Sinn

Sinn, Sinne, sens, sentido, meaning, Zweck, meta

¿Qué significa sentido? La investigación tropezó con este fenómeno en el contexto del análisis del comprender (Verstehen) y de la interpretación (Auslegung) (Cf. (§ 32, ET32)). De acuerdo con lo que allí se dijo, sentido es aquello en que se mueve la comprensibilidad (Verstehbarkeit) de algo, sin que ello mismo caiga explícita y temáticamente bajo la mirada (Blick). Sentido significa el fondo sobre el cual (Woraufhin) se lleva a cabo el proyecto primario (primären Entwurfs), fondo desde el cual puede concebirse la posibilidad (Möglichkeit) de que algo sea lo que es. En efecto, el proyectar (Entwerfen) abre posibilidades, es decir, abre aquello que hace posible algo.
(…)
Estrictamente hablando, sentido significa el fondo sobre el cual (Woraufhin) se lleva a cabo el proyecto primario de la comprensión del ser. El estar-en-el-mundo (In-der-Welt-sein), abierto a sí mismo, comprende cooriginariamente (gleichursprünglich) con el ser del ente que es él mismo, el ser del ente descubierto dentro del mundo (innerweltlich entdeckten Seienden), pero lo comprende de forma no temática y aún indiferenciada en sus modos primarios de existencia (Existenz) y realidad (Realität). Toda experiencia óntica (ontische Erfahrung) del ente, sea el cálculo circunspectivo de lo a la mano (umsichtige Berechnen des Zuhandenen), sea el conocimiento científico positivo de lo que está-ahí (positiv wissenschaftliche Erkennen des Vorhandenen), se funda en proyectos (Entwürfen) más o menos transparentes del ser del respectivo ente. Pero estos proyectos (Entwürfe) implican un fondo de proyección (Woraufhin) del que en cierto modo se nutre la comprensión del ser (Verstehen von Sein).

Cuando decimos que un ente «tiene sentido», esto significa que se ha hecho accesible en su ser, ser que, proyectado sobre su fondo de proyección, es quien, antes que ningún otro, «tiene» «propiamente» «sentido». El ente no «tiene» sentido sino porque, estando abierto de antemano como ser, se hace comprensible en el proyecto del ser, es decir, desde su fondo de proyección. El proyecto primario de la comprensión del ser «da» el sentido. La pregunta por el sentido del ser de un ente tiene como tema el fondo de proyección de la comprensión de ser que está a la base de todo ser de ente. (SZ:324; STJR:339)


Nietzsche compreende aqui por “sentido” (cf. §§ 1 e 4) o mesmo que “meta” (Zweck). E por meta temos em vista o “para-quê” e a “causa pela qual” (Wozu und Weswegen) se dão todo agir (Handeln), todo comportamento (Verhalten) e todo acontecimento (Geschehen). (GA6T2:63; GA6Casanova:46)


Sinn habitualmente se traduce como “significado”, pero eso hace que frases como “el significado del ser” suenen demasiado definitorias. Nosotros utilizamos sentido. (Dreyfus)


NT: Meaning (Sinn), 1, 37fn (of difference), 137, 151-153, 156, 161, 324; meaningful (sinnvoll), 151; meaningless (sinnlos), 151; unmeaning (unsinnig), 152; give meaning (Sinn geben), 324-325; have meaning (Sinn haben), 151, 154, 221, 324, 348, 361. See also Significance; Signification; the Upon-which (BTJS)


NT: ´Sinn.´ In view of the importance of the distinction between ´Sinn´ and ´Bedeutung´ in German writers as diverse as Dilthey, Husserl, Frege and Schlick, we shall translate ´Sinn´ by ´meaning´ or ´sense´, depending on the context, and keep ´signification´ and ´signify´ for ´Bedeutung´ and ´bedeuten´. (The verb ´mean´ will occasionally be used to translate such verbs as ´besagen´, ´sagen´, ´heissen´ and ´meinen´, but the noun ´meaning´ will be reserved for ´Sinn´.) (BTMR)


Sinn (sense, meaning) — Despite the prevalence of the triple-sensed schema of intentionality in 1920-22, understood from the start as three “senses of direction,” the very sense of sense itself is not thematized until BT itself, where it is formally defined as the “toward-which according-to-which (Woraufhin) of the projection,” structured by the threefold pre-suppositional structure of Dasein’s hermeneutic situation, out of which something becomes understandable as something (SZ 151). Cf. “Woraufhin” below. (KisielBT)


Sinn originalmente significava “viagem, caminho”, mas agora corresponde aproximadamente, mas não exatamente, a “sentido”. Bedeutung corresponde a ” significado”. A distinção de Frege entre Sinn como ” sentido” e Bedeutung como “referência” não é usual no alemão, mas explora a derivação de Bedeutung e bedeuten,” significar etc.”, de deuten (auf), ” interpretar; apontar para, indicar”. Bedeutung também quer dizer “significação, importância”. Bedeutsam é “significativo, relevante; importante”. Heidegger também usa Bedeutsamkeit, “significação, expressividade”. Ele deve muito a Dilthey, que usava estas palavras tanto para o que um sinal significa ou exprime quanto para o “significado” de uma totalidade complexa tal como uma vida, um processo histórico etc. Dilthey utiliza com frequência Sinn para o significado da totalidade — uma vida, uma sentença — e Bedeutung ou Bedeutsamkeit para o significado de suas partes — acontecimentos, palavras (CartaHM, 171, 245s). No Heidegger inicial, significados, Bedeutungen, são componentes do sentido (DS, 290). (O alemão usa Sinn mais do que Bedeutung para o “significado” de uma vida.) Bedeutsamkeit era para Dilthey uma “categoria de vida” central em contraste com o mundo natural. (DH)


Sinn (der): «sentido». A pesar del triple sentido que configura el esquema de la intencionalidad en las lecciones del semestre de invierno de 1921-1922 (a saber, el «sentido de relación» (Bezugssinn), el «sentido de contenido» (Gehaltssinn) y el «sentido de realización» (Vollzugssinn), el término Sinn no es tematizado como tal hasta Ser y tiempo, donde se concibe como un existenciario del Dasein que indica formalmente la apertura del ahí de la comprensión (Verstehen). Véase también la entrada Verstehen (das). (GA56/57, pp. 197-199, 202; AKJ (GA9), pp. 22, 23, 28 (sentido, preconcepción, existencia), 35; GA59, pp. 35, 49 (nexo significativo), 60; GA60, pp. 52, 53 (vida), 63 (direcciones del sentido: contenido, relación y realización), 78, 118, 123, 128, 135, 324 (Dios); GA63, p. 2 (del ser); GA17, p. 256 (del ser); GA61, p. 61; GA24, pp. 317-320 (sentido del ser); GA2, pp. 151-153, 156, 161, 323-325 (definición).) (LHDF)


Sinn (sense, meaning) — Despite the prevalence of the triple-sensed schema of intentionality in 1920-22, understood from the start as three “senses of direction,” the very sense of sense itself is not thematized until BT itself, where it is formally defined as the (505) “toward-which according-to-which (Woraufhin) of the projection,” structured by the threefold pre-suppositional structure of Dasein’s hermeneutic situation, out of which something becomes understandable as something (SZ 151). Cf. “Woraufhin” below. (KisielBT)


Sinn ‘hat’ nur das Dasein (…). Com este final de parágrafo (SZ:32, al. 8) e o parágrafo seguinte, chegamos a uma passagem que coloca um grande problema. Os esclarecimentos fornecidos por Jean Greisch parecem-me clarificar um pouco as condições de uma interpretação que “faz sentido”.

O sentido é tudo o que pode ser ‘objeto’ de uma compreensão ou de uma explicitação. (…) Esta definição da categoria de sentido pode ser chamada ‘hermenêutica’, na medida em que o sentido não é outra coisa senão a estrutura do ‘como’ revelada pela explicitação. Isto tem pelo menos duas consequências:

1°) É preciso evitar confundir a noção existencial-hermenêutica de sentido com a noção linguística de significação, isto é, o composto de um significante e de um significado. (…)

2°) Também não deve ser confundida com a noção “objetiva” de finalidade ou teleologia.

De fato, para Heidegger, a noção de “sentido” não pode ser aplicada a uma ontologia do Vorhandenheit (…). Pelo contrário, tudo o que pertence a uma ontologia do Vorhandenheit é unsinnig, “insensata”. Se acreditarmos que a análise existencial não é mais do que uma antropologia disfarçada, suspeitaremos obviamente do perigo de uma “redução antropológica” da categoria do sentido, que, pelo menos até Kant, era ainda uma categoria cosmológica. Mas precisamente, como vimos no §10 (SZ), não se trata de reduzir a análise existencial a uma mera antropologia. Do ponto de vista da constituição do discurso ontológico, justifica-se assim a ligação estabelecida desde o início entre a categoria do sentido e a do ser: colocar a questão em busca do sentido do “ser” não é procurar um ente misterioso por detrás dos entes, é interrogar o próprio ser “na medida em que ele se mantém empenhado na compreensibilidade do Dasein”. Mais uma vez, não estamos a sair do plano da imanência: é no próprio Dasein, de acordo com as modalidades de compreensão e incompreensão que lhe são próprias, que a pergunta em busca do sentido do ser deve ser feita — ou é feita! [GREISCH, J. Ontologie et temporalité. Esquisse d’une interprétation intégrale de Sein und Zeit. Paris: PUF, 1994, p. 198-199]

Como conclusão de tudo isto, e tendo em conta o sentido atual da palavra sentido, de que não podemos prescindir, proponho, pois, que se traduza o Dasein “tem” sentido (o início da frase recordada à cabeça desta nota) por Dasein “dá” sentido, e que se tirem as consequências “livres” para a frase e para os dois parágrafos que se seguem. De facto, se os outros entes (disponíveis e/ou subsistentes) podem, por causa da Compreensão do Dasein, ter sentido (início do parágrafo), não podem, por outro lado, porque o seu modo de ser não se coaduna com o que o Dasein é, dar sentido. (ETJA:§32 Nota 13)

 

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

Designed with WordPress