- Casanova
- Original
Casanova
A partir do idealismo alemão poder-se-ia dizer: ser é ser-consciente (consciência). A questão é que no ser-consciente mesmo (consciência), apesar de toda evocação ao ser cônscio e ao saber (à re-presentabilidade no sentido do “pensamento” – a representar algo enquanto algo), o “ser” já é requisitado 1. Por isto também não permanece nenhuma possibilidade de inverter esta proposição e de dizer que o ser é a essência do ser-consciente (consciência) e que este é apenas uma “espécie” do ser sempre ainda infundado; pois assim tudo deságua na mesma ausência de fundamento e na mesma inquestionabilidade do ser; abstraindo-se do fato de as “inversões” nunca nos lançarem em direção ao espaço livre.
No conceito de “ser”-consciente (consciência) reside porém a interpretação até agora e nunca considerada do ser enquanto ἰδέα: isto é, enquanto presentificação. ser-consciente (consciência): ter diante de si enquanto presente e assim o ter-diante-de-si mesmo enquanto presente; ou seja, ele é “ratificado” como co-presente – frente à requisição por presentificação.
Original
- O correlato alemão do termo “consciência” em português é Bewußtsein. Traduzindo literalmente este termo diz ser (-sein) consciente (Bewußt-). No interior do próprio étimo da palavra consciência em alemão já se apresenta portanto uma ligação com o ser. Esta presença é utilizada por Heidegger como o caminho para a explicitação do modo metafísico de lidar com uma tal ligação. Para acompanharmos o sentido da argumentação heideggeriana, optamos assim por traduzir aqui Bewußtsein por “ser consciente” e inserimos entre parênteses o termo usual “consciência”. (N.T.)[
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