[…] Nietzsche alcançou uma clareza cada vez mais intensa quanto ao fato de o homem sempre pensar a partir de um “canto do mundo”, a partir de um ângulo espaço-temporal: “Não podemos ver para além de nosso canto” (n. 374; 1887). O homem é concebido e denominado aqui “aquele que se encontra preso em um canto”. Desse modo, encontramos uma clara expressão do fato de tudo o que é efetivamente acessível ser absorvido no campo de visão determinado pelo canto, uma clara expressão e um claro (…)
Responsáveis: João Cardoso de Castro (doutor Bioética - UFRJ) e Murilo Cardoso de Castro (doutor Filosofia - UFRJ)
Matérias mais recentes
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GA6:264-266 – pensa-se a partir de um "canto do mundo"
12 de setembro, por Cardoso de Castro -
Somos uma formação intersubjetiva [PLAD]
31 de agosto, por Cardoso de CastroEm nossas vidas concretas, nós mesmos somos uma formação intersubjetiva. Vivemos em nossa própria presença original e viva em nós mesmos, uma presença que não pode ser participada por mais ninguém; aqui todas as experiências surgem em sua atualidade, aqui elas estão na originalidade que torna possível, no sentido mais pleno, dizer que elas são — na inteira certeza de que, assim que ocorrem — não como algo que olhamos, mas algo que somos e que, junto com esse ser, também é para si mesmo (em (…)
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Caputo (MEHT:60-62) – Princípio do Fundamento [Satz vom Grund]
26 de agosto, por Cardoso de CastroO método de Heidegger de seguir “detours” permitiu-lhe elaborar três formulações sucessivamente mais determinadas do “Princípio do Fundamento”. Podemos resumi-los da seguinte forma: PrincípioFormulação (1) Princípio do Fundamento (Satz vom Grund; principium rationis) “Nada é sem razão.” (2) Princípio de apresentação de um fundamento (principium reddendae rationis) “Nada existe a menos que um fundamento possa ser apresentado para tal.” (3) Princípio de apresentação de um fundamento (…)
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Schürmann (1972:340-348) – Gelassenheit
25 de agosto, por Cardoso de CastroDie Gelassenheit zu den Dingen und die Offenheit für das Geheimnis gehören zusammen. Die Gelassenheit zu den Dingen und die Offenheit für das Geheimnis geben uns den Ausblick auf eine neue Bodenständigkeit. Die Gelassenheit zu den Dingen und die Offenheit für das Geheimnis fallen uns niemals von selber zu. Sie sind nichts Zu-fälliges. Beide gedeihen nur aus einem unablässigen herzhaften Denken. Wenn die Gelassenheit zu den Dingen und die Offenheit für das Geheimnis in uns erwachen, dann (…)
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Aengus Daly (2024) – Angst
1º de agosto, por Cardoso de CastroVimos que a "compreensão" se refere à projeção do Dasein sobre as possibilidades e que o "ser-lançado" se refere ao fato de que o Dasein está em seu aí, para o qual seus humores o trazem de volta. Enquanto o último aspecto de nossa temporalidade é colocado em primeiro plano em Ser e Tempo, a autenticidade do Dasein tem como pré-condição o fato de termos sido individualizados ou retornados em ansiedade ao nosso sempre já ser-aí no mundo. É essa pré-condição de fundo para a autenticidade que (…)
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Katherine Withy (2024) – pathe e Befindlichkeit
1º de agosto, por Cardoso de CastroAs coisas nos afetam. Elas nos afetam, afligem, atingem, importam e nos movem. Somos movidos ou afetados por "coisas" no sentido comum — a parafernália de nossa vida diária — mas também por nós mesmos, por outros e por fenômenos ontológicos como o ser e o tempo. Todas essas coisas são capazes de nos afetar. Como elas podem fazer isso?
Sobre essa questão, Martin Heidegger acha que a história da filosofia não ofereceu "nada essencialmente novo" desde Aristóteles (GA20: 393; SZ: 139). (…) -
Chambon (LF:53-55) – luz e aparecer
23 de julho, por Cardoso de CastroA realidade é abrangente; ela é experimentada e dada em uma coincidência que supera a separação sujeito-objeto do conhecimento. Enquanto considerarmos a relação sujeito-objeto como primária, é impossível reconhecer a natureza enraizada do real. O real não poderia ser envolvente se aparecesse apenas no contato objetivo face a face. Se a presença fosse desse tipo, seria relativa ao sujeito. A realidade envolvente tem o sentido de anterioridade, e é na anterioridade que reside o enraizamento. O (…)
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Byung-Chul Han (Zen) – O vazio [Leere] do cântaro
20 de julho, por Cardoso de CastroMartin Heidegger, en la famosa conferencia La cosa, habla también del cántaro de una manera muy poco convencional. Con el ejemplo del cántaro Heidegger aclara allí qué es propiamente la cosa. Primero llama la atención sobre el vacío del cántaro:
¿Cómo aprehende el vacío del cántaro? Aprehende en cuanto toma lo que es vertido. Aprehende en cuanto conserva lo recibido. […] El doble aprehender del vacío descansa en el verter. […] Verter desde el cántaro es escanciar. La esencia del vacío que (…) -
Byung-Chul Han (Zen) – Vazio [Leere]
20 de julho, por Cardoso de CastroHeidegger también intenta pensar el mundo a manera de relación. Cielo y tierra, los divinos y los mortales no son realidades fijas, substanciales. Se penetran, se reflejan los unos dentro de los otros.
Ninguno de los cuatro se queda rígido en su peculiaridad separada. Más bien, cada uno de los cuatro, dentro de su unión, está expropiado para un propio. Este expropiante apropiarse es el juego de espejos del cuadrado [GA7:178].
Es interesante la expresión «expropiado para un propio». Por (…) -
SZ:§28:5 – o aí [das Da]
20 de julho, por Cardoso de CastroO ente que, por essência, vem a ser constituído pelo ’ser-no-mundo’, esse ente é ele mesmo a cada vez seu ’aí’. Seguindo a significação familiar da palavra, o "aí" se refere ao "aqui" e ao "lá". O "aqui" de um "eu-aqui" compreende-se sempre a partir de um "lá" disponível, e este no sentido do ser que, em des-distanciando e em enquadrando, se preocupa do ’lá’. A espacialidade existencial do Dasein, a qual lhe determina de certa maneira seu "lugar" [Ort], é ela mesma fundada no ser-no-mundo. O (…)
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