Wirklichkeit

Wirklichkeit, effectivité, efetividade, actuality, efectividad

Actuality is a state or condition of being real, effectual, or actuated (i.e., “at work”). Unlike Dasein and the occurrent (Vorhandene) in Heidegger’s early period, or the fourfold (Geviert) and thing (Ding) in the later works, actuality (Wirklichkeit) does not typically behave like a technical term in Heidegger’s oeuvre; nor does it name one of Heidegger’s own abiding topics, except in contexts where Heidegger is creatively appropriating the thought of his predecessors. The term occurs frequently in the corpus (to judge by the Heidegger Concordance, more often than most others), but many uses are casual and not strictly philosophical. The most abundant occurrences are to be found in courses of lectures and seminars dealing with Aristotle, on the one hand (where Wirklichkeit often translates the Greek energeia), and German Idealism, on the other, with Hegel’s well-known claim about the rationality of the actual, and Schelling’s anxieties about the actuality of evil, more or less clearly in view, and with the metaphysics of the will, as the last stage in the metaphysics of subjectivity, as Heidegger’s principal concern, and the problem of nihilism as the driving force.1 (CHL)


VIDE: (Wirklichkeit->http://hyperlexikon.hyperlogos.info/modules/lexikon/search.php?option=1&term=Wirklichkeit)

efetividade (QCOISA)
efetividade (EssaisConf)
effectivité (ETEM)
actuality (BTJS)

Mais alto que a atualidade encontra-se a possibilidade. Para Heidegger, o desenvolvimento mais fiel na história do esquecimento do ser é a orientação do ser para a atualidade. Quando pensamos no ser das entidades, como atualidade, reduzimos o mundo a soma total de coisas independentes presentes-à-mão (Zuhandenheit). Cada coisa coloca-se em si mesma independentemente das outras coisas. A origem deste desenvolvimento jaz na filosofia grega. A filosofia de René Descartes é seu resultado. Posto que o pensamento e a extensão são duas substâncias diferentes, a existência e a «atualidade» do mundo externo se torna um problema maior. De acordo com Heidegger, não somos inicialmente sujeitos sem mundo que de algum modo estabelecem contato com o mundo de fora; somos ser-no-mundo. Somente porque sempre já estamos em um mundo podemos descobrir o ser das entidades como atualidade. (HDHP)


NT: Actual, actuality (Wirklich(keit)), 201fn (“reality” as); and possibility, 38, 143, 195, 236, 243, 254,261-262,299,347,430; ‘world’, 62, 195; of things, 99; ‘external’ (Dilthey), 205 n. 13; historical, 10, 378; validity as ‘form’ of, 156; subjectivity, 229; conscience as ‘a.’ subsisting (Stoker), 272 n. 8; agreement with, 62; momentary, etc., 373-374. See also Reality; Subsistence (BTJS)


“Atualidade” (Wirklichkeit) é comparativamente de pouco interesse em SZ. Equivale a Vorhandenheit, ser-simplesmente-dado, ou a Realität, e está associada ao presente e às meras coisas (SZ, 99, 373s; GA6T1, 392f). Wirklichkeit, de Werk, “obra”, e wirken, “obrar, efetuar, atuar”, era originalmente “ativo, eficaz; atividade, eficácia”. A palavra latina tardia actualis, actualitas tem o mesmo significado original. Heidegger conecta ambos os conjuntos de palavras com o fazer ou produção de Dasein (GA24, 143, 147). (DH:148)


NT: Efetividade = Wirklichkeit: nessa segunda frase (“Só se conhece o agir como a produção de um efeito, cuja efetividade se avalia por sua utilidade”) Heidegger carateriza o modo em que se tem interpretado o agir, jogando com o radical, wirk, em seu tríplice emprego: como verbo, wirken (= causar efeito, desenvolver a força de uma eficiência no sistema de causa e efeito), como substantivo concreto, Wirkung (= o efeito, resultado da eficiência causal) e como substantivo abstrato, Wirklichkeit (= a realidade do efeito). Com isso se visa a exprimir que as três modalidades pertencem à mesma interpretação. Pode-se traduzir essa sistemática da causalidade do seguinte modo: “só se conhece o agir como a efetuação de um efeito, cuja efetividade se avalia por sua utilidade”. (Carneiro Leão; CartaH)


Wirklichkeit (die): «realidad», «realidad efectiva». Uno de los principales problemas de la filosofía moderna es que concibe los entes como reales. Cuando se piensa el ser de los entes en términos de realidad, reducimos el mundo a un conjunto de cosas independientes (res). La actitud teorética de la ciencia reduce el mundo a una colección de objetos que están presentes sólo para el sujeto que los observa y representa. Esta forma de ver el ser de los entes puede que sea válida para la ciencia, pero no agota los diferentes modos en que los entes se dan. Por el contrario, las posibilidades de manifestación son múltiples. De ahí la famosa frase de Ser y Tiempo: «Por encima de la realidad está la posibilidad» (SZ, p. 38). Con todo, la noción de Wirklichkeit desempeña un papel relativamente irrelevante en Ser y Tiempo. Se utiliza como equivalente de Vorhandenheit («presencia») y Realität («realidad») en un sentido muy similar a los términos latinos realitas y actualitas. Decir que algo es real o que tiene Realität implica, para Heidegger, no sólo que existe, sino que es más una cosa simplemente presente (vorhanden) que un ente a la mano (zuhanden). En este sentido, Realität es sólo un modo de ser entre otros, que se aplica especialmente a entes abstractos tales como los de la aritmética y la geometria. El interés de Heidegger no radica tanto en mostrar la realidad de este tipo de entes como la realidad del mundo exterior (Realität der Aussenwelt), lo que lo lleva a una discusión con Kant. Véanse las entradas Möglichkeit (die), Möglichsein (das), möglich sein y Realität (die). (GA21, pp. 69 (ser, acontecer, valer), 75, 77 (Platón, Lotze; griegos = realidad = presencia); SZ, pp. 38, 143, 183, 195, 253, 261-262, 299, 325, 373-374, 378-379, 385-386, 391, 395.) (LHDF)


Os termos “realidade” e “efetividade” traduzem respectivamente o alemão Realität e Wirklichkeit. Podendo ser traduzido correntemente como realidade, o termo Wirklichkeit é traduzido geralmente, no vocabulário filosófico de língua portuguesa, por efetividade ou realidade efetiva para aludir ao seu caráter concreto e dinâmico. Deve-se sobretudo a Hegel o estabelecimento da diferença entre “realidade” e “efetividade” ou “realidade efetiva”. (Casanova GA3)


«Man kennt das Handeln nur als das Bewirken einer Wirkung. Deren Wirklichkeit wird geschätzt nach ihrem Nutzen.» / On ne connaît faction que comme l’effectuation d’un effet. Dont l’effectivité est évaluée suivant futilité qu’elle offre. (CartaH)

Le mot qui suit, Wirklichkeit, vient reprendre les deux mots Bewirken et Wirkung. C’est le mot qui sert tout spontanément depuis au moins deux siècles pour dire en Allemagne ce que nous appelons la réalité. Mais nous-mêmes employons le mot «réalité» depuis à peu près le même temps pour dire ce qui existe (très étonnant que Français et Allemands nomment de façon si opposée ce qui pourtant est la donnée la plus immédiate qui soit !). Realitas désigne la structure essentielle de toute res. « Réalité » (Realität) est donc synonyme strict d’« essence ». Quant à Wirklichkeit, le mot se situe exactement aux antipodes : il est synonyme strict d’actualitas, c’est-à-dire la caractéristique de ce qui est en acte (c’est-à-dire qui n’est absolument plus en puissance).

Das Bewirken einer Wirkung c’est donc « l’actualisation d’un acte». Wirkung désigne ce qu’il y a «actuellement» (en anglais actually ne signifie pas « maintenant » mais « en acte » : he’s actually an idiot veut dire « c’est un idiot fini »). Wirklichkeit désigne ainsi l’effectivité et non la réalité. Realitas est un mot scolastique qui signifie l’essence : elle correspond donc à la potentia. Comment se fait-il alors qu’en français « réalité » dise à la fois l’essence et l’acte ? La langue française est une langue profondément idéaliste ! (FHQ:66)



  1. See, for instance, the seminar on Schelling and Hegel published as GA86 and the volume Zu Ernst Jünger (GA90).