Begriff

Begriff, conceito, concept, concepto, Grundbegriffe, conceitos fundamentais, fundamental concepts, concepts fondamentaux, begreifen, conceive, Begriffenheit, conceiving

‘Der Begriff ist sonach die sich begreifende Begriffenheit des Selbst, als welche das Selbst eigentlich ist, wie es sein kann, das heisst frei.’ The noun ‘Begriffenheit’ is of course derived from ‘begriffen’, the past participle of ‘begreifen’ (‘to conceive’ or ‘to grasp’). ‘Begriffen’, however, may also be used when we would say that someone is ‘in the process of’ doing something. This would suggest the alternative translation: ‘The concept is accordingly a self-conceiving activity of the Self—an activity of such a nature that when the Self performs it, it is authentically as it can be—namely, free.’ (BTMR:484)


Conceitos fundamentais são as determinações em que o domínio-de-coisa (Sachgebiet) que fundamenta todos os objetos temáticos de uma ciência acede a um prévio entendimento (Verständnis), o qual conduz toda a sua investigação (Untersuchung) positiva. Por isso, esses conceitos só recebem sua autêntica confirmação e “fundamentação” mediante uma correspondente prévia inspeção (Durchforschung) do domínio-de-coisa ele mesmo. Mas na medida em que cada um desses domínios (Gebiete) é unicamente conquistado a partir de uma circunscrição efetuada no próprio ente, essa prévia pesquisa que cria conceitos fundamentais nada mais significa do que a interpretação desse ente quanto à constituição-fundamental (Grundverfassung) de seu ser. Tal pesquisa deve preceder as ciências positivas e pode fazê-lo. É o que prova o trabalho de Platão e Aristóteles. Uma tal fundamentação das ciências difere por princípio da “lógica” de rabeira que investiga o estado ocasional de uma ciência em seu “método”. Ela é lógica produtiva, no sentido de que ela como que salta na frente para dentro de um determinado domínio-de-ser (Seinsgebiet), abre-o pela primeira vez em sua constituição-de-ser (Seinsverfassung) e põe à disposição das ciências positivas as estruturas conquistadas como indicativos transparentes para a interrogação. Assim, por exemplo, o filosoficamente primário não é uma teoria da formação-do-conceito no conhecimento histórico (Historie) e não o é também a teoria da história (Geschichte) como objeto de conhecimento histórico, mas a interpretação do ente propriamente histórico em sua historicidade (Geschichtlichkeit). É assim também que o resultado positivo da Crítica da razão pura de Kant não consiste numa “teoria” do conhecimento mas na tentativa de pôr em relevo o que pertence a uma natureza em geral. Sua lógica transcendental é uma lógica-de-coisa (Sachlogik) a priori do domínio-do-ser natureza. (SZ:10; STCastilho:55)


Quando o saber (Wissen), pelo qual a consciência (Bewußtsein) natural representa o sabido, se chama conceito, então o conceber é o representar de algo enquanto algo. A palavra “conceito” é tomada no sentido da lógica tradicional. Se, ao contrário, chamarmos conceito ao verdadeiro representado na consciência, no qual se mede o saber enquanto objecto para nós, então o conceito é a verdade do verdadeiro (Wahrheit des Wahren), o aparecer (Erscheinen), em que o saber que aparece é trazido a si mesmo. (GA5BD:200-201)


The concept (Begriff) is not the grasp (Griff) of calculation; instead, it is the totality (Inbegriff) as inclusion (Einbegriffensein) in the steadfastness of the interrogation of what is question-worthy.

Concepts are not schemata of things represented, meant, and intended; instead, they are instances of steadfastness in the open domain of the clearing of beyng. More rigorous than all calculative concepts, because more exacting, exacted through the necessity of the plight of the question-worthiness of beyng. (GA71:§278)


In traditional scholastic language, concepts are (1) notio, (2) intentio, (3) conceptus, (4) species.

Ad 1. notio: In the concept lies a definite “acquaintance” (Bekanntheit) with the matter meant by it, that is, the concept is transposed within a being-acquainted.

Ad 2. intentio: In the concept lies an “aiming” (Abzielen) at, an intending of something. Intending a matter is an essential structural aspect of the concept (“matter” always used generally in the sense of a mere something).

Ad 3. conceptus: The “grasping.” (Erfassen) The matter is not only intended, not only something with which one is acquainted; one does not only know about it. Rather, one intends it and is acquainted with it in the mode of its being-grasped, so that what lies in it is embraced, gathered.

Ad 4. species: είδος, “look” (Aussehen); this leads back to notio. If I am acquainted with the matter, I know how it looks, how it appears as such among others.

These designations have acquired a customary meaning in their scholastic application, so that they are uniformly translated as “concept.” (GA18:19; GA18MT:15)


VIDE: (Begriff->http://hyperlexikon.hyperlogos.info/modules/lexikon/search.php?option=1&term=Begriff)

concept (ETEM)
concept (BTJS)

NT: Concept (Begriff), 2-6, 4fn, 7fn, 10, 16, 21, 37-39, 47, 51, 63-64, 150-152, 156-157, 201fn, 232, 311-316, 360-364, et passim; fundamental, 3-4, 9-10, 22, 39, 362, 397; formation of, 10, 39, 150-152, 157, 219, 312, 349, 375; of time, 17-18, 26, 235, 304, 326, 333, 338, 349, 404-406, 418, 420, 426-428, 432. See also Being, concept of; Category; Existentials; Foreconception (BTJS)


1. ‘Der Begriff ist sonach die sich begreifende Begriffenheit des Selbst, als welche das Selbst eigentlich ist, wie es sein kann, das heisst frei.’ The noun ‘Begriffenheit’ is of course derived from ‘begriffen’, the past participle of ‘begreifen’ (‘to conceive’ or ‘to grasp’). ‘Begriffen’, however, may also be used when we would say that someone is ‘in the process of’ doing something. This would suggest the alternative translation: ‘The concept is accordingly a self-conceiving activity of the Self – an activity of such a nature that when the Self performs it, it is authentically as it can be – namely, free.’ (BTMR:484)


Traduzimos agora por “reduzir a conceitos” a expressão unter Begriffe bringen, que há pouco traduzimos mais literalmente por “colocar sob (unter) conceitos”. No entanto, é necessário assinalar que, na tradução portuguesa da Critica da Razão Pura, a diferença sublinhada por Kant – e assinalada por Heidegger – entre “reduzir a conceitos” (unter Begriffe bringen) e “reportar a conceitos” (auf Begriffe bringen) não é respeitada e é tomada como sinônima. Daí que, nesta tradução, se possa ler o seguinte: «Diversas representações são reduzidas, analiticamente, a um conceito (werden… unter einen Begriff gebracht) (questão de que trata a lógica geral). Mas a lógica transcendental ensina-nos a reduzir a conceitos (auf Begriffe zu bringen), não as representações, mas a síntese pura das representações». Nesta última frase, o respeito pela diferença estabelecida implicaria traduzir a última frase por «ensina-nos a reportar a conceitos». (Casanova; GA3MAC:121)


Every intuition (Anschauung), he (Kant) says, is a representatio singularis. The concept, however, is also a representatio, a “self-presenting,” (Sichvergegenwärtigen) but, in this case, a representatio per notas communes. The concept is distinguished from intuition by the fact that, as a presenting (Vergegenwärtigung), it presents something that has the character of generality (Charakter des Allgemeinen). It is a “general representation.” (allgemeine Vorstellung)

To better understand this, Kant quite clearly says, in the introduction to the Logic that in every cognition (Erkenntnis), matter (Materie) is to be distinguished from form, “the manner in which we cognize the object.” (die Art, wie wir den Gegenstand erkennen) A savage sees a house and, unlike us, does not know its for-what; he has a different “concept” of the house than we who know our way around in it. Indeed, he sees the same being, but the knowledge of the use escapes him; he does not understand what he should do with it. He forms no concept of house. We know what it is for, and thus we represent something general to ourselves. We who know the use that one could make of it have the concept of house. The concept goes beyond answering the question of what the object is. (GA18:10-11)