Erde, Terre, Terra, Earth, Tierra
À vrai dire, Heidegger ne parle pas de la terre, mais de l’« affrontement entre monde et terre ». De cet affrontement (Streit) qui est une manière sans cesse mouvementée pour la terre et le monde de se faire front, Heidegger dit qu’il n’est autre que l’« advenir de la vérité » (GA5, 45) et c’est à partir de cette advenue que le mot « terre » reçoit chez lui son sens. (LDMH)
VIDE: (Terre->http://hyperlexikon.hyperlogos.info/modules/lexikon/search.php?option=1&term=Terre)
Como qualquer terra é particular — terra de um povo, terra de uma obra de arte — parece que a minúscula se impõe. Recorremos contudo à maiúscula para sublinhar o caráter não factual, não geográfico, não planetário da Terra como lugar de enraizamento, capaz de ostentar, face à época e ao mundo, uma possibilidade não-historial. — A terra com minúscula designa simplesmente a terra como planeta. (HEH:14)
O homem (Mensch) tem uma natureza, não apenas porque tem uma individualidade biológica, mas porque tem necessidades, de ar, de luz, de nutrição, de vestuário, de sono… A terra permite-nos prover a estas necessidades. Nisto ela sustenta-nos. É deste modo que o ser (Sein) nos sustenta? Somos mantidos no ser ou por meio dele? O ser faz-nos ser? Dá-nos vida? Ele pressupõe-a, mas não a saberia dar.
A clareira (Lichtung), este lugar livre onde recebemos a luz do que aparece, tem força para nos manter? É o ser que nos faz andar em pé? E ele que faz bater o nosso coração? Não será a Terra como a fluxo natural, como desvelamento «físico», que é a fonte da clareira? Na sua leitura do começo grego, Heidegger reconduz sempre a physis, concebida como este livre avanço não ôntico que reflui sobre si mesmo, à aletheia, ao desvelamento (Entedecktheit), à descoberta (Entborgenheit). Ele identifica e reduz o movimento tumultuoso da emergência «natural» à calma estrutura da manifestação ou do aparecer. Ele assimila ao simples retiro da aletheia, à limitação temporal da presença que lhe impõe de nunca ser plena, a reserva de poder não manifesto que contém a physis. Ele desconta da dimensão física a dimensão fânica ou fântica. Ele obriga a possibilidade (Möglichkeit) nunca esclarecida da Terra a entrar na possibilidade do ser, na qual a luz (Licht) facilita à sombra uma parte bem delimitada. (HEH:22-23)