GA89:266 – explicar geneticamente

Arnhold & Almeida Prado

Parece que a comprovação dos processos pelos quais algo (por exemplo, um estado patológico) aconteceu, originou-se, seja o único caminho possível para a determinação daquilo que este estado é.

É imediatamente evidente para todos a significação ou mesmo a necessidade do modo de observação genético. Ela é praticamente óbvia. Mas ela peca por uma falha que é muito facilmente, e por isso quase sempre, despercebida.

Para que sejamos capazes de explicar geneticamente como um estado patológico surgiu, é preciso esclarecer antes o que este estado patológico é, em si mesmo. Enquanto isto não for esclarecido, todo querer-explicar pela genética de modo algum focaliza tematicamente aquilo que deve ser esclarecido. Todo explicar pressupõe o esclarecimento da essência daquilo que deve ser explicado.

A compreensão desta situação já abala a obviedade do papel do modo de observação genético. Mas não se trata só disso. Pois poderia se dar o fato de um esclarecimento apropriado da essência de um estado patológico levar a que esta sua essência proíba a possibilidade de querer explicá-lo de modo genético-causal.

Quem insiste no querer-explicar genético, sem um necessário prévio esclarecimento da essência daquilo que deve ser explicado, parece com uma pessoa que quer atingir o alvo sem antes o ter focalizado. Todo explicar – caso seja correto – só alcança até onde aquilo que deve ser explicado já foi esclarecido em sua essência.

Para que serve todo o explicar, se o que deve ser explicado continua vago? Ou será que cultuaríamos a ideia errada de que o não-esclarecido possa jamais ser esclarecido por um explicar? [GA89AAP:226-227]

Xolocotzi Yáñez

Mayr & Askay

Original

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

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