GA7:25-26 – destino põe o homem a caminho de um desencobrimento

Carneiro Leão

A essência da técnica moderna põe o homem a caminho do de-sencobrimento que sempre conduz o real, de maneira mais ou menos perceptível, à dis-ponibilidade. Pôr a caminho significa: destinar. Por isso, denominamos de destino a força de reunião encaminhadora, que põe o homem a caminho de um desencobrimento. É pelo destino que se determina a essência de toda história. A história não é um mero objeto da historiografia nem somente o exercício da atividade humana. A ação humana só se torna histórica quando enviada por um destino 1. E somente o que já se destinou a uma representação objetivante torna acessível, como objeto, o histórico da historiografia, isto é, de uma ciência. É daí que provém a confusão corrente entre o histórico e o historiográfico.

No desafio da dis-posição, a com-posição remete a um modo de desencobrimento. Como modo de desencobrimento, a com-posição é um envio do destino. Destino, neste sentido, é também a pro-dução da ποίησις.

O desencobrimento do que é e está sendo segue sempre um caminho de desencobrimento. O destino do desencobrimento sempre rege o homem em todo o seu ser, mas nunca é a fatalidade de uma coação. Pois o homem só se torna livre num envio, fazendo-se ouvinte e não escravo do destino. [GA7CFS:27-28]

Préau

Lovitt

Original

  1. Cf. Vom Wesen der Wahrheit, 1930, na primeira edição de 1943, p. 16s.[↩]
  2. Dieses wird geschichtlich erst als ein geschickliches. Sur ge-schicklich, cf. p. 263, n. 6.[↩]
  3. Ein Hörender, nicht aber ein Höriger, où ein Höriger (« un eerf ») est celui qui écoute n’importe quoi et se laisse dominer par n’importe qui.[↩]
  4. For a further presentation of the meaning resident in Geschick and the related verb schicken, cf. T 38 ft., and Introduction, pp. xxviii ff.[↩]
  5. See Vom Wesen der Wahrheit, 1930; 1st ed., 1943, pp. 16 ff. [English translation, “On the Essence of Truth,” in Existence and Being, ed. Werner Brock (Chicago: Regnery, 1949), pp. 308 ft.[↩]
  6. dessen was ist. On the peculiar significance of das was ist (that which is), see T 44 n. 12.[↩]
Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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