Frömmigkeit, Fromm, piedade, obediência
No final de uma conferência intitulada A questão da técnica, pronunciada há algum tempo, diz-se que “questionar é a piedade (Frömmigkeit) do pensamento” (GA7CFS:38). Piedade (Fromm) tem aqui o antigo sentido de harmonia (fügsam) e sintonia (nämlich) articuladoras com aquilo que o pensamento tem de pensar. Uma das experiências estimulantes do pensamento consiste em que ele não consegue visualizar com amplitude suficiente as visões alcançadas e assim cor-responder-lhes de forma adequada. Foi o que aconteceu com a frase mencionada, questionar é a piedade do pensamento. Não obstante concluir-se com essa frase, a conferência citada já se movimenta na conjuntura de que o gesto próprio do pensamento não pode ser questionar mas sim escutar (Hören) o consentimento (Zusage) daquilo que todo questionar (Fragen) questiona ao interrogar sobre a essência (Wesen). (GA12MS:135)
VIDE: Frömmigkeit
piedade (GA7 38)
piété (GA7 48)
promos
Note de la traduction: Cette « piété » (Frömmigkeit) est « la manière dont la pensée répond‑et‑correspond (ent‑spricht) à ce qu’il faut penser » (Heidegger). Voir aussi plus haut p. 46 l’explication du mot frömm (« pieut ») = prómos.
O dictum de Heidegger: “Pois o questionar é a piedade do pensamento” (GA7, 40) deve ser considerado com este espírito. Frömmigkeit não é exatamente “piedade”, guardando o sentido mais antigo de “obediência”, isto é, obediência “ao que o pensamento tem de pensar” (GA12, 175). (DH:144)