GA8:12 – Mythos e Logos

Schneider

Mito significa: a palavra que pronuncia (sagende Wort). Pronunciar (Sagen) é para os gregos: manifestar (offenbar machen), fazer aparecer (erscheinen lassen), ou seja, o aparecer [scheinen=luzir] e aquilo que é no aparecer (im Scheinen), em sua epifania, o haver (Wesende), é o que há [Wesende=o que há, acontece], em sua narrativa [Sage= lenda, tradição]: o aparecer [Scheinende=brilhar] no descoberto (Unverborgenheit) de sua reivindicação (Anspruch). O Mythos é a pronúncia original (Anspruch) anterior a todo o ser humano e fundamentalmente vinculante, a qual permite pensar no que aparece [das Scheinen de=luzir], no que há (das Wesende), logos, diz o Mesmo (das Selbe); Mythos e Logos, pela Filosofia enquanto tal, de forma alguma entram numa oposição como opina a corrente História da Filosofia, mas, precisamente, os primeiros pensadores dos gregos (Parmênides, fragmento 8) utilizam Mythos e Logos com o mesmo significado. Mythos e Logos separam-se e se opõem recém ali, onde nem Mythos e nem Logos conseguem conservar o seu ser (Wesen) primordial. Isso já aconteceu em Platão. Tendo por base o platonismo herdado do racionalismo moderno, é um preconceito da História e da Filologia a opinião de que Mythos tenha sido destruído pelo Logos. O religioso nunca é destruído pela lógica, mas sempre apenas pelo fato de que Deus se subtrai. [GA8PRS:11]

Becker & Granel

Glenn Gray

Original

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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