O Erörterung apresenta várias características paralelas às do Ort. Já notámos na anterioridade do local, em relação a tudo aquilo que concede: o local e a origem, o aquilo a partir de onde. De facto, o primeiro traço da situação, será que ela se orienta para a condição de possibilidade. Essa linguagem — marcada pelo léxico do transcendental — é o do Princípio da Razão. Apresentando «o princípio», Heidegger escreve: «Devemos considerá-lo a bem dizer, no sentido oposto: não no sentido das suas (…)
Responsáveis: João Cardoso de Castro (doutor Bioética - UFRJ) e Murilo Cardoso de Castro (doutor Filosofia - UFRJ)
Matérias mais recentes
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Zarader (2000:131-134) – Erörterung
30 de outubro, por Cardoso de Castro -
Zarader (2000:129-131) – Erklärung - Erläuterung - Erörterung
29 de outubro, por Cardoso de CastroPrimeiro a definição. É balizada por três vocábulos chave, que só encontram a sua ressonância no alemão: die (a explicação), die (a elucidação ou o esclarecimento), die (a situação).
A explicação é o modo de pensamento dominado pelo princípio da razão, modo de pensamento que encontra o seu pleno desenvolvimento na ciência moderna, mas que já reina secretamente na metafísica. Na medida em que está como onto-teo-logia, funde o sendo no seu ser, e o ser num sendo supremo, é toda a procura (…) -
Sheehan (2015:16-20) – Ser em si e por si mesmo
29 de outubro, por Cardoso de CastroA investigação meta-metafísica de Heidegger, por outro lado, retoma o ponto em que a metafísica parou. Ela transforma o resultado da no objeto material da , pegando a própria realidade das coisas (qualquer que seja sua forma histórica: εἶδος, ἐνέργεια, etc.) e colocando-a sob o microscópio como objeto de uma questão radicalmente nova. E quanto a essa realidade em si, esse οὐσία que as coisas “têm”? Essa é a questão não sobre ὄν ᾗ ὄν, mas sobre οὐσία ᾗ οὐσία, Sein als Sein, e especificamente (…)
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Sheehan (2015:20-23) – ser si-mesmo [Sein selbst, Selbstsein]
29 de outubro, por Cardoso de CastroEm seu trabalho posterior, especialmente de 1960 até sua morte em 1976, Heidegger se expressou um pouco mais claramente. Ele declarou que a indicação meramente formal “das Sein selbst” acaba sendo die , a clareira aberta, que ele designou como o de todo o seu trabalho. A clareira é o “espaço” sempre já aberto que torna o ser das coisas (fenomenologicamente: a inteligibilidade das coisas) possível e necessário. Heidegger a chama de “a região aberta da compreensão” e “o reino da revelação ou (…)
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Sheehan (2015:65-66) – surgimento em disponibilidade significativa
29 de outubro, por Cardoso de Castro[…] A releitura de Aristóteles por Heidegger começa com a percepção fenomenológica de que a realidade das coisas implica sua abertura e disponibilidade e, com isso, sua relação com o homem (cf. οὐσία como “posses estáveis”). Sondando por trás de οὐσία, Heidegger encontra uma dimensão cinética para essa disponibilidade, o surgimento (ϕύσις) de uma coisa a partir da ocultação e indisponibilidade para a presença estável (ἀεί) (εἶδος) em uma conjunção implícita com a inteligência humana (cf. τὸ (…)
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Raffoul (1998:140-141) – consciência e Dasein
29 de outubro, por Cardoso de CastroA consciência só é possível com base no aí, como um modo derivado dele. A partir daqui, deve-se entender o passo histórico que é dado em Ser e Tempo, que parte do em oposição à consciência. (GA15, 205/H 126)
O Dasein em seu próprio ser (transcendência) já está fora, entre outros entes, e isto implica sempre com seu próprio si [immer bei ihm selbst]. (GA24, 427/301; grifo nosso)
Em 1946, ao reconsiderar a “base” de seu “desenvolvimento filosófico”, Heidegger designa a ruptura com base na (…) -
Raffoul (1998:256-257) – ser-sempre-meu [Jemeinigkeit]
29 de outubro, por Cardoso de CastroO próprio Heidegger havia afirmado que a virada em seu pensamento não representa “uma mudança de ponto de vista em relação a Ser e Tempo” (GA9, 325/BW, 208), mas, ao contrário, representa o aprofundamento meditativo e a apropriação do que foi primeiramente empreendido em Ser e Tempo . Ao tentar designar o que se apropria dos seres humanos para si mesmos, ou seja, a apropriação primordial que entrega o ser humano a si mesmo, o ser-sempre-meu de fato prenuncia o . Como escreve Didier Frank: “O (…)
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Raffoul (2020:73-75) – acontecimento e fenomenologia
29 de outubro, por Cardoso de CastroO desmantelamento — a desconstrução — do aparato conceitual metafísico da causalidade, da subjetividade e da razão, conforme estruturou a redução e a neutralização tradicionais do acontecimento, abre caminho para uma investigação fenomenológica sobre a eventualidade do acontecimento. Uma vez que o acontecimento não é mais referido às exigências do princípio da razão, não está mais ancorado em uma causa-sujeito e não está mais ordenado de acordo com uma ordem causal, torna-se possível (…)
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Raffoul (2020:117-118) – coisas como acontecimentos
29 de outubro, por Cardoso de CastroA fenomenologia deve, portanto, ser considerada como uma fenomenologia do acontecimento. O próprio termo fenômeno refere-se imediatamente ao acontecimento de uma auto-revelação. É por isso que, como observado, os fenômenos não são meramente o dado ôntico ou empírico, o que Kant chamou de intuição empírica. Uma vez que os fenômenos são remetidos de volta ao acontecimento de sua dação, eles se tornam afetados por essa presença e se veem participando da mobilidade e do acontecimento adequados (…)
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Raffoul (2020:151-153) – o “quem” e o “o quê”
28 de outubro, por Cardoso de CastroEm Ser e Tempo, o rompimento decisivo com a ontologia inadequada da substancialidade e a abertura para um pensamento do acontecimento ocorreram na distinção entre as categorias de existência, ou existenciais, e as categorias relativas à “presença-à-mão” (Vorhandenheit). Não se pode aplicar ao ser em suas categorias de acontecimento que só dizem respeito à determinação do “quê” das entidades. Para Heidegger, o ser deve ser abordado em seu “como”, ou seja, em seu modo de acontecer, e não como (…)
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