GA8:10-11 – Entzug – le retirement – a subtração – the withdraw

Schneider

Nós dizíamos: o homem ainda não pensa e, na verdade, pelo fato de que o que deve ser pensado dele se desvia; de modo algum ele não pensa, apenas porque o homem não se volta suficientemente ao que deve ser pensado.

O que deve ser pensado desvia-se do homem. Ele se subtrai dele. Mas como, enfim, podemos saber o mínimo de tal Coisa que desde sempre se subtrai ou sequer denominá-la? O que se subtrai nega o seu advento. O subtrair-se, todavia, não é um nada. Subtração é acontecimento. O que se subtrai até pode interessar ao homem mais essencialmente e ocupá-lo do que todo o presente que o toca e a ele se refere. A perplexidade concernente ao real (Wirkliche) de bom grado considera-se como aquilo que perfaz a realidade do real. A perplexidade concernente ao real, contudo, pode exatamente bloquear o homem contra aquilo que lhe diz respeito (angehen), diz-lhe respeito no certamente enigmático modo como isso lhe escapa (entgehen), O acontecimento da subtração poderia ser o mais presente (das Gegenwärtigste) em todo o agora presente (Gegemvärtigen) e, assim, sobrepujar infinitamente a atualidade de todo o atual.

O que se nos subtrai (sich entziehen) exatamente assim nos leva consigo (mitziehen), mesmo que de imediato e finalmente o notemos ou não. Quando chegamos à tração (Zug) do subtrair-se, estamos – bem diferentemente, porém, das aves de arribação – na tração em direção daquilo que nos atrai (anziehen) à medida que se subtrai. Na qualidade de assim (10) atraídos na tração em rumo (aufdem Zugzu) daquilo que nos traciona (Ziehenden), a nossa essência, então, já está cunhada por esse “na tração em rumo de…” (aufdem Zugezu). No caminhar em direção ao que se subtrai nós mesmos apontamos para aquilo que se subtrai. Nós somos nós à medida que apontamos para lá; não posteriormente e de passagem, mas: esse “na tração em rumo de…” é uma apontar essencial e, por isso, constante para o que se subtrai. “Na tração em rumo de…” já diz: apontando para o que se subtrai.

A medida que o homem nessa tração é, aponta como o assim migrante (Ziehende) para o âmbito que se subtrai. Enquanto aquele que mostra para lá o homem é aquele que aponta (Zeigende). O homem, porém, nisso não é primeiramente homem e, então, além do mais e ocasionalmente aquele que aponta, mas: atraído (gezogen) pelo que se subtrai, na tração desse rumo e, assim, apontando para o âmbito da subtração, o homem é original e primeiramente homem. A sua essência consiste em ser esse alguém que aponta. Aquilo que, de acordo com a sua essência, é algo que aponta (Zeigendes), denominamos um sinal. Na tração em rumo do se que se subtrai, o homem é um sinal, porém pelo fato de que esse sinal aponta para o que se subtrai, interpreta (deuten) não tanto aquilo que aí se subtrai, mas mais o subtrair-se. O sinal permanece sem interpretação (Deutung).

Gabás

Becker & Granel

Glenn Gray

Original

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

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