Mögliche, possible, possível
É somente no seer que se essencia como a mais profunda abertura de seu fosso abissal o possível, de tal modo que é sob a forma do possível que o ser precisa ser pensado em primeiro lugar no pensar do outro início. (A metafísica, contudo, torna o “real e efetivo” enquanto ente ponto de partida e meta da determinação do ser). (GA65MAC:459)
VIDE: (Mögliche->http://hyperlexikon.hyperlogos.info/modules/lexikon/search.php?option=1&term=Mögliche)
possible
NT: Possible, the (das Mögliche), 143, 261-262, 299; Da-sein as being-, 42-43, 143-145, 188, 248-249, 259; historical repetition of the silent power of the, 385, 394-395. See also Future; Potentiality of being; Power (BTJS)
Possibilidade — atualidade. — Já em Ser e Tempo o filósofo afirma: “Acima da atualidade está a possibilidade (Möglichkeit)”, p. 38. Aqui o repete: “O possível situa-se acima do atual. “A afirmação do primado da possibilidade sobre a atualidade é um dos subterrâneos motivos fundamentais do pensamento heideggeriano. Possível, possibilidade tomam aqui sentido bem diverso do da tradição: dynamis-enérgeia, ato e potência. A categoria da possibilidade refere-se ao ser enquanto velamento (Verdecktheit) e desvelamento (Entdecktheit); vem contida na ambivalência do termo alétheia, e é, assim uma das chaves para a interpretação do método fenomenológico (Ver E. Stein: Compreensão e Finitude, pp. 39-42). O uso de categorias carregadas de ambiguidade e ambivalência do ponto de vista semântico constitui traço característico e relevante nos textos do filósofo e lhe dá uma ressonância e intensidade raras, hoje em dia, na literatura filosófica. Numa época em que a busca do rigor e da economia na linguagem filosófica exige cada vez maior formalização, perde-se esta ambivalência e polissemia. Os sistemas lógicos puramente extensionais reduzem os valores de verdade a dois: “verdadeiro” e “falso”. Quando, porém, não se busca apenas a significação ou referência (Bedeutung), mas o sentido (Sinn), a intenção do termo ou da proposição, salva-se a possibilidade de um jogo quase ilimitado com a linguagem, ou melhor, salva-se aquela estranha transgressão de limites com que se deparam todas as formalizações no terreno da linguagem. Por vias pouco usuais para as modernas preocupações com a linguagem, Heidegger explora radicalmente a intencionalidade. Ao lado da semântica extencional deve-se pressupor a possibilidade de uma semântica intencional para aceitar as proposições heideggerianas. Com um autor com intenções essencialmente ontológicas, nada pode fazer a lógica extencional. (Ernildo Stein; MHeidegger:Nota)