existir
exister (ETEM)
existing (BTJS)
Tal como procuramos evidenciar acima, a indeterminação ontológica (ontologische Unbestimmtheit) originária (ursprünglich) do ser-aí (Dasein) humano obriga a pensar em uma saída de tal indeterminação que não aconteça simplesmente por meio de um ato de vontade (Wille). Nenhum ser-aí jamais se encontra diante da possibilidade de, experimentando primeiramente a sua indeterminação, sair por si mesmo de tal situação, escolhendo entre um conjunto de possibilidades indiferentes colocadas à sua disposição. A própria noção de indeterminação ontológica inviabiliza todo e qualquer resíduo de uma subjetividade (Subjektivität) originária capaz de realizar escolhas. Assim, existir para o ser-aí precisa significar abrupta e imediatamente sair de tal indeterminação. Isto acontece, por sua vez, na medida em que a existência (Existenz) traz consigo em sua mobilidade estrutural originária uma dinâmica de absorção no campo existencial mesmo, no horizonte histórico de possibilidades que se chama a princípio o mundo (Welt). Todavia, como a absorção não é o resultado de algo assim como a experiência prévia do caráter insuportável da existência e, por conseguinte, da decisão pessoal que seja por fugir de sim, senão um traço constitutivo e absolutamente necessário do existir, não há como falar de tal absorção em termos morais. Existir implica inexoravelmente deixar-se absorver no mundo, se ver originariamente arrancado da indeterminação e jogado em um campo de possibilidades marcadas pelo caráter pretérito, e, então, perder-se de si. Dito de maneira ainda mais clara, ser para o ser-aí humano precisa se mostrar de início como ser de maneira imprópria (uneigentlich). Sem a mediação da impropriedade (Uneigentlichkeit), ou seja, sem a experiência do horizonte histórico de possibilidades que o mundo é, o ser-aí jamais teria como escapar do nada que é e se veria radicalmente condenado a si. Assim, é preciso ser de maneira imprópria para que se possa ser algum dia de maneira própria e próprio-impróprio são modos positivos de o ser-aí ser sempre a cada vez meu. (MACMundo1:42-43)
NT: Existing (Existieren), 12-13, 43, 53 (formal indication), 106, 117, 136, 146, 165, 212, 264, 281-287, 291, 298 (resolutely), 299, 303, 306, 308, 312, 325, 328-330, 333-337, 346, 350, 353, 356, 364-365, 367, 370-371, 373-374, 376, 379-384, 386-391,395-397, 404, 406, 410-412, 415, 419, 425, 436-437; as difference emerging out of everyday indifference, 43, 53, 192 232; and con-stancy, 117, 128; as self, 130; as having to be, 134, 276, 300; (way of) being of Da-sei is, 143, 263, 283; as for-the-sake-o which, 143, 146, 236, 334, 336, 359, 364; factically, 179, 181, 191-192, 251-252, 276; as outstanding, 233, 236, 243, 245-246, 329 (finitely); as authentically whole, 234, 242, 373; as being toward death’s possibility, 255, 259, 261-262; selfness as a way of, 267; versus objective presence (substance, reality), 267, 283, 303, 324, 328, 380; is its potential-to-be 270, 295; is primarily futural, 337; is primordial temporalizing. See also Ek-sistence; Existence; Existentiality; For-the-sake-ofwhich; Formal Indication; Indifference (BTJS)
« Exister » veut alors dire autre chose que « avoir lieu ». Le simple « avoir lieu » caractérise les étants auxquels la question « qui ? » ne peut pas s’appliquer. Or, c’est bien le sens d’un « avoir lieu » que le verbe « exister » et le substantif existentia avaient dans l’ontologie traditionnelle. Pour rendre compte de ce sens spécifique, Heidegger parle de Vorhandenheit (« être-sous-la-main » = avoir lieu). (OTGreisch:113)