δίκη (ή)
GA5 321, 330, 331, 341, 352-4, 356-61, 371; GA6 168, 171, 198, 570; GA15 62, 66, 248; GA18 164, 374; GA19 112; GA35 2,10,12-14, 27,107, 135, 159, 161, 169, 205, 209-11, 214, 215, 224, 253, 259, 260, 267; GA39 126, 173; IM 169, 171, 172, 174-6; GA42 86; GA43 204, 206, 209, 240; GA46 169, 196, 211, 221, 295, 343, 370, 374; GA47 245; GA51 94,101,119; GA53 123, 126, 145, 147; GA54 59, 135, 137, 140, 143; GA65 45; EC0 58; EC1 39, 65; EC6 21-3, 33; EC8 1, 2,10, 26,137,157-62,164-8,179-82, 203, 230, 242, 258, 264, 268, 270, 275, 277-9. (HC)
Já que palavras com Fug frequentemente possuem sentidos tanto descritivos quanto de avaliação, elas servem à tentativa de Heidegger de desvalorizar a ética na filosofia. A República de Platão, por exemplo, é considerada, com frequência, como uma obra sobre política e justiça, e mais prática do que teórica. Isto, argumenta Heidegger, é um equívoco. Dike e dikaiosyne não significam, como é suposto geralmente, “justiça”. Dike é um conceito metafísico, não moral ou legal: “nomeia o ser no tocante à articulação ou in-junção essencial [Fügung, = 1. ‘articulação’, 2. ‘ordenação’] de todos os entes” (GA6, 194/N1, 165s). Isto tem maior alcance do que qualquer distinção entre o teórico e o prático ou político: o teórico e o prático, e “a distinção entre eles só podem ser compreendidos a partir da essência do ser no tempo, i.e. metafisicamente. […] O prático não se modifica a partir do teórico, nem o teórico a partir do prático; eles sempre se modificam conjuntamente a partir da posição metafísica fundamental” (GA6, 178/N1, 152). Dike é, portanto, “a conveniência [Fug] e a inconveniência [Unfug] com relação ao ser” (GA6, 197/N1, 168). Dike na Antígona de Sófocles também é Fug, em diversos sentidos: “Compreendemos Fug aqui primeiramente no sentido de articulação [Fuge] e estrutura [Gefüge]; depois Fug como injunção [Fügung], como a diretriz que o poder esmagador impõe o que se acha sob seu domínio; finalmente, Fug como a estrutura articuladora [das fügende Gefüge] que exige in-junção [Einfügung] e articulação [Sichfügen]. […] Ser e physis [aproximadamente “natureza” ], enquanto poder, são reunião original: logos; são junção articuladora [fügender Fug]: dike” (GA40, 122s/134s).
Heidegger examina um fragmento de Anaximandro: “de onde provêm as realizações, retornam também as desrealizações: pois, de acordo com o vigor da consignação, elas concedem umas às outras articulação [diken] e, com isto, também consideração pela desarticulação [adikias], de acordo com o estatuto do tempo” (Kahn, 166. Cf. 199: “A concepção de mundo de Anaximandro é […] o protótipo da visão grega de natureza como um cosmo, um reino harmonioso dentro do qual o aumento e a diminuição dos poderes elementares caminham no ritmo dos ciclos astronômicos”). Heidegger mais uma vez introduz Fug: “Dike, o pensamento direcionado ao ser como vigência [Anwesen], é a ordem de junção e articulação [fügend-fügende Fug], Adikia, o des-articulado [Un-fuge], é des-ordem [un-fug]” (Anax, 329/43. Cf. GA51, 118). [DH]
Ellos piensan juntos el ser con la apariencia y el devenir con la consistencia (Beständigkeit), del mismo modo como ya en el dicho más antiguo fueran pensados a una díke y adikía. Díke es el ajuste, el ensamblaje en el ensamble de la ley; adikía, lo desajustado, el salirse del ajuste, la contrariedad de la no-esencia de las cosas, que es igual de poderosa que su esencia. 5230 Heideggeriana: EuropaFilosofia