destino, moira, destin (EssaisConf)
destining (QCTechno)
co-destin (ETEM)
destinée (ETJA)
pro-de-stin (GA40)
destiny (BTJS)
N.T.: O termo utilizado por Heidegger na passagem acima apresenta uma série de problemas para a tradução. Geschick significa em alemão literalmente destino, sorte, sina. Em sua relação com o verbo schicken, porém, ele encontra uma especificação de seu conteúdo significativo. O destino é aqui experimentado como o acontecimento de um envio. O prefixo Ge-, por sua vez, é um formador de particípios e acentua, neste caso, a reunião do envio na força de uma de suas configurações. Tudo isso, contudo, precisa ser pensado em sintonia com a ideia de uma história do ser, na qual o ser se desencobre em uma de suas determinações, em uma abertura do ente na totalidade, e se retrai ao mesmo tempo no abismo de sua diferença em relação a todo ente. Com o Ge-Schick, portanto, Heidegger procura descrever um acontecimento, em relação ao qual a lógica proposicional e os princípios de estruturação do conhecimento lógico são impotentes. É nesse contexto que o termo “envio” precisa ser compreendido. (Casanova; GA6MAC:701)
NT: ne pas confondre Schicksal (ETEM)
N5 Au contraire des autres traducteurs, je n’ai pas traduit par destin commun (qu’autorise la suite) puisque le terme employé par Heidegger est Geschick, mot qui normalement est synonyme de Schicksal, mais est plus soutenu (gehoben) que ce dernier. C’est pourquoi, pour le différencier, j’ai traduit ce dernier par destin (qui dès lors est individuel). Ce qui est sous-jacent à cette façon assez crépusculaire de parler, et qui conduira Heidegger où d’aucuns en semblent convaincus, c’est la nation allemande, le « nous » de la nation allemande, le peuple (en l’occurrence le seul peuple, puisque Deutschland, c’est, étymologiquement, le pays du peuple). Je laisse au lecteur que cela intéresse le soin de découvrir tout ceci dans le livre déjà cité de Georges-Arthur Goldschmidt (GAG). Ce qui est sous-jacent, c’est (ce sera ?) l’inscription du sort de « chacun » dans le destin du peuple germanique.
Paul Ricœur cherche manifestement à résister philosophiquement à ce schématisme de propagande. Pour lui (PR, note 1 page 138), et comme le note Jean Greisch (OTGreisch, note 1, page 366) : « Heidegger opère un transfert sans précautions à la sphère communautaire du thème le plus fondamental de tous, l’‘être-ayant-sa-mort-en-perspective’, en dépit de l’affirmation sans cesse réitérée que l’‘être-ayant-sa-mort-en-perspective’ n’est pas transférable. Ce transfert est responsable de l’esquisse d’une philosophie politique héroïque et tragique offerte à tous les mauvais usages. » (ETJA)
NT: Destiny (Geschick), 16, 19 (“vicissitudes”), 56, 379, 384-386, 395; authentic occurrence of a people or “generation,” 384-385. See also Fate; Historicity (BTJS)
Being (Sein) discloses itself to and in its There, but since it is Being (Sein) that holds the primacy, Being (Sein) is conceived as sending itself unto its There. We may speak of this self-sending as proceeding from Being (Sein) and call it a “self-emitting,” (Sich schicken) or, if we may be permitted a neologism to designate a completely new concept, a “mittence” (Geschick) of Being (Sein). We may speak of it, too, as terminating in (21) There and therefore call it a “com-mitting” or “com-mitment” (Schicksal) of There to its privileged destiny as the shepherd of Being (Sein). In any case, one thing is certain: intrinsic to the mittence (Geschick) of Being (Sein) is a certain negativity, by reason of which Being (Sein) withdraws even as it bestows itself, conceals (Verbergen) itself even in revealment (Entbergung). The reason is that even though Being (Sein) reveals (Entbergen) itself in revealing (Entbergen) beings (Seienden), it can never be seized for itself and by itself (since it is not a being (Seiende)), therefore conceals (Verbergen) itself in the very beings (Seienden) to which it gives rise. To think Being (Sein), then, will be to think it as a mittence (Geschick), not only in its positivity but in its negativity.
We must go one step further. Since the mittence (Geschick) of Being (Sein) is intrinsically negatived, no single mittence (Geschick) exhausts the power of Being (Sein) to reveal (Entbergen) itself. Hence Being (Sein) discloses itself to the nature of man by a plurality of mittences, which we shall call “inter-mittence” (Ge-schick-te), and it is this that constitutes history (Geschichte). Foundational thought must think Being-as-history (Seinsgeschichte) and therefore is a profoundly historical thought. (RHPT:20-21)
NOTE TRANSLATOR: 3. “Destining” translates Geschick, which ordinarily means skill, aptitude, fitness, as well as fate or destiny, and is here regularly rendered by “destining.” The expressions “ordaining” and “takes place so as suitably to adapt itself” render words closely allied to Geschick. “Ordaining” translates Schickung, meaning providential decree, dispensation. “To take place so as suitably to adapt” translates the verb sich schicken, which means to come to pass or happen, to suit or be fit, to accommodate oneself, to agree with, to match or blend. In this essay, where Heidegger’s central concern is with turning about, a changing of direction, the connotations of aptness, fitness, and self-adapting brought forward for Geschick in this passage should always be kept in mind for the word “destining.” Cf. QCT 24. (QCTechno, 37)
NT: 3. …in es sich schicken, für es sich schicken (auf den Weg machen) kann. ? Heidegger va jouer sur toutes les cordes du verbe schicken, qui vent dire « disposer », « ordonner », d’où « préparer » (pour un voyage) et enfin « envoyer » qui est le sans moderne courant.
4. Als ein schickliches wird das Verhalten geschickt. ? Et aussi
5. C’est comme docile au Destin qua le comportement est envoyé par lui, » Le Destin (Geschick) est inséparablement disposition et dis. pensation, rassemblement et attribution. Cf. plus loin pp. 304?305.
5. Où « chic » (Geschick, Schick) évoque la bonne disposition, l’aptitude innée, le don naturel, le destin.
6. Geschicklich : « à la fois docile au destin (schicklich) et dispensé par lui (geschickt) : dispensé (geschickt) à partir de la Bonne Disposition (Schicklichkeit) » (Heid.). La bonne disposition est réciproque. Il n’y a de raideur ni du côté du Logos ni du côté du sophon. (GA7 263)
NT: DESTINO= GESCHICK: É um conceito importante na interpretação heideggeriana da História. A tradução só é fiel, se se tomar “destino” em seu sentido etimológico. Pois o verbo, “schicken”, donde se forma “Geschick”, significa “enviar”, “mandar”, “destinar”. Heidegger concebe a necessidade vigente na história, como uma missão !encaminhada pela vicissitude da herdade. É o que designa a expressão: “Geschick des Seins” = destino do Ser. (GA40)
Les Grecs n’ont pas commencé par apprendre des phénomènes naturels ce qu’est la physis, mais inversement : c’est sur la base d’une expérience fondamentale poétique et pensante (dichtend-denkend) de l’être, que s’est ouvert à eux ce qu’ils ont dû nommer physis. Ce n’est que sur la base de cette ouverture qu’ils purent être à même de comprendre la nature au sens restreint. Physis désigne donc originairement aussi bien le ciel que la terre, aussi bien la pierre que la plante, aussi bien l’animal que l’homme, et l’histoire humaine en tant qu’ceuvre des hommes et des dieux, enfin, et en premier lieu, les dieux mêmes dans le pro-de-stin. Physis désigne la perdominance de ce qui s’épanouit, et le demeurer (Währen) per-dominé (durchwaltet) par cette perdominance. Dans cette perdominance qui perdure dans l’épanouissement se trouvent inclus aussi bien le « devenir » que « l’être » au sens restreint de persistance immobile. Physis est la venue au jour, « la pro-sistance » (Ent-stehen), le fait de s’émettre (sich herausbringen) hors du latent (das Verborgene), et par là de porter celui-ci à stance (in den Stand bringen). (GA40 27)
SZ associa a história a Schicksal e a Geschick. Schicksal é um “envio” escolhido pelo indivíduo: “Apenas a liberdade para a morte dá a Dasein um objetivo inequívoco e impele a existência para a sua finitude. Uma vez concebida, a finitude arranca Dasein da infinita variedade de possibilidades imediatas que se lhe apresentam, do contentamento e da negligência despreocupada, trazendo-o para a simplicidade do seu envio. Isto é o que chamamos de acontecimento (Geschehen) original de Dasein, o acontecimento que se encontra na decisão autêntica e no qual Dasein se transmite para si mesmo, livre para a morte, em uma possibilidade herdada, e ainda assim escolhida” (SZ, 384). Geschick é o “destino” coletivo composto de envios individuais: “E somente na participação e na luta que se libera o poder do envio comum. O envio comum dos destinos de Dasein em e com a sua ‘geração’ constitui o acontecer pleno próprio de Dasein” (SZ, 384s). “Chamamos de destino a transmissão antecipadora no Da (aí) do instante, que reside na decisão. O envio comum entendido como o acontecer de Sasein no ser-com os outros, também se funda no destino. O envio comum do destino pode se abrir explicitamente no ater-se à herança legada. É a repetição que primeiramente revela a Dasein a sua própria história” (SZ, 386). Mannheim utilizou a observação de Heidegger acerca da “geração” — um grupo de “contemporâneos”, com experiências, interesses e atitudes compartilhados — ao enfatizar a importância sociológica da geração (Mannheim, 276ss). (DH)
NT: É um conceito importante na interpretação heideggeriana da História. A tradução só é fiel, se se tomar “destino” em seu sentido etimológico. Pois o verbo, “schicken”, donde se forma “Geschick”, significa “enviar”, “mandar”, “destinar”. Heidegger concebe a necessidade vigente na história, como uma missão encaminhada pela vicissitude da Verdade. É o que designa a expressão: “Geschick des Seins” = destino do Ser. (GA40)
Geschick (das): «destino colectivo», «destino común». El término Geschick tiene un sentido muy específico en Heidegger. Como se dice en Ser y tiempo, «el acontecer (Geschehen) del Dasein es un co-acontecer (Mitgeschehen») (GA2, p. 384) que se determina como destino común (Geschick). Geschick es el acontecer de la comunidad, del pueblo. Por tanto, en la medida en que el Dasein forma parte de un colectivo comparte un destino común (Geschick) con los otros que se diferencia de su propio destino individual (Schicksal). Después de Ser y tiempo, desaparece esta estricta distinción entre Schicksal y Geschick. A partir de sus posteriores exploraciones de los conceptos de «suerte» y «destino» en Hölderlin y Nietzsche (amor fati), se deja de hablar del Schicksal del Dasein individual para centrarse casi exclusivamente en el Geschick, en el «destino», en el «envío» del ser. Véanse también las entradas Geschichtlichkeit (die), geschichtlich y Schicksal (das). (GA2, pp. 56, 384-386, 394, 396.) (LHDF)
1. This statement may well puzzle the English-speaking reader, who would perhaps be less troubled if he were to read that the irresolute man can have no ‘destiny’. As we shall see in the next paragraph, Heidegger has chosen to differentiate sharply between the words ‘Schicksal’ and ‘Geschick’, which are ordinarily synonyms. Thus ‘Schicksal’ (our ‘fate’) might be described as the ‘destiny’ of the resolute individual; ‘Geschick’ (our ‘destiny’) is rather the ‘destiny’ of a larger group, or of Dasein as a member of such a group. This usage of ‘Geschick’ is probably to be distinguished from that which we have met on H. 16, 19, and perhaps even 379, where we have preferred to translate it by ‘vicissitude’. The suggestion of an etymological connection between ‘Schicksal’ and ‘Geschick’ on the one hand and ‘Geschichte’ (our ‘history’) and ‘Geschehen’ (our ‘historizing’) on the other, which is exploited in the next paragraph, is of course lost in translation. (BTMR:436)