienst der Anschauung steht. Menschliche Erkenntnis ist begriffliche, urteilsfönnige Anschauung. Menschliche Erkenntnis ist also eine eigentümlich gebaute Einheit   von Anschauung und Denken. Immer wieder betont Kant durch das ganze   Werk   hindurch diese Wesensbestimmung   der menschlichen Erkenntnis. Als Beispiel sei die Stelle   B 406 angeführt, die erst in der zweiten Auflage steht, in der sich sonst gerade eine schärfere Betonung der Rolle des Denkens im Erkennen geltend   macht: »Nicht dadurch, daß ich   bloß denke, erkenne ich irgendein Objekt,« (das ist gegen die rationale Metaphysik   gesprochen) »sondern nur dadurch, daß ich eine gegebene Anschauung in Absicht auf die Einheit des Bewußtseins, darin alles Denken besteht, bestimme, kann ich irgend einen Gegenstand erkennen.« Dasselbe sagt die Stelle A 719, B 747: »Alle unsere Erkenntnis bezieht sich doch zuletzt auf mögliche Anschauungen: denn durch diese allein wird ein Gegenstand gegeben  .« Dieses »zuletzt« meint in der Ordnung des Wesensbaues der Erkenntnis soviel wie: zuerst, in erster Linie.

Menschliche Erkenntnis ist in sich   zwiefältig. Das zeigt sich an der Zwiefalt   der sie aufbauenden Bestandstücke. Sie sind hier als Anschauung und Denken benannt. Aber ebenso wesentlich wie diese Zwiefalt gegenüber einer Einfalt ist die Art und Weise  , wie diese Zwiefalt gleichsam gefaltet und [139] gegliedert ist. Sofern nur die Einigung von Anschauung und Denken eine menschliche Erkenntnis ausmacht, müssen offenbar   die beiden Bestandstücke, um vereinbar zu sein  , irgendeine Verwandtschaft und Gemeinsamkeit bei   sich tragen. Sie besteht darin, daß beide, Anschauung imd Denken, »Vorstellungen« sind. Vor-stellen heißt, etwas vor sich bringen   und vor sich haben  , etwas auf sich als das Subjekt zu, auf sich zurück, präsent haben: re-prae-sentare. Wie unterscheiden sich aber Anschauen und Denken innerhalb   des gemeinsamen Charakters des Vorstellens als Weisen   des Vorstellens? Wir können dies jetzt   nur behelfsmäßig verdeutlichen  : »diese Tafel« — damit sprechen   wir an, was vor uns steht und uns vorgestellt ist. Vor-gestellt ist dabei diese bestimmte flächige Ausbreitung mit dieser Färbung und in dieser 107 Beleuchtung und von dieser Härte und Stofflichkeit u.s.f. (p. 138-139)


Ver online : Die Frage nach dem Ding [GA41]


HEIDEGGER, M. O que é uma coisa?. Tr. Carlos Morujão. Lisboa: Edições 70, 1992