Aquilo que assim nos dispõe de maneira alguma é nada, mas uma dissimulação do ente em sua totalidade (Dieses Stimmende jedoch ist nicht nichts, sondern eine Verbergung des Seienden im Ganzen.). MHeidegger: Sobre a essência da verdade (GA9; GA9WW)
O deixar-ser é, em si mesmo, simultaneamente, uma dissimulação. MHeidegger: Sobre a essência da verdade (GA9)
Na liberdade ek-sistente do ser-aí acontece a dissimulação do ente em sua totalidade, é o velamento. MHeidegger: Sobre a essência da verdade (GA9)
É mais antiga mesmo do que o próprio deixar-ser que, desvelando, já dissimula e, assim, mantém sua relação com a dissimulação. MHeidegger: Sobre a essência da verdade (GA9)
O que preserva o deixar-ser nesta relação com a dissimulação? Nada menos que a dissimulação do ente como tal, velado em sua totalidade, isto é, o mistério. MHeidegger: Sobre a essência da verdade (GA9)
Não se trata absolutamente de um mistério particular referente a isto ou àquilo, mas deste fato único que o mistério (a dissimulação do que está velado) como tal domina o ser-aí do homem. MHeidegger: Sobre a essência da verdade (GA9)
No deixar-ser desvelados e que simultaneamente dissimula o ente em sua totalidade acontece o fato de que a dissimulação aparece como aquilo que está velado em primeiro lugar. MHeidegger: Sobre a essência da verdade (GA9)
Entretanto, esta relação com a dissimulação se esconde a si mesma nesta relação enquanto dá primazia a um esquecimento do mistério e nele desaparece. MHeidegger: Sobre a essência da verdade (GA9)
Instalar-se na vida corrente é, entretanto, em si mesmo o não deixar imperar a dissimulação do que está velado. MHeidegger: Sobre a essência da verdade (GA9)
Lá onde o velamento do ente em sua totalidade é tolerado sob a forma de um limite que acidentalmente se anuncia, a dissimulação como acontecimento fundamental caiu no esquecimento. MHeidegger: Sobre a essência da verdade (GA9)
A dissimulação do ente em sua totalidade, ela mesma velada, se afirma no desvelamento do ente particular que, como esquecimento da dissimulação, constitui a errância. MHeidegger: Sobre a essência da verdade (GA9)
O desvelamento do ente enquanto tal é, ao mesmo tempo e em si mesmo, a dissimulação do ente em sua totalidade. MHeidegger: Sobre a essência da verdade (GA9)
É nesta simultaneidade do desvelamento e da dissimulação que se afirma a errância. MHeidegger: Sobre a essência da verdade (GA9)
A dissimulação do que está velado e a errância pertencem à essência originária da verdade. MHeidegger: Sobre a essência da verdade (GA9)
Mas pelo fato de a plena essência da filosofia incluir sua não-essência e imperar originariamente sob a forma da dissimulação, a filosofia, enquanto põe a questão desta verdade, é ambivalente em si mesma. MHeidegger: Sobre a essência da verdade (GA9)
A redução da possibilidade interna da conformidade de uma enunciação à liberdade ek-sistente do deixar-ser, reconhecido como seu “fundamento” e, ao mesmo tempo, o aceno para situarmos o começo essencial deste fundamento na dissimulação e errância, apontam para o fato de que a essência da verdade não é absolutamente a “generalidade” vazia de uma universalidade “abstrata”, mas, pelo contrário, o único dissimulado da única história do desvelamento do “sentido” daquilo que designamos ser e que, já há muito tempo, costumamos considerar como o ente em sua totalidade. MHeidegger: Sobre a essência da verdade (GA9)
Aparentemente o pensamento se movimenta no caminho da metafísica e, contudo, realiza, em seus passos decisivos — que conduzem da verdade como conformidade para a liberdade ek-sistente e desta para a verdade como dissimulação e errância — , uma revolução na interrogação, revolução que já pertence à superação da metafísica. MHeidegger: Sobre a essência da verdade (GA9)