Experiment, experimento, experimentell, experimental, experimentum
É só porque a física moderna (neuzeitliche Physik) é, no essencial, uma física matemática que ela pode ser experimental (experimentell). Mas é porque nem a doctrina medieval nem a ἐπιστήμη grega são ciência no sentido da investigação (Sinne der Forschung) que não se chega nelas ao experimento. Na verdade, Aristóteles concebeu, pela primeira vez, o que quer dizer εμπειρία (experientia): o observar (Beobachten) das coisas mesmas, das suas propriedades (Eigenschaften) e mudanças (Veränderungen) sob condições que se alteram e, assim, o conhecimento do modo (Kenntnis der Weise) como se comportam em regra (Regel) as coisas.
Mas o observar (Beobachten) que tende a tais conhecimentos, o experimentum, permanece essencialmente diferente daquilo que pertence à ciência como investigação, do experimento da investigação (Forschungsexperiment); também quando as observações antigas e medievais trabalham com número (Zahl) e medida (Maß); também onde o observar toma a ajuda de determinados dispositivos (Vorrichtungen) e instrumentos (Werkzeuge). Pois aqui falta, sem excepção, o que é decisivo no experimento. Este começa com pôr na base (Zugrundelegung) uma lei (Gesetzes). Fazer um experimento quer dizer representar uma condição de acordo com a qual um determinado complexo de movimentos (bestimmter Bewegungszusammenhang), na necessidade do seu curso, pode ser seguido, isto é, pode ser dominável de antemão para o cálculo (Berechnung). Mas o instituir a lei cumpre-se a partir da perspectiva do plano da área objectual (Grundriß des Gegenstandsbezirkes). Este dá a medida e vincula o representar antecipador da condição (Vorstellen der Bedingung).
Esse representar, no qual e com o qual o experimento começa, não é um imaginar (Einbilden) qualquer. Daí que Newton tenha dito: hypotheses nonfingo, as hipóteses não são inventadas arbitrariamente1. São desenroladas a partir do plano da natureza e nele inscritas. O experimento é aquele procedimento (Verfahren) que, no seu planeamento (Anlage) e na sua execução (Durchführung), é levado e conduzido, a partir da lei que é posta na base, no sentido de obter os factos (Tatsachen) que verifiquem a lei ou lhe neguem a verificação. Quanto mais exactamente for pro-jectado o plano da natureza (Grundriß der Natur), tanto mais exacta se torna a possibilidade do experimento (Möglichkeit des Experiments). (GA5:80-81; GA5BD:103-104)
VIDE: (Experiment->http://hyperlexikon.hyperlogos.info/modules/lexikon/search.php?option=1&term=Experiment)
N.T. Tendo em conta a palavra latina que a expressão traduz, traduzimos aqui o termo Zugrundelegung por hipótese, ao contrário do que aconteceu anteriormente. ↩