Wort, mot, palavra, palabra, word, Worte, antworten, responder, corresponder, co-responder
WORD (Wort). In his reflection upon the nature of language, Heidegger agrees with Stefan George’s saying in his poem “Words” that where words are lacking, no thing may be. The word first bestows presencing, that is, being, by which things can appear as things. In this sense the word lets be a thing as a thing. Heidegger therefore names the word the bethinging ( Bedingnis) of a thing. The “bethinging” power of the word is a mystery. (HDHP)
WORDS (Das Wort). Heidegger delivered this lecture on different occasions in 1958 and 1959. It is a meditation on deepest recesses of language by way of an interpretation of Stefan George’s poem “Words.” The starting point of Heidegger’s interpretation is Friedrich Hölderlin’s experience of the fugitive gods. Since the gods have fled, the word as it once was is withheld. In the saying of the poets, the gods no longer approach. This saying is the place of the conflict between human beings and the gods. Since the Greeks, the saying of these poetic words has long since lapsed into silence. This kind of saying must remain an enigma to us. Heidegger does not dare to attempt to bid the gods to return. He limits himself to an explication of the enigma of the word as it is told by poetry—in the poem “Words” by Stefan George.
In this poem, George is saying that where words are lacking, no thing may be. It is only the word at our disposal that endows the thing with being. In his interpretation of the poem, Heidegger tries to answer three questions: (1) What are words that they have such power? (2) What are things that they need words in order to be? (3) What does being mean, that it appears as an endowment, which is dedicated to the thing from the word?
The poet names entities in his poetry. Names are words that portray. They present what already is to representational thought. The word first bestows presence, that is, being in which things can appear as things. In this sense, the world allows a thing to be as a thing.
Heidegger therefore names the word the bethinging ( Bedingnis) of a thing. This bethinging power of the word is a mystery. The mysterious coming to presence of the word explains why the poet must renounce explaining what bethinging is. He may only name it in his poetic saying. As mystery, the word remains remote, but as experienced mystery, it dwells in nearness.
Heidegger next discovers that there is no word for the mystery of the word. Hence, it must remain a mystery. The poet is not granted a word for the being of the word. There is no saying that could bring the being of language to language. The poet teaches us what is worthy of the thinking of poetic being. When we let ourselves be told what is worthy of thought, we are thinking. Poetry and thinking belong together. The saying of words is the gathering that first brings what comes to presence to its presencing. The Greek word for saying is logos, which is also the name of being, that is, the coming to presencing of entities. Saying and presencing, word and thing, thinking and being, belong together. This belonging together is what is worthy of thought and what is named as mystery in poetry. (HDHP)
LÉXICO: entworten; (Wort->http://hyperlexikon.hyperlogos.info/modules/lexikon/search.php?option=1&term=Wort)
mot
word
NT: Word, words (Wort, Worte), 87, 159, 161 (accrue to significations), 164, 219-220 (power of the most elemental), 273, 402 (Yorck). See also Discourse; Grammar; Language; Rhetoric; Statement (BT)
Wort é “palavra”, mas com frequência “palavras, (um) dito”. Ela possui dois plurais: Wörter são palavras destacadas, Worte são palavras em um contexto (p.ex., Anax, 297/14). A visão de Heidegger das palavras, assim como da linguagem, passa por três fases:
1. Palavras são intrinsecamente sem significado: “Em palavras como essas não há conexão, não há ordem; elas são simplesmente conglomerados, próximos uns dos outros como algo sem sentido, sem significado e sem qualquer relação discernível” (DS, 291); “palavras e complexos de palavras como esses nada indicam” (DS, 299). Palavras recebem um sentido pelo seu uso em sentenças para expressar juízos.
2. Palavras surgem da significação pré-linguística: “A totalidade significativa da compreensibilidade vem à palavra. Das significações brotam palavras. As palavras, porém, (wörtendinge) não são coisas dotadas de significados” (SZ, 161). Embora “a linguagem possa ser estilhaçada em palavras-coisas simplesmente dadas” (SZ, 161), não há “palavras-coisas” preexistentes sem significado, como DS sugeria: uma linguagem desconhecida é ouvida como “palavras incompreensíveis” (SZ, 164), vistas não como um “caos”, mas como ” uma inscrição visível que não somos capazes de ler” (GA6, 563/N3, 11s). A gramática é tão importante, e, para Heidegger, tão defectiva, quanto as palavras: “uma coisa é fazer um relatório narrativo sobre os entes, outra coisa é apreender o ente em seu ser. Para esta última tarefa não apenas faltam, na maioria das vezes, as palavras, mas, sobretudo, a ‘gramática’” (SZ, 39). Não obstante, palavras têm importância intrínseca, que ultrapassa seu uso em proposições para expressar juízos. Isto é sugerido pela sua insistência em afirmar que expressões gregas, tais como zoon logon echon, não podem ser traduzidas para o latim animal rationale sem perda (SZ, 165), e também pela sua tendência de ligar palavras de mesmo radical: fragen, “perguntar”, anfragen, “perguntar, inquirir (de alguém)”, befragen, “questionar, interrogar (alguém sobre algo)”, erfragen, “indagar, averiguar (algo)” (SZ, 5); hören, “ouvir”, hörig, “escravizado, em cativeiro”, zugehörig, “pertencente” (SZ, 163). Uma palavra, ou família de palavras, é mais importante do que um conceito claro. Uma palavra tal como /categoria, “endereçamento, acusação, categoria”, ou aletheia, “de-sencobrimento, verdade”, é uma “palavra primordial (Urwort)”, cujo “conteúdo original foi perdido e precisa ser recuperado” (GA27, 79. Cf. NII, 74/N4, 37s). Heidegger não apenas liga as palavras, como também as distingue: “questão” e “problema” (GA17, 73ss), “espera (Hoffen)” e “esperança (Hoffnung)” (SZ, 345), e assim por diante. Ambiguidades revelam mais do que ofuscam. “Dasein no homem forma o mundo” significa: (a) ele o produz, (b) ele o retrata, (COISA) ele o constitui, o circunscreve. “Se falamos de formação-de-mundo neste sentido triplo, será isto um jogo (Spiel) de palavras? Decerto — isto é, mais exatamente, jogar com o jogo da linguagem. Este jogo da linguagem não é divertido; brota de uma falta de leis que precede qualquer ‘lógica’ e que nos faz exigências mais profundas do que faz o puro seguir as regras de formação-definição. (…) precisamos ousar jogar esse jogo, para (…) escapar da sedução da fala cotidiana e seus conceitos” (GA29, 414. Cf. ZF, 105). Isto inutiliza o ” intelecto vulgar”, que toma a questão sobre a essência do mundo do mesmo modo como uma questão sobre os preços atuais da bolsa de valores.
3. À medida que o pensamento de Heidegger torna-se mais histórico, ele percebe que certas “palavras básicas” — “arte”, “beleza”, “verdade”, “ser”, “conhecimento”, “história”, “liberdade”, Bildung (“educação, cultura”), “natureza” — possuem sentidos obscuros ou “encobertos”. Denotam coisas essenciais para o dasein, variando, porém, de significado dentro de certos limites. O sentido da palavra Bildung usado por Goethe e Hegel difere do sentido de Bildung, na década de 1890, já que “o mundo incorporado no dito é diferente” (GA6, 169s/N1, 144). Até mesmo o sentido de palavras não-fundamentais, como “casa”, varia com as coisas às quais ele se aplica; as casas de 1890 diferiam das de 1820. Mas nossa visão fundamental de mundo, nosso mundo de fato, depende do sentido de cada palavra fundamental — de todas as palavras fundamentais, já que uma mudança em qualquer uma delas afeta todas as outras. “Palavras fundamentais (Die Grundworte) são históricas” (GA6, 169/N1, 144). Não apenas seus sentidos mudam ao longo da história. Dasein deve também decidir o que ele mesmo significará através delas e sua decisão determina o curso da história. (Posteriormente, Heidegger faz uma outra lista de Grundworte: forma, domínio, representação, poder, vontade, valor, segurança: ZF, 67.) (DH)
Pero la palabra podría, ciertamente, pertenecer a la verdad del Ser (Seyn). Entonces sólo podría hablarse acerca de la palabra (vom Wort nur… sagen) a partir del pensar inicial del Ser. Entonces habría que esclarecer desde allí en qué respecto se encuentra ella con los ingredientes usuales del lenguaje, y sobre todo con aquello que, a diferencia del cuerpo verbal, se denomina “el alma”, con la significación. Si la metafísica acierta con algo correcto, entonces esto correcto, sin importar lo que sea de su verdad, tiene que ser pensado, de todos modos, en su origen. Heideggeriana: Palavra1944
Pensamos, primero, la renuncia como negar-se-algo. Gramaticalmente. “se” está en dativo y se refiere al poeta. Lo que el poeta se niega a sí está en acusativo. Es la pretensión del poeta a la soberanía representacional de la palabra. Entretanto, otra característica de la renuncia ha salido a la luz. La renuncia asienta al reino superior de la palabra, aquel que únicamente deja ser una cosa como cosa. La palabra “en-cosa” la cosa en cosa (Das Wort be-dingt das Ding zum Ding). Quisiéramos denominar este reino con la palabra die Bedingnis. Esta antigua palabra ha desaparecido del uso lingüístico. Goethe todavía la conoce. En este contexto, sin embargo. Bedingnis dice algo distinto a Bedingung, condición, que Goethe todavía entiende como Bedingnis. La condición es el fundamento existente para algo que es. La condición da el fundamento v funda. Satisface al principio de razón (Satz vom Grund). Pero la palabra no da el fundamento (be-gründen) de la cosa. La palabra deja que la cosa esté en presencia como cosa. Este dejar recibe ahora el nombre de Bedingnis, “en-cosamiento”. El poeta no explica lo que es. Pero el poeta se dice, esto es, dice su decir a este secreto de la palabra. En este decir-se-a, el que renuncia se niega aquel pretender antes reivindicado. El negar-se ha cambiado su sentido. El “se” ya no está en dativo sino en acusativo v el pretender ya no está en acusativo sino en dativo. En la transformación del sentido gramatical de “negar-se el pretender” a “negarse al pretender” se oculta la transformación del propio poeta. Se ha dejado llevar a sí mismo, esto es, a su decir todavía posible en el futuro, ante el secreto de la palabra, ante el “en-cosamiento” de la cosa en la palabra. Heideggeriana: Palavra1958