- Casanova
- Original
Casanova
A própria vontade nunca pode ser querida. Nunca podemos nos decidir a ter uma vontade, no sentido de que poderíamos nos arrogar uma vontade; pois toda decisão se mostra como o querer mesmo. Se dizemos que ele quer ter sua vontade levada a termo dessa ou daquela forma, então ter-vontade significa aqui tanto quanto se encontrar propriamente em meio a seu querer, reter-se em toda a sua essência e ser senhor sobre ela. Precisamente essa possibilidade, porém, indica que sempre estamos no querer, mesmo se estivermos aí contra a nossa vontade. Aquele querer próprio que irrompe na decisão, aquele “sim” é o que promove o acometimento de toda a nossa essência, de todo o nosso ser em nós. (GA6T1MAC:44)
Original
(HEIDEGGER, Martin. Nietzsche I. Tr. Marco Antônio Casanova. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010, p. 44)