Gelassenheit

serenidade, sérénité, laisser-être, délaissement, Leergelassenheit, serenidade vazia

Gelassenheit is generally translated into English as “releasement”. However, it should be kept in mind that it is a quite common German word that conveys a sense of “calm composure”. In colloquial language, “sei gelassen” means something like “remain calm” or even “stay cool”; a gelassener Typ is, we might say, a “laid-back guy”. More originally, and more pertinent in the present context, Gelassenheit refers to the state of mind attained by way of a profound existential or religious experience of letting go, being let, and letting be. As the nominal form of the perfect participle of lassen (to let), Gelassenheit has a long history in German thought (Ritter 2006: vol. 3, 220–24). It was coined in the thirteenth century by Meister Eckhart (Eckehart 1963: 91), and subsequently used by a number of mystics, theologians and philosophers. Heidegger too adopts the word Gelassenheit from the German mystical tradition, and yet he explicitly distances his use of the concept from a certain theological understanding. (DAVIS, Bret. (Martin Heidegger Key Concepts.->http://library.lol/main/D36D5634E8551804DB683543EC0CEB89) Durham: Acumen, 2010, p. 169)


L’équivalence la plus acceptable de Gelassenheit nous avait paru « laisser-être ». Nous traduisons sans peine la phrase de Heidegger : « Le laisser-être devant les choses et l’ouverture pour le mystère appartiennent l’un à l’autre. »

Deux mots cependant nous arrêtent : zu et für. « Devant les choses » : doit-on penser à celui qui, par exemple, devant une scène de violence garde son sang-froid? Zu ne signifie pas exactement une opposition, comme « devant ». — Ouverture « pour le mystère » : que veut dire « pour » ici? Les chambranles d’une baie de porte délimitent une ouverture « pour » recevoir les vantaux. L’ouverture dont parle Heidegger est-elle une disposition de l’homme, et qui demande à être comblée ainsi par le mystère? Notre texte parlerait donc des sentiments d’un homme qui devant les choses a fini de s’émouvoir et qui en vient à se tourner vers leurs connexions cachées, inaccessibles à la (344) raison. Il s’ouvre au mystère comme on s’adonne à une science secrète … (SCHÜRMANN, Reiner. Maitre Eckhart ou la joie errante. Paris: Denoël, 1972, p. 343-344)

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VIDE: (Gelassenheit->http://hyperlexikon.hyperlogos.info/modules/lexikon/search.php?option=1&term=Gelassenheit)

O particípio passado de lassen é gelassen, ” (ter sido) deixado, abandonado etc.”. Também significa “calmo, sereno, composto”. Místicos tais como Mestre Eckhart e Seuse usavam-na no sentido de “devoto, devotado a Deus, pio”. Gelassenheit era usada pelos místicos para a paz que se encontra em Deus ao se tomar distância das coisas mundanas. Significa, agora,”calma, compostura, desapego, ‘serenidade’”. Esta palavra é similar à apatheia, “impassividade”, recomendada pelos estoicos gregos, e ao humor básico de Verhaltenheit, “restrição”, recomendado por Heidegger (GA65, 8, 395 etc.). Gelassenheit é um remédio para a tecnologia. A tecnologia nos “aliena (entfremdet)” de nosso “habitat (Heimat) nativo” ao reduzir o tamanho do globo de modo a tornar tudo familiar e sob nosso alcance: “Toda semana filmes os conduzem a reinos da imaginação — muitas vezes estranhos, muitas vezes bastante comuns; inventam um mundo que não é mundo” (GH, 15/48). Isto ameaça nossa Bodenstãndigkeit, nosso “enraizamento no solo”: “A perda da Bodenstãndigkeit vem do espírito da época na qual todos nós nascemos” (GH, 16/48s). Esta “posição inteiramente nova do homem no e para com o mundo” origina-se, em última instância, da filosofia. “O mundo agora aparece como um objeto contra o qual o pensamento calculador dirige seus ataques, sem encontrar qualquer resistência. A natureza torna-se agora um gigantesco posto de abastecimento, a fonte de energia para a tecnologia e a indústria modernas” (GH, 17s/50). Pode um “novo solo nos ser devolvido”, no qual “a humanidade e toda sua obra poderiam florescer de um novo modo — mesmo na era atômica?” (GH, 21/53). Não podemos resistir à tecnologia. O que podemos fazer é utilizar objetos tecnológicos, ” mantendo-nos livres diante deles de modo que sempre possamos largá-los (loslassen)”. Ao utilizá-los, podemos “deixá-los repousar (auf sich beruhen lassen) como algo que não afeta nosso ser mais íntimo e autêntico.” (GH, 22s/54). “Gostaria de dar a esta atitude de um simultâneo sim e não ao mundo tecnológico um nome antigo: serenidade frente às coisas (die Gelassenheit zu den Dingen)” (GH, 23/54). Junto com a “abertura para o mistério (Geheimnis)”, para o “sentido velado do mundo tecnológico” , Gelassenheit pode, desde que cultivada, prover-nos com um novo Bodenstãn-digkeit, de até mesmo, algum dia, “restaurar de forma alterada o antigo Bodenstãndig-keit, agora em via de rápido desaparecimento” (GH, 24/55).

Heidegger explora mais minuciosamente a Gelassenheit num diálogo (GH, 29ss/58ss). Envolve a reflexão desinteressada que a tecnologia ameaça eliminar (cf. GH, 25/56). Embora abandone o desejo, não é passiva e não deixa as coisas à deriva. Também não é, como Eckhart supôs, o abandono do egoísmo pecador e do desejo humano em nome do desejo divino. Gelassenheit é o pensamento, mas não o pensamento no sentido da representação. É uma espécie de ” aguardamento (Warent)” (GH, 35/62). Aguardar, não esperar, e não aguardar por algo em particular, mas aguardar “por (auf)”, pela abertura, que Heidegger então passa a chamar (die) Gegnet, “con-tréa”, Gegnet é uma forma antiga de Gegend, que significa “extensão livre” (GH, 39/66, 50/74), sendo quase equivalente à verdade, em sentido heideggeriano (GH, 63/83s). Gelassenheit é Gelassenheit, agora não para com as coisas, mas ” para com a contréa (zur Gegnet)” (GH, 50/74).

A ideia de Heidegger é a seguinte: a tecnologia não pode deixar os entes serem. Tudo, inclusive o próprio homem, torna-se-lhe um objeto disponível. Em consequência, o aberto, o mundo, não apenas torna-se menor, como corre o risco de desaparecer completamente, reduzindo o homem a um “animal mecanizado”, apenas uma coisa em meio às outras (GA65, 98, 275). Gelassenheit é a tentativa do pensador de manter aberto o aberto, “deixando mundo fazer-se mundo (Weltenlassen einer Welt)” (GA65, 391). Nós o fazemos ao adotar uma postura de desapego em relação às invenções tecnológicas que ameaçam nos engolir, deixando que elas sejam, e ao alcançar a “serenidade” dentro do aberto. Assim preservamos o espaço aberto de mundo e nossa integridade humana, por meio de um esforço especial desnecessário no passado. (DH)


Pero si decimos simultáneamente «sí» y «no» a los objetos técnicos, ¿no se convertirá nuestra relación con el mundo técnico en equívoca e insegura? Todo lo contrario. Nuestra relación con el mundo técnico se hace maravillosamente simple y apacible. Dejamos entrar a los objetos técnicos en nuestro mundo cotidiano y, al mismo tiempo, los mantenemos fuera, o sea, los dejamos descansar en sí mismos como cosas que no son algo absoluto, sino que dependen ellas mismas de algo superior. Quisiera denominar esta actitud que dice simultáneamente «sí» y «no» al mundo técnico con una antigua palabra: la Serenidad (Gelassenheit) para con las cosas. Heideggeriana: Serenidade1955

1) En Gelassenheit, habla usted de “la potencia oculta en la técnica moderna” ¿Qué es esta potencia a la que no sabemos aún ponerle nombre y que “no procede del hombre”? ¿Es ella positiva en su principio? Heideggeriana: SeminarioThor1969

3) La Gelassenheit, la actitud de aquiescencia, implica, ante todo, una reserva prudente. Ella es apertura al secreto, a lo desconocido que representa para nosotros el mundo técnicamente dominado hacia el que vamos. Ella es, en primer lugar, rechazo de condenar ese mundo. Pero hay más. Usted dice expresamente que “no carece de sentido” esta “otra relación con las cosas” que el mundo técnico, “la construcción y la utilización de las máquinas exigen de nosotros”. ¿En qué sentido entiende esto? Heideggeriana: SeminarioThor1969